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Carreira

O professor avaliado

Estudo mostra que docente brasileiro vê utilidade em ser analisado pela escola, desde que num processo formativo

Publicado em 04/01/2013

por Camila Ploennes

Avaliação dos professores é uma prática diretamente relacionada ao desenvolvimento dos profissionais e, consequentemente, à melhoria das escolas. A reportagem Avaliar para formar (edição 181) ouviu de docentes de instituições brasileiras públicas e privadas que ter o trabalho avaliado é fundamental, desde que o processo seja formativo e leve em conta perspectivas diversificadas, como autoavaliação, orientação por disciplina e feedbacks contínuos. Um estudo publicado no Journal of Teacher Education aponta que o mesmo acontece em outros lugares do mundo: a maioria dos professores consultados em 23 países valoriza a avaliação e o retorno recebido dos diretores e colegas. E considera que isso faz uma real diferença em suas práticas na sala de aula.


O artigo levou em conta os dados do Teaching and Learning International Survey (Talis), O Estudo Internacional de Ensino e Aprendizagem, conduzido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 2007 e 2008. No total, foram entrevistados mais de 70 mil professores das séries que correspondem ao ensino fundamental 2 do Brasil, além de seus diretores. Na média dos países, 4 em cada 5 professores relataram que o feedback recebido é justo e 3 em 4 docentes acreditam que esse retorno é útil para seu trabalho.


O estudo aponta que avaliação e feedback levaram a mudanças em oito aspectos do trabalho em sala de aula. Mais da metade dos professores brasileiros que passaram por alguma avaliação nos 18 meses anteriores à pesquisa acredita que ela tem impacto em seis desses aspectos da profissão. Aproximadamente 65% relataram que a avaliação e/ou retorno levaram a mudanças na ênfase que eles dão em melhorar as notas dos estudantes nas provas; 52,9% disseram que esses dois processos influíram em desenvolvimento ou plano de treinamento para melhorarem seu ensino; 60,1% afirmaram que mudaram suas práticas de gestão da sala de aula; 59,9% apontaram evolução na compreensão do assunto principal de seu campo; 59,2% disseram ter melhorado o conhecimento de práticas de instrução; 53,7% relataram melhora na disciplina dos alunos e problemas de comportamento.


Em menor número, 26,8% dos professores identificaram impacto positivo no ensino de alunos com necessidades especiais de aprendizagem e aproximadamente 44% informaram evolução no ensino de estudantes em ambiente multicultural.


O cenário do Brasil é mais parecido com o de México, Bulgária e Malásia. E bem diferente de Coreia do Sul, Noruega, Austrália, Áustria e Bélgica, por exemplo, onde nenhum dos 8 aspectos passa dos 50%.




Autor

Camila Ploennes


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