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Longa jornada para dentro do mundo

Ainda pouco conhecida do grande público, a animação brasileira ganhou projeção internacional nos últimos anos graças ao êxito de dois filmes muito peculiares. Uma história de amor e fúria, dirigido por Luiz Bolognesi, com as vozes de Selton Mello e Camila Pitanga, obteve em 2013 […]

Publicado em 12/01/2015

por Sérgio Rizzo

Ainda pouco conhecida do grande público, a animação brasileira ganhou projeção internacional nos últimos anos graças ao êxito de dois filmes muito peculiares. Uma história de amor e fúria, dirigido por Luiz Bolognesi, com as vozes de Selton Mello e Camila Pitanga, obteve em 2013 o prêmio de melhor longa-metragem no principal festival do gênero, em Annecy (França). Neste ano, a mesma distinção foi entregue a O menino e o mundo (2014, 80 min), de Alê Abreu.

Cada um representa objetivos, técnicas e procedimentos bem distintos. Enquanto o filme de Bolognesi é voltado, sobretudo, ao público jovem e faz um passeio por episódios-chave na história do Brasil (além de um capítulo futurista) com base em um personagem inspirado na mitologia indígena, o de Abreu chegou ao mercado como se fosse um “filme de arte” para crianças, mas é uma fábula intimista que se dirige a todos os públicos – e, desde o lançamento nos cinemas, tem conquistado a admiração calorosa de adultos de diversas faixas etárias.

#R#

A excelência e a repercussão internacional de ambos contribuem para um crescente interesse pela animação entre profissionais do audiovisual, e também entre crianças e adolescentes que são apresentados aos vários métodos (muitos caseiros) para produzir curtas animados. Em O menino e o mundo, diversas técnicas são utilizadas para narrar a jornada de um menino que abandona o lugar onde vive, em uma zona rural, para buscar o pai que deixou a família há algum tempo. A poesia das imagens, combinada a uma trilha sonora expressiva, tende a atingir não a razão, mas a emoção do espectador, em uma experiência não verbal que pode ser imensamente gratificante para quem se deixar levar por ela.

FILMOTECA
Cinema ativista
A luta por direitos civis está presente em diversos filmes. Confira uma pequena seleção:

Um grito de liberdade (1987)
Denzel Washington interpreta o ativista sul-africano Steve Biko, que foi morto, sob custódia da polícia, durante o apartheid. Baseado em livros do jornalista Donald Woods, que investigou o caso e ajudou a elucidá-lo, apesar das intensas pressões que sofreu.

Mississippi em chamas (1988)
Em 1964, dois agentes federais (Gene Hackman e Willem Dafoe) são enviados ao estado do Mississippi para investigar o desaparecimento de três ativistas civis. O diretor Alan Parker recria o caldeirão social que consagraria avanços históricos no país.

Malcolm X (1992)
O diretor Spike Lee refaz a trajetória do líder negro americano Malcolm X (Denzel Washington), cujo pai, um ministro da Igreja Batista, foi assassinado por militantes da Ku Klux Klan, e que se tornou mártir dos direitos civis ao ser assassinado, em 1965.

Domingo sangrento (2002)
Docudrama do massacre de manifestantes irlandeses pelos direitos civis, em 1972. O diretor inglês Paul Greengrass mostra cuidadosamente os preparativos para a passeata pacífica que organizavam e a repressão de que foram vítimas pelas tropas britânicas.

Milk: a voz da igualdade (2008)
O ator Sean Penn e o roteirista Dustin Lance Black ganharam o Oscar por essa detalhada recriação dos eventos que levaram ao assassinato de Harvey Milk, primeiro político da Califórnia a ser eleito com um discurso de luta pelos direitos dos homossexuais.

Histórias cruzadas (2011)
O movimento pelos direitos civis no sul dos EUA sob a perspectiva de uma jovem branca que decide recolher depoimentos de mulheres negras de sua comunidade. Os relatos incomodam pela visão aguda do preconceito de que haviam sido vítimas durante a vida inteira.

Autor

Sérgio Rizzo


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