NOTÍCIA
Programa americano é referência na formação de professores, mas ainda enfrenta a dificuldade de ser para poucos
Publicado em 06/09/2013
A diferença é que, por lá, o programa é direcionado a qualquer profissional que deseje se tornar professor, não importa o que tenha feito na graduação. O curso é realizado em apenas um ano e tem valor de mestrado – a vantagem é que, com o título, os salários aumentam bastante no início da carreira.
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A seleção é rigorosa. No Boston Teacher Residency (BTR), por exemplo, apenas 12% dos candidatos são aprovados para ingressar no programa. Em compensação, 80% dos formandos mantêm-se nas escolas pelos primeiros três anos. Aqui existe um segredo: o empréstimo recebido durante o programa precisa ser pago de volta somente se o ex-aluno deixar as escolas da cidade em um período que varia entre três e quatro anos. Atualmente são 25 programas em 20 cidades. Pelo custo alto, os programas formam de 50 a 85 alunos por ano. O de Chicago quer aumentar para 200. Ainda assim, são números pequenos. Conseguir financiamento é um dos grandes desafios: em geral, é uma combinação de fundos públicos e privados. “Além disso, nos esforçamos para colocar os formandos em escolas públicas da nossa cidade, de modo que eles tenham um bom suporte e tornem-se bem-sucedidos no primeiro ano de sala de aula”, diz Melanie Winklosky, diretora de desenvolvimento do programa de Boston.
A preocupação de manter os professores bem assessorados ocorre também, naturalmente, durante a residência. Para garantir que os chamados “professores mentores”, provenientes das escolas públicas, estejam alinhados com o programa, o BTR trabalha com apenas cinco instituições. Existem ainda profissionais designados apenas para treinar e assistir os mentores durante o processo.
No Brasil, o colégio federal Pedro II, no Rio de Janeiro, que figura entre os melhores do país, adota modelo parecido com o da residência norte-americana. Porém é voltado apenas a professores recém-formados de escolas com mau desempenho no Ideb.
A carga horária é de 420 horas, divididas entre atividades em sala de aula, em setores administrativo-pedagógicos, como laboratório e biblioteca, e atividades de formação continuada, como oficinas e congressos. Os residentes recebem uma bolsa de R$ 400 mensais, financiada pela Capes. A residência, no entanto, não equivale a uma pós-graduação, como a dos Estados Unidos.