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NOTÍCIA

Educação no Mundo

O improvável e o possível

Exposição em Londres destaca a importância da ficção científica para a antecipação de cenários políticos, sociais e tecnológicos

Publicado em 10/09/2011

por Sérgio Rizzo

“A imaginação frequentemente nos levará a mundos que nunca vão existir”, dizia o escritor Carl Sagan (1934-1996). “Mas, sem ela, não vamos a lugar nenhum.” Essa apologia à capacidade humana de especular, muitas vezes livre de parâmetros considerados “realistas”, é usada como um elogio à ficção científica pela exposição Out of This World – Science Fiction But Not as You Know It (“fora deste mundo – ficção científica, mas não como você a conhece”). Em cartaz até 25 de setembro na British Library, de Londres, ela tem parte de seu material acessível também pela internet, no endereço www.bl.uk/sciencefiction .

Mais conhecido como astrônomo, astrofísico e um popular divulgador de ideias científicas, autor de mais de duas dezenas de livros (como Cosmos e O Mundo Assombrado pelos Demônios ), Sagan também arriscou-se no território da ficção com o romance Contato. Publicado em 1985, o livro frequentou as listas de mais vendidos em diversos países e deu origem a um longa-metragem homônimo, lançado em 1997 e dirigido por Robert Zemeckis (da série De Volta para o Futuro e Forrest Gump ). Jodie Foster interpreta uma cientista que encontra indícios da existência de vida alienígena e termina embarcando rumo ao desconhecido.

Na literatura e no cinema, Contato ilustra uma das definições mais concisas do gênero: propor realidades paralelas à nossa, com o uso de plausibilidade científica. Ainda que submetido às liberdades da ficção, esse compromisso com a(s) ciência(s) o distingue da fantasia. A exposição da British Library recorre a uma comparação de Rod Serling (1924-1975), criador da série de TV Além da Imaginação , para sublinhar a diferença. Fantasia, de acordo com ele, seria “o impossível transformado em provável”, enquanto a ficção científica corresponderia ao “improvável transformado em possível”.

“Nós vivemos em um mundo de ficção científica”, afirma o pesquisador Mike Ashley, especialista em ambos os gêneros e autor do catálogo de Out of This World . “Já estamos acostumados a coisas que foram sonhadas por alguns poucos visionários apenas há uma ou duas gerações – computadores pessoais, transplantes de órgãos, telefones móveis, viagens espaciais, realidade virtual. Tudo isso tornou melhor as nossas vidas.” Ashley lembra que a humanidade pode ter se surpreendido com os efeitos colaterais desses avanços, mas não a ficção científica.

Crescimento
Mudanças climáticas, destruição nuclear, convulsão social e engenharia genética estão entre os temas mais urgentes da sociedade atual que o gênero vem explorando há muito tempo. “Quando a primeira bomba atômica foi detonada, em 1945, houve quem dissesse que os únicos a não estarem surpresos eram fãs de ficção científica”, observa Ashley. Desde então, primeiro na literatura e depois também no cinema e na TV, o gênero ampliou muito o seu alcance e tem prestígio crescente.

O filme de maior bilheteria na história, por exemplo, é Avatar (2009), de James Cameron, que se ambienta na lua de um planeta a 4,3 anos-luz da Terra, habitada por alienígenas. Um dos reality shows de maior audiência em redes de TV de diversos países, Big Brother , foi buscar seu título e seu conceito – o de câmeras domésticas que possibilitam espionar (e assim controlar) a vida privada das pessoas – no romance 1984 , de George Orwell (1903-1950), publicado em 1949.

Ashley considera estranho que muita gente não considere o livro de Orwell como ficção científica. O mesmo ocorre com Admirável Mundo Novo (1932), de Aldous Huxley (1894-1963), e O Conto da Aia (1985), de Margaret Atwood. “Existe uma percepção estreita de que o gênero se destina primordialmente a um leitor jovem, e se concentra em aventuras no tempo e no espaço”, critica. “Um julgamento seletivo que identificaria a ficção científica pelos seus piores exemplos, enquanto os melhores seriam vistos como ‘literatura’.”

Mundos diversos
A exposição da British Library busca estabelecer origens, natureza e alcance do gênero por meio de seis temas: mundos alienígenas, tempo e mundos paralelos, mundos virtuais, mundos futuros, o fim do mundo e mundos perfeitos. Textos e imagens são organizados em seis espaços interligados, para dar conta de autores e obras que vêm explorando esses tópicos, em diversos países.

O compêndio dos que primeiro especularam a respeito de mundos alienígenas, com o emprego de “viagens extraordinárias”, inclui escritores referenciais como Jonathan Swift (1667-1745), autor de As Viagens de Gulliver (1726), originalmente publicado como Viagens para Diversas Nações Remotas do Mundo, e Julio Verne   (1828-1905), autor de clássicos como Paris no Século XX (escrito na década de 1860, mas só publicado em 1994), Da Terra à Lua (1865) – que daria origem a um precursor do gênero no cinema, Viagem à Lua (1902), de Georges Méliès (1861-1938) – e 20 Mil Léguas Submarinas (1870).

H. G. Wells (1866-1946), que escreveu A Máquina do Tempo (1895), O Homem Invisível (1897) e A Guerra dos Mundos (1898), e J. G. Ballard (1930-2009), autor de contos que integraram a “nova onda” da ficção científica nos anos 1960, estão entre os que exploraram temas relacionados ao tempo e aos mundos paralelos. O espaço reservado aos investigadores dos mundos virtuais, por sua vez, destaca o escritor William Gibson, autor do romance Neuromancer (1984), e a obra inspirada nele que se tornou mais popular do que o original: Matrix (1999), filme de Larry e Andy Wachowski.

O ciberespaço – território virtual que tem hoje na internet sua maior tradução – seria uma “alucinação consensual”, segundo Gibson. Não foi o primeiro, contudo, a questionar o que consideramos “real”. “Tudo o que vemos ou parecemos é apenas um sonho dentro de um sonho”, arriscou o escritor Edgar Allan Poe (1809-1849). E, invertendo os polos, Philip K. Dick (1928-1982) – autor dos romances que inspiraram os filmes Blade Runner (1982) e Minority Report (2002) – saiu-se com uma espécie de “antidefinição” de ficção científica: “Realidade é o que se recusa a ir embora quando eu paro de acreditar nela”.







Veja fotos da exposição

Autor

Sérgio Rizzo


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