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Por meio da InovaMo, instituições de ensino passam a ter domínio de seus dados para captar, reter alunos e até evitar inadimplência
Publicado em 20/09/2019
Segundo o IBGE, mais da metade dos brasileiros com 25 anos ou mais ainda não concluiu a educação básica. Aqueles que conseguem chegar ao ensino superior – atualmente 8,4 milhões de pessoas –, ainda enfrentam uma série de dificuldades para se manter.
Ao tomar conhecimento desses dados, o economista e empreendedor Carlos Eduardo Mello ficou alarmado. “É um absurdo que apenas um em cada seis jovens de 18 a 24 anos estejam matriculados no ensino superior. Outro dado que incomoda é o de que um em cada quatro universitários evadem.”
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Mello é cofundador da InovaMo, startup que, desde 2017, oferece às instituições de ensino superior um sistema de inteligência artificial que transforma todos os dados captados em insumos importantes para as estratégias de captação, retenção e inadimplência. Mesmo há pouco tempo no mercado, a edtech já possui reconhecimentos, como o prêmio Digital Transformation Lab (DTL), promovido pela Microsoft.
Com mais de dez anos de experiência em gestão de risco para o mercado financeiro, o empreendedor e seu sócio na startup Caio Silva trabalharam juntos no PRAVALER, maior linha de crédito estudantil privado do país. “Sempre fomos acostumados a olhar para os dados e maximizar rentabilidades de bancos de financeiras”, explica Mello, que, junto de seu sócio, notou uma oportunidade no setor educacional. “Decidimos levar nossa expertise para o ensino superior porque a gente entende que é uma área carente desse tipo de recurso”, detalha.
O propósito da startup é ajudar as instituições a melhorarem seus resultados, gerando alertas e estratégias. Na captação, por exemplo, o sistema da InovaMo aponta a probabilidade dos candidatos se matricularem e qual vale investir mais.
Além do produto baseado em inteligência artificial, há um aplicativo denominado Presença digital que, por meio de QR Code, registra quem está em sala de aula. A ferramenta também avisa aos estudantes que a aula começou e ainda permite que eles façam uma avaliação do professor no final de cada aula.
Para o economista, a IES não deve esperar o aluno faltar várias vezes para perceber que há probabilidade de evasão ou entrar em contato quando o desligamento já ocorreu. A meta é utilizar os dados disponíveis para evitar a desistência.
A Universidade Positivo, de Curitiba, e a Fecap, de São Paulo, são exemplos de instituições que utilizam o aplicativo.
“Hoje o dado é o novo petróleo. Tem gente com muito dado, mas não sabe que fazer com isso. Nós ajudamos as instituições a melhorarem seus resultados”, esclarece Mello. Ele também explica que os produtos da startup são customizados para cada instituição, pois não existe um algoritmo de mercado para todas.
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