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Notícias

Classes de “freiação”

Nada se enxerga para além do ensinar a todos como se fossem um só

Publicado em 10/09/2011

por José Pacheco

Um articulista diz-nos que "misturar na mesma turma alunos com capacidades, conhecimentos e objectivos muito diferentes é prejudicar todos e não beneficiar ninguém". Junta ao seu redutor conceito de "inclusão" a proposta de criação de "turmas de nível". Ressuscitando essa múmia pedagógica, lograr-se-ia "dar resposta a todos os alunos: aos super, aos medianos e aos menos bons, devendo a turma de nível inferior ser vocacionada, obviamente, para o ensino profissional". O artigo é omisso relativamente ao modo como um professor, dando aula a "turmas de nível", poderá contemplar "o ritmo de aprendizagem e as necessidades de cada aluno em concreto". Talvez num próximo artigo, o articulista nos esclareça.

Desse exercício de senso comum nenhum mal viria ao mundo. Porém, o articulista não está sozinho na sua cruzada. A unanimidade dos comentários de apoio apenas foi beliscada por um leitor, que sabe que artefactos escolásticos como as "turmas de nível" já deram provas da sua inutilidade. Como refere no seu comentário, esse leitor aplicou o "ensino tutorial e o ensino cooperativo", com bons resultados. Mas é compreensível que aqueles que não tenham aplicado ensino tutorial, ensino cooperativo (ou outro qualquer modo de trabalho escolar diferente da mesmice da aula tradicional) produzam comentários favoráveis ao artigo.

Talvez porque a nossa pátria seja a língua portuguesa, ecos da prosa atravessaram o oceano. Afinando pelo mesmo diapasão, uma secretaria estadual anunciou que irá criar classes apenas para alunos repetentes, "turmas especiais aos alunos que repetiram  4ª série do ensino fundamental". A crer na notícia publicada na Folha de S.Paulo, a secretária terá dito: "o aluno com dificuldades é aquele que não conseguiu aprender nas salas regulares. Não adianta imaginar que ele conseguirá aprender com o mesmo material didáctico e o mesmo professor, na mesma sala". Segundo a secretaria, "a recuperação intensiva ajudará a reverter os maus resultados da rede em exames de aprendizagem".

Para os adeptos das "turmas de nível" e das "turmas de repetentes" existe um só modo de fazer escola: "os alunos ficarão em classes de recuperação, separadas das turmas regulares. As turmas de recuperação da 4ª série serão formadas pelos alunos que repetiram". Atente-se na terminologia utilizada: "turmas especiais", "salas regulares", "classes de recuperação"… – nada se enxerga para além do modelo transmissivo, do ensinar a todos como se fossem um só.

Professores (e articulistas) de pensamento único lamentam o facto de haver "alunos que aprendem demasiado rápido e alunos que são demasiado lentos". No seu léxico, tão vasto quanto ridículo, há "quem não consiga acompanhar o ritmo da aula". Na aula dirigida aos "medianos", os "super" sentam-se no fundão da sala, com MP3 e iPod por companhia. Os "menos bons" são remetidos para "classes de recuperação". Mutatis mutandis, classes constituídas por "alunos medianos" serão… "classes de freiação".

Será difícil compreender por que razão Picasso abandonou a escola aos dez anos de idade?

Autor

José Pacheco


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