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NOTÍCIA
Carlos Skliar se propõe a pensar o ato educativo e nos convida a rever nossa relação com o outro
Publicado em 12/05/2015
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O professor e pesquisador argentino Carlos Skliar é autor de diversos livros sobre a temática da educação na interface com a filosofia da diferença, como Pedagogia improvável da diferença, Ensinar enquanto travessia, Experiências com as palavras: notas sobre linguagem e diferença, entre outros. Skliar também é poeta, e sua poesia tem como potência um olhar atento e sensível em relação ao mundo, fazendo pulsar, em seus escritos, o silêncio e as vozes, as presenças e as ausências, o impensável e a possibilidade.
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Entretanto, seu mais recente título – Desobedecer a linguagem: educar – não é um livro de poesia, mas, um livro poético. A poética parece ser a lente com a qual, através dos seus cinco capítulos: Linguagens, Leituras, Escritas, Alteridades e Educares, Skliar se propõe pensar o ato educativo. O autor, ainda que indiretamente, partilha e reflete sobre o que pode nos dar a pensar e a pensar-nos como professores, pessoas, sujeitos, educadores: “aquilo que ainda tem palavras e pode ir além do que parece haver acabado; aquilo que reina num território híbrido entre o compreensível e o incompreensível (Skliar, 2014, p. 23).
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Desobedecer a linguagem: educar, de Carlos Skliar (Autêntica, 240 págs., R$ 39) |
O que pode parecer acabado, mas é um inventário em aberto, passível de transformação, nos ajuda a perceber Skliar, são as ideias, as crenças, as certezas. Assim, as colocações do autor sobre o poeta e a poesia nos provocam a assumir, cada vez mais, o lugar de “uma voz que escuta” (p. 24). De que outro modo viver a escuta sensível necessária para manter um diálogo com nossos alunos e alunas? A aprender com eles?
O livro em questão é um convite a que nós professores possamos pensar-nos na relação com o outro, com nossos alunos, e, assim, pensar também nossas práticas, indagá-las, pensar o que está por trás delas, que verdades as sustentam. Sobretudo em relação à leitura e à escrita, Skliar nos provoca a perceber contradições entre o que perseguimos (uma educação na cidadania, uma formação de sujeitos autores de suas falas e pensamentos) e o que praticamos: “também a escrita e a leitura se transformaram em mercadorias e já não requerem leitores ou escritores amáveis ou amigos, mas sim consumidores” (p. 11). Até que ponto ser consumidor é se assumir como autor de “experiências próprias com palavras próprias”? (p. 129). E nossas práticas? Têm ajudado os alunos a ocuparem o lugar de produtores ou reforçado o estigma de consumidores? Indagações que precisamos fazer e refazer muitas vezes…