NOTÍCIA
A exemplo de case de sucesso da Universidade de Múrcia, na Espanha, o processo requererá estratégia, personalização e diferenciação. Impacto alcançará 80% das instituições no mundo este ano
Publicado em 08/04/2022
A corrida pela sustentabilidade das IES certamente deve percorrer o caminho da transformação digital, evidencia Pedro Martínez, vice-reitor de estratégia e universidade digital da Universidade de Murcia, na Espanha. Em evento online promovido pelo Semesp em parceria com a MetaRed, nesta quinta-feira, 7, o gestor falou sobre a implementação das mudanças na instituição e como a tecnologia pode ser usada para uma real diferenciação e competitividade no atual contexto da educação superior.
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Para Martínez, as IES devem fazer o máximo proveito das ferramentas tecnológicas, uma vez que até o final de 2022, 80% delas no mundo emitirão alguma forma de credencial digital. No Brasil, esse movimento vem sendo percebido pela implementação do diploma digital, imposto como norma pelo MEC nos setores público e privado.
Além disso, o aprendizado ao longo da vida e a personalização serão cada vez mais requisitados, além de maior agilidade de atualização não só no que diz respeito à formação, mas também ao serviço que é prestado. “haverá profissões que não existirão daqui cinco anos, isso demanda formação qualificada e especializada” diz. “Alguns bancos, por exemplo, já estão fazendo suas próprias faculdades porque consideram o acompanhamento das universidades muito lento”, alerta.
Para ele, diante desse contexto, é importante que as IES sejam capazes de ser competitivas. Martínez se diz preocupado ao se deparar com uma demanda que não existia antes. “Estamos automatizando muitos postos de trabalho e o resultado dessa automatização pode resultar em um grande drama social: ficar sem emprego e oportunidades de novos empregos”. Para tanto, o gestor sugere investimento em requalificação profissional, mas faz ressalva de que IES ainda tem muito que avançar.
Pedro Martínez acrescenta ainda que transformação digital é algo totalmente estratégico, não é um processo simplesmente de digitalização ou de uso das tecnologias; tem que estar muito alinhada com a própria estratégia institucional. “A pergunta de um milhão é: o que podemos fazer para nos diferenciar?”
Na Universidade de Múrcia, segundo o gestor, era muito claro desde o princípio que alcançar a transformação digital era um processo transversal que envolvia toda a instituição. Para ele, esse processo é como uma “mesa de três partes”, que envolve uma mudança cultural, já que exige adaptação a um novo modelo de funcionamento; estratégia clara sobre esse modelo e utilizar a tecnologia a seu favor para por a estratégia em prática.
A abordagem feita em Múrcia então foi primeiramente questionar as mudanças para alcance da transformação cultural da instituição sobre o que queriam transformar, como fazê-la, comunicar essa missão para toda a universidade e por fim, estabelecer um plano para atingir essa transformação. “Se qualquer uma dessas partes não estiver bem definida, você vai seguir fracassando”, conclui.
Em 2021, 30% das instituições foram forçadas a implementar uma estratégia de personalização para manter suas matrículas;
Até 2023, a aprendizagem ao longo da vida ultrapassará as licenciaturas em 10% das instituições;
Até 2024, 50% das IES terão de aplicar alguma estratégia de diferenciação a 100% do catálogo do curso.
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