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Odontologia Unip faz parceria com projeto que reconstrói vidas

Atendimento multidisciplinar pode ser feito a distância e possibilita a recuperação facial de pacientes vítimas de câncer ou traumatismos, por meio de alta tecnologia e método inovador. Tudo gratuitamente

Publicado em 02/09/2021

por Mayara Figueiredo

Unip Mais identidade Foto: Envato Elements

Unip Mais identidade
Desenvolvimento de técnicas, aprimorando materiais recursos cirúrgicos, tanto para a formação da técnica quando para desenvolver novas modalidades
(foto: divulgação / Unip-Mais Identidade)

Há nove anos, Denise Vicentin, atualmente com 55 anos, foi acometida de um câncer no palato, comprometendo parte do lado direito do rosto como a mandíbula e afetando também o olho, que teve de ser retirado. Depois de anos convivendo com a deformidade facial, ela decidiu procurar ajuda começando pela internet, onde pode conhecer outras pessoas que sofreram casos semelhantes ao dela. Assim se seguiu até que alguém a ajudou a chegar ao professor Luciano Dib, fundador e presidente do Mais Identidade, e professor do curso de odontologia da Unip há 33 anos.

O Mais Identidade é uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), ou seja, entidade sem fins lucrativos, voltado para a reconstrução das deformações da face e da boca, principalmente por causa de tratamento de câncer e traumatismos. “A reabilitação de pacientes nesse quadro, depende de cirurgia e próteses e o foi nesse propósito que o instituto foi estabelecido; fruto de mais de 35 anos de trabalho de diversos profissionais”, explica o professor Dib.

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Funcionando em paralelo, mas com sede dentro da Unip, O Mais identidade conta com laboratórios de atendimento, tecnologia digital e de prótese, além de equipe multidisciplinar formada por professores e alunos de graduação, pós-graduação e mestrado, desenvolvendo pesquisas dentre as quais uma se destaca pela revolução na maneira de fabricar as próteses.

Antes, a fabricação de partes como orelha e nariz, sempre dependeu do trabalho artístico de profissionais para esculpi-las e transformá-las em silicone, mas o instituto desenvolveu tecnologia por meio de recursos digitais para fazer fotografias das faces. A partir daí, se constrói um modelo esculpido digitalmente e impresso em resina, em impressora 3D, para depois ser transformado em silicone. “Isso diminui muito o tempo do processo e o resultado final é muito mais preciso do que se fosse feito à mão”, defende Dib.

Resgate da Identidade

Denise Vicentin
Denise Vicentin, 55 anos, dona de casa
(foto: divulgação/Unip-Mais Identidade)

Denise Vicentin começou seu processo em 2018, período o qual ela se refere à parte de reconstrução interna com a equipe multidisciplinar que envolve psicólogos, fonoaudiólogos e outros. Ela conta que a primeira coisa que um paciente mutilado faz é retirar os espelhos de casa, para afastar a própria imagem da mente e da visão.  “Um paciente mutilado, acaba por não querer ficar no convívio social, devido ao preconceito que sofremos. O Mais Identidade, foi uma porta que se abriu e me trouxe para o mundo exterior; deixei de olhar o mundo pela janela, e passei a viver na sociedade”, revela.

Entre as visitas para provas e acompanhamento multidisciplinar, a sua prótese foi colocada em 2019, o que para ela foi o resgate de sua identidade para voltar à andar nas ruas, olhar as pessoas e viver uma vida comum.

Quem vê cara também vê coração

A campanha específica, intitulada Quem vê cara também vê coração, visa oferecer atendimento semipresencial. Justamente por causa da prótese digital é que é possível atender pacientes a distância. Como a demanda do instituto alcançou uma grande demanda, a campanha começará em Natal-RN, pois já existe uma equipe por lá que trabalha em parceria com o Mais Identidade em São Paulo, onde fica a sede.

prof Luciano Dib_Mais Identidade
Professor Luciano Dib, fundador e presidente do Mais Identidade

“Os pacientes selecionados em Natal serão atendidos pela equipe de lá com a nossa supervisão, a prótese é construída em são Paulo e é levada para lá”, explica o professor Luciano Dib. Para que isso seja possível, o programa utiliza plataforma de crowdfunding para coletar recursos. Espera-se alcançar a meta até o final de setembro para que os pacientes recebam suas próteses em janeiro de 2022.

Com a vida transformada pela iniciativa, Vicentin diz que não só o recomenda como ajuda a propaga-lo. “Para mim não parou aí [no seu caso] e eu nem quero. Meu maior objetivo de vida agora é retirar outras de trás da janela e trazê-las de volta para o espelho novamente” declara emocionada.

Para saber mais sobre o Mais Identidade e a doar para a campanha Quem vê cara também vê coração, acesse www.maisidentidade.org

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Autor

Mayara Figueiredo


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