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Formação Docente

Pesquisadores defendem a necessidade da formação continuada para a efetivação do currículo nacional

Quando se trata do debate sobre a base curricular nacional, a questão da formação docente surge como ponto central. “A formação de professores não pode ser independente da questão curricular. Professores são formados para lecionar na educação básica e, portanto, precisa haver forte relação”, afirma […]

Publicado em 17/04/2014

por Patrícia Ribas

Quando se trata do debate sobre a base curricular nacional, a questão da formação docente surge como ponto central. “A formação de professores não pode ser independente da questão curricular. Professores são formados para lecionar na educação básica e, portanto, precisa haver forte relação”, afirma Leda Scheibe, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). E prossegue: “Isso não significa, porém, que um curso de formação deva ser apenas pautado no currículo escolar em vigência. Formação, a própria palavra tem este significado, envolve um conjunto de conhecimentos que vão desde os conhecimentos culturais, científicos, tecnológicos, pedagógicos, até os conhecimentos de um conteúdo específico da docência a qual se refere à formação de cada um”, avalia a pesquisadora.

“Um currículo com uma clara definição de base nacional comum pode facilitar muito a vida do professor, até porque ele pode complementar sua formação ‘estudando’ essa base comum através da formação continuada em sua trajetória profissional”, aponta a pedagoga Lúcia Couto. Ela destaca aí o problema comum do “como ensinar” entre os profissionais de educação. “Os campos da didática e das metodologias de ensino são preteridos na formação inicial de professores. A pedagogia os coloca em segundo plano”, diz.

Jaqueline Moll, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), inclui outro ponto: a diferença entre os profissionais de pedagogia, que assumem a educação infantil e os primeiros anos do ensino fundamental, e os das licenciaturas, que pegam as crianças nas fases finais do fundamental e depois no ensino médio. “Esse professor pedagogo tem, sim, que ter estudado, compreendido a lógica da matemática, das ciências, da relação desse conteúdo com o processo pedagógico. Nos especializados, muitas vezes temos abordagens muito qualificadas na área de conhecimento do estudo, mas pouca relação com o processo pedagógico, com a escola, com as demais áreas de conhecimento”, pontua.

Indissociáveis
“Currículo e formação de professores são questões completamente relacionadas”, diz Alice Casimiro Lopes, da Unviersidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), destacando o fato de termos no Brasil profissionais muito bem capacitados, mas muitos ainda com grandes lacunas de formação. “Há necessidade de melhorar essa formação e não supor que os problemas de um profissional mal formado possam ser corrigidos por um livro didático ou um currículo claramente definido e centralizado”, afirma. Edjailson Bezerra da Silva, coordenador pedagógico da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, lembra da necessidade de formação continuada dentro da discussão curricular. “A relação entre formação e currículo deveria ser univitelina. É necessário que se estude o currículo dentro de suas múltiplas possibilidades de aplicação e assim tentar corrigir um dos grandes erros dos sistemas de ensino, que é ter um currículo e deixar de lado a formação daquele que o implementa”, diz.

 

Autor

Patrícia Ribas


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