NOTÍCIA
Por meio de uma parceria com Laspau, Semesp leva 50 estudantes para uma imersão em Harvard, MIT, Boston University e NortheasternUniversity
Publicado em 21/08/2017
Em visita ao site do Semesp, a aluna de Relações Internacionais da Faap, Nathalia Paz Parnes, de 20 anos, se deparou com uma oportunidade imperdível: um curso de capacitação em liderança e empreendedorismo nas universidades mais cobiçadas dos Estados Unidos — Harvard, Boston University, MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussetts) e Northeastern University.
O programa resultante de parceria com a Laspau, organização cujo trabalho consiste em conectar alunos, gestores, professores e organizações nas Américas, previa não só visitas guiadas às instituições e a possibilidade de trocar experiências com líderes estudantis de cada uma delas, como também workshops, palestras e aulas práticas em torno de temas candentes da atualidade: criatividade e inovação, capacidade de persuasão, comunicação visual, técnicas para falar em público e outras habilidades valorizadas pelo mercado de trabalho no século 21.
Nathalia considerou que a proposta de desenvolver competências de comunicação a ajudaria profissionalmente e decidiu apostar nela. E, assim, tomou medidas junto à diretoria para ganhar apoio e conseguir representar sua escola no exterior: “Apresentei o programa a dois professores e pedi que eles me ajudassem a obter autorização da Faap para viajar em nome dela”, conta. De instância em instância, ela logrou, finalmente, carimbar o passaporte e se embrenhar nesse novo ambiente educacional que ela define como “simplesmente impressionante”. Sem saber, antes mesmo de entrar no avião rumo aos Estados Unidos, Nathalia já estava empreendendo e exercendo liderança.
Em quatro dias de curso, ela diz ter aprendido os fundamentos da postura empreendedora, além de ter adquirido repertório para comparar as realidades brasileira e americana. Sua conclusão é de que os jovens brasileiros estão, de maneira geral, dissociados das novas ideias e da economia criativa. Além disso, ela acredita que faltam condições para inovar, daí a importância de trazer ferramentas que oxigenem não só o ambiente acadêmico como o mundo corporativo.
Habilidades para o século 21
Promover esse choque cultural,aguçar a percepção das relações de trabalho e do seu próprio papel no mercado e, consequentemente, ampliar os horizontes dos jovens em formação, é o que almeja o Semesp com a parceria. “O curso tratou de temas como ética e respeito à diversidade e se propôs a dar diretrizes para o enfrentamento de desafios, a resolução de problemas complexos, o trabalho sob pressão, o desenvolvimento de uma atitude empreendedora e a apresentação de soluções para a sociedade”, explica Fábio Reis, diretor de Inovação Acadêmica e Redes de Cooperação. “Estudantes com essas competências podem se tornar líderes em suas instituições de ensino, conduzir projetos acadêmicos e ser agentes de boas mudanças nas próprias escolas e na sociedade.”
Ainda segundo o professor Reis, a vivência em grandes universidades norte-americanas é um diferencial que os alunos contemplados com a viagem vão poder levar para a vida toda – e em especial ao pleitear um posto de trabalho: “Há uma crescente valorização das atitudes empreendedoras por parte dos empregadores”, garante.
Lembrando que “os nossos estudantes de hoje são os egressos de amanhã”, eles terão de assumir funções que exigem atitude, assertividade, resiliência, visão de futuro e capacidade de lidar com a diversidade. O diretor do Semesp ainda pontuou que, “cada vez mais, o mundo está conectado em diversas redes de cooperação e requer líderes com visão global. As pessoas são transferidas, precisam visitar a sede da companhia, fazer negócios com empresas localizadas em lugares diferentes. Isso demanda capacidade de atuar tanto regionalmente como em qualquer lugar no mundo”.
Fazer com que o empreendedorismo deixe de ser uma disciplina oferecida em alguns cursos de graduação e passe a ser pensado de forma sistêmica é, portanto, segundo ele, tarefa mais do que urgente: “Vamos investir na proatividade.Pessoas com boas ideias, criativas, capazes de apresentar soluções para problemas complexos, podem ser referência e exemplo de atitude ética”, completa.
Objetivos alcançados
Quinze IES compartilharam desse ponto de vista, sendo representadas, este ano, por um total de 50 jovens. O Centro Universitário de João Pessoa (Unipê) levou 10 alunos; a Fundação de Ensino e Tecnologia de Alfenas, em Minas Gerais, sete. Cinco estudantes do Unitoledo, de Araçatuba, e cinco da Faesa, de Vitória, no Espírito Santo, também participaram.
Glauson Mendes, diretor de Marketing do Unipê, explicou que o custeio da viagem vai em consonância com “a própria essência da IES, de trabalhar a diversidade cultural e novas formas de pensar entre os estudantes”.
“Queremos ajudar a criar uma percepção de liderança entre os nossos jovens, para que eles entrem no mercado de trabalho cientes das próprias habilidades”, diz, adiantando que o critério de escolha dos alunos foi o ranking de classificação do Enade, termômetro que permite medir, a cada três anos, a qualidade dos cursos ofertados a partir do desempenho dos alunos na prova. Neste ano, foram os alunos de Odontologia e Educação Física que mais se destacaram na faculdade.
Na Unifenas, a seleção foi pela média acadêmica de cerca de 650 alunos inscritos para a viagem. “Além disso, pontuamos outros três indicadores: as atividades de ensino, de extensão e de pesquisa”, explica o pró-reitor Mário Sérgio Swerts.
Além de formar “o profissional-cidadão proativo que o mercado exige”, explica Swerts, dois outros fatores influenciaram o apoio da Unifenas à iniciativa: “Desejamos fazer internacionalização com inteligência e queremos que esses alunos em formação sejam multiplicadores dos ensinamentos que tiveram oportunidade de assimilar”.
Aluna da Faculdade Dom Domênico, do Guarujá, onde cursa o 3º semestre de Administração de Empresas, Lívia Dutra Jacob concorda com os seus colegas de viagem quanto às vantagens da iniciativa. Entre elas, conhecer Harvard e o MIT, acompanhar palestras de consultores estrangeiros e descobrir como os americanos enxergam a sociedade e a possibilidade de influenciar outras pessoas e mudá-la.
Mas há um compromisso entre alunos e gestores que paira no ar, ao cabo da experiência, e que Lívia deixa transparecer melhor que ninguém. Por que ela tenha entendido que “abrir um negócio é muito mais simples nos Estados Unidos que no Brasil” ou que tenha desenvolvido sensibilidade para “ver diferenças entre agir como um soldado e um leão”, seu ímpeto natural, agora, é lidar com o público — os colegas de faculdade –, replicando o que aprendeu. “Volto com duas ideias na bagagem: empreender em São Paulo e dar palestras na faculdade sobre o que aprendi”, conta. A reação da jovem de 20 anos é prova cabal que os objetivos do curso foram alcançados.