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Os slogans na educação

O que era para ser um símbolo passa a ser visto como verdade literal

Por serem recorrentes em peças publicitárias, acostumamo-nos com a ideia de que os slogans se restringem a esse uso específico. Nada mais enganoso. Eles constituem, antes, uma função da linguagem e estão presentes nos mais variados contextos discursivos. Sua propagação visa promover a adesão a um princípio de ação ou a uma máxima de valor prático e não à veiculação de uma teoria. Assim, abstraída de seu contexto original, uma frase atribuída a Maquiavel (Os fins justificam os meios) ganhou popularidade e tem sido evocada a fim de transmitir o que seria uma suposta legitimidade de certas práticas políticas. De forma análoga, no campo da educação, frases impactantes, muitas vezes originárias de obras complexas, popularizam-se entre educadores como símbolo de um movimento prático.
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Esse foi o destino, por exemplo, da máxima do filósofo John Dewey (Ensinamos crianças, não matérias) ou da frase todo educador é um educando e todo educando um educador, de Paulo Freire. Na qualidade de slogans, mais do que elucidar uma posição teórica, esses fragmentos discursivos buscam a adesão a um conjunto de princípios e práticas que a eles se associam. Assim, procuram chamar a atenção para um aspecto eventualmente negligenciado nas práticas educativas: a necessidade de vincularmos o ensino à aprendizagem ou de considerar que o sujeito a quem educamos é portador de cultura e conhecimentos, mesmo que estes não se identifiquem com os conteúdos clássicos do currículo escolar.


Um dos problemas decorrentes da ampla popularização de certos slogans decorre do estatuto que a eles se passa a atribuir. Por força de sua difusão e aceitação, aquilo que não deveria passar de um símbolo passa a ser tomado como uma verdade literal, como se expressasse um sólido ponto de vista teórico capaz de elucidar a complexidade do processo educativo. Quando isso ocorre, contudo, torna-se necessária uma crítica tanto do sentido literal do slogan como de suas intenções práticas, sem que confundamos um aspecto com o outro.


Assim, é perfeitamente possível compreender e aprovar a intenção prática de um slogan, sem concordar com seu conteúdo literal. Podemos, por exemplo, compreender e aprovar a ideia de que mais do que simplesmente transmitir um conteúdo, um professor deve tentar levar seus alunos a se interessar por aquilo que ele ensina. Ainda assim, é possível objetar que, do ponto de vista literal, a máxima de que devemos trabalhar a partir dos interesses das próprias crianças não se sustenta. O papel de um professor pode – e muitas vezes deve – ser exatamente o de criar novos interesses e não de se submeter a interesses criados pela mídia ou por outros segmentos sociais que não têm na formação educacional seu interesse primordial. Tratar um slogan por aquilo que ele é – uma simples fórmula verbal impactante – é uma forma de recusar certezas dogmáticas que nos impedem de refletir sobre a complexidade da tarefa educativa.

Autor

José Sérgio Fonseca de Carvalho


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