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NOTÍCIA
União de mulheres em grupos de trabalho influencia o desbravamento de áreas predominantemente masculinas
Publicado em 20/04/2023
A área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) foi e ainda é majoritariamente composta por homens brancos. O crescimento na presença feminina visto nos últimos anos, no entanto, indica a necessidade de uma repaginação na área. Grupos de trabalho (GT) voltados para o empoderamento feminino são um fator importante para a mudança. É o que indica Cristina Ares Elisei, professora e doutora em engenharia mecânica, que também pontua: não se pode falar de equidade de gênero sem falar em equidade racial.
Cristina faz parte do GT de tecnologias educativas da MetaRed desde 2019 e, neste ano, foi convidada para coordenar o grupo de mulheres na TIC no Brasil. O grupo visa promover a participação das mulheres no campo das TIC nas IES Ibero-americanas, através da formação, colaboração e divulgação de seus trabalhos, habilidades e experiências. “O grupo quer fazer essa movimentação, mostrar exemplos de mulheres bem sucedidas e batalhadoras que conseguiram um lugar ao sol”, conta.
Para a profissional, o crescimento da presença feminina pode estar ligada ao desenvolvimento dos GTs. “Percebemos isso na Sociedade Brasileira para o Progresso das Ciências e nos grupos da ONU que promovem o empoderamento da mulher, independente da área. Acho que isso vem, ao longo do tempo, fazendo com que as mulheres busquem mais a TIC, bem como as áreas STHEM, antes vistas como masculinas. Esses grupos podem realmente estar influenciando”, acredita.
De acordo com Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de 2021, a participação feminina na área cresceu 60% nos últimos cinco anos. Apesar do aumento, o total de mulheres na TIC ainda é baixo. Dados apresentados pelo Censo da Educação Superior de 2021 mostram que entre os formandos nas áreas de tecnologia, apenas 14,2% são mulheres, enquanto os homens representam 85,2% do total.
Cristina Ares Elisei: “mulheres precisam se unir para mostrar que coisas simples e banais devem ser levadas em consideração” (Foto: arquivo pessoal)
A professora aponta alguns dos desafios enfrentados pelas mulheres do setor, como a licença maternidade. “Uma das coisas analisadas pelos órgãos de fomento quando se submete um projeto de pesquisa é a produção do pesquisador ou pesquisadora nos últimos anos, como tem se desenvolvido, sua atuação em eventos e a efetiva participação acadêmica. Como a mulher sai de licença, abre-se uma lacuna muito prejudicial na solicitação do fomento”, explica. Ela cita o trabalho do Parent in Science, programa voltado para a discussão da parentalidade dentro do universo científico, que, em 2018, formalizou pedido pela inclusão do registro de licença maternidade no Currículo Lattes das pesquisadoras brasileiras. Em 2021, a mudança foi anunciada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), entrando em vigor no mês de abril do mesmo ano.
“A gente percebe que, em todas as áreas, as mulheres precisam se unir para mostrar que coisas simples e banais devem ser levadas em consideração, não por demérito de um gênero, mas por estereótipos criados pela sociedade. O pai não tem direito a licença paternidade na mesma proporção que a mãe. Enquanto pesquisador, ele pode seguir com a vida normalmente”, salienta Cristina.
As mulheres na tecnologia foram o pontapé para a produção do documentário Cibernéticas, de Graziela Mantoanelli. Na produção, a co-diretora-executiva do Olabi – organização dedicada a diversificar a cena de tecnologia e inovação -, Silvana Bahia, chama a atenção para a desigualdade racial no setor. “Quando você olha para o mercado de tecnologia, 25% é composto de mulheres, 11% são mulheres negras. Não é primeiro uma pauta e depois a outra, temos que trabalhar para que as pautas cheguem juntas. Isso me incomodava quando se falava em mulher e tecnologia e questionava a razão de estarmos falando de mulher, tecnologia e raça. Vamos ter que esperar que as mulheres brancas se insiram na tecnologia para depois a gente entrar? Por que não podemos entrar juntas?” indaga. O documentário, produzido pela Deusdará Filmes, estará em breve na Globoplay (confira o trailer).
Cristiana reconhece a necessidade de uma equidade entre mulheres brancas e pretas no mercado. “Principalmente por estarmos no Brasil, onde a maioria da população é negra, não podemos falar de equidade de gênero sem falar em equidade de raça. A nossa atuação pretende ser em ambos os sentidos, juntando esforços”, afirma.
Na terça-feira, 25 de abril, o evento digital Mulheres na TIC – Celebrando as conquistas e enfrentando os desafios, marcará o lançamento do GT. Promovido pelo Semesp em parceria com a MetaRed, o webinar contará com a participação de Cristina Ares Elisei e das professoras Erika Sánchez Chablé, coordenadora do GT no México, e Daniela Neves Ferreira, CEO da Universia. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site do Semesp (acesse).