NOTÍCIA
Especificamente para o mercado agro, a Unifeob focou na concepção de modelos de negócios sustentáveis, facilitados pela tecnologia
Publicado em 29/06/2023
A Unifeob – Centro Universitário Fundação de Ensino Octávio Bastos – começou o ano de 2023 com novo posicionamento no mercado, alavancado pelo design estratégico que recebeu o nome Sustentar. São ações vinculadas às questões ambientais, sociais e econômicas pensadas a partir da lógica de future back. “Devemos imaginar múltiplos futuros e trazê-los para o presente. Isso favorece a visão de longo prazo e fortalece a estratégia. Não há futuro sem comunidade, diversidade, educação, água de qualidade, energias renováveis, agricultura inclusiva, segurança alimentar”, fala José Roberto Almeida Junqueira, reitor da Unifeob.
Há 58 anos em São João da Boa Vista, cidade do interior paulista, a Unifeob acompanhou a vocação da região: vanguarda em tecnologias para a agropecuária, pioneira na transferência genética de bovinos e equinos, um polo de produção de implementos agrícolas. A instituição criou seu curso de medicina veterinária nos anos 80, o segundo no país entre as faculdades privadas, e desde então tornou-se referência. “Do portfólio de mais de 20 cursos, é o de maior expressão, em número de estudantes, margem de contribuição e ticket médio”, pontua Junqueira. O curso de engenharia agronômica também é referência em toda a região.
A visão que o Sustentar ancora é sistêmica e multidisciplinar. “Quando começamos a pensar no nosso reposicionamento, partilhamos uma imagem que nos marcou muito: raíz e asas.” É a tradição com um olhar para o futuro. “A sociedade hoje precisa de conceitos e ações mais amplas”, afirma Junqueira. E exemplifica. “O Brasil é bom na produção de alimentos. Mas as pessoas estão preocupadas com o tipo de alimento que consomem. Então, vamos falar de saudabilidade, pois não basta ter quantidade. E saudável não apenas para o ser humano, mas para os animais que fornecem a carne, o solo e atmosfera.”
“Interessa para nós introduzir os temas da sustentabilidade entre os nossos estudantes, sejam eles de agronomia, veterinária, ou enfermagem, direito e arquitetura. São temas que estão na ordem do dia, e as universidades estão 20, 30 anos atrás, como se essas questões não existissem.” Junqueira fala da necessidade de mudança de mindset, em que o Sustenta é a estrela-guia. “Vamos começar a agregar todos os cursos e envolver o mapa mental dos professores.”
Danielle Rodrigues, vice-reitora, conta que a Unifeob, como fundação sem fins lucrativos, sempre teve uma ação social forte. “Mas entendemos que o que nos trouxe até aqui não é necessariamente o que vai nos conferir sucesso daqui para a frente. Então, o Sustentar parte desse pressuposto de que a Unifeob está definitivamente comprometida em construir um ecossistema, essa ideia é algo muito forte para nós.”
Buscar soluções para os problemas contemporâneos é uma premissa. João Otávio Bastos Junqueira, conselheiro executivo, aponta um spin off já como resultado dessa busca. “É uma empresa que está nascendo a partir de um experimento prático, aplicado, que começou aqui na Unifeob, envolvendo alunos da agronomia, veterinária e biologia. Começamos a pesquisar fontes alternativas de proteína, trabalhando com insetos comestíveis. Essa nova empresa, o nome é Pangeia, está sendo criada e se propõe a fazer isso.”
Em 2022, o agronegócio alcançou 25% do PIB, considerando todas as cadeias de produção e comercialização. Estudo da Embrapa, realizado em 2021, apontou que produtos do agronegócio brasileiro chegam a 800 milhões de pessoas, abastecendo o mercado interno e externo. Nesse universo, o mercado pet merece destaque. De acordo com o Instituto PET Brasil (IPB), o faturamento do segmento Pet em 2022 alcançou R$ 60 bilhões. “São cerca de R$ 33 bilhões com a comercialização de ali- mentos, R$ 6 bilhões com vendas de animais de estimação, mais R$ 3 bilhões com produtos de higiene, R$ 5 bilhões de serviços gerais e R$ 13 bilhões em serviços veterinários e pet vet”, contabiliza Junqueira.
Além de prever o desafio de preparar profissionais para esse imenso mercado com novas demandas e exigências de sustentabilidade, a Unifeob também pretende explorar as oportunidades de negócios, e para isso concebeu o Ecossistema Agro, que integra ações aproveitando ao máximo a vocação da instituição e a capacidade instalada ao setor, como a fazenda-escola de 150 hectares com sua estação experimental de 10 hectares, laboratórios e o hospital veterinário.
Danielle conta que, especificamente para o mercado agro, a Unifeob focou na concepção de modelos de negócios sustentáveis, facilitados pela tecnologia. “Diversificamos produtos e serviços que vão além da graduação, como pesquisas, consultorias, educação corporativa, espaços compartilhados laboratoriais, produção de alimentos, água e energia limpas, além das oportunidades do agrovet e agropet.”
A Unifeob oferece cursos rápidos e imersões, inseridos na marca de educação corporativa Now Experience. “A lógica é oferecer para o mercado a maior quantidade de conhecimento no menor tempo possível, acompanhando as novas necessidades e maior velocidade para capacitação”, explica Junqueira.
O Now Experience Pet é um exemplo dessa ação. Oferece curso de dois dias para gestores de clínicas veterinárias. Eles conquistam a visão 360o do negócio: estratégia, tecnologia, marketing, gestão de pessoas, finanças, compras e estoques, assuntos regulatórios e tendências do segmento pet.
Outra possibilidade é a Imersão Hospitalar em Medicina Veterinária que visa complementar a formação, o aprimoramento e a atualização do médico-veterinário por meio da vivência prática diária de sua profissão. “Com carga horária total de 180 horas, a imersão é mais um case de sucesso do Centro de Habilidades da Unifeob.”
Há parcerias com grandes marcas como Pet Love, Ouro Fino, Vet Smart, Royal Canin, Syngenta, Vetus e a Associação Brasileira dos Hospitais Veterinários (ABHV).
Um exemplo dessas parcerias, no âmbito da pesquisa, é o pivô central em funcionamento na área da estação experimental, que promove a irrigação de cultivares durante o ano todo. A Bauer é patrocinadora do equipamento e há a participação de startups. Kika Figueiredo, diretora de negócios e tendência, conta que “com a ajuda da tecnologia, há testes monitorando os momentos de ligar e desligar a partir de sensores que já estão na terra; a ideia é quantificar a água que a terra está absorvendo.Também estamos testando um sensor que detecta a água que cai no solo e se desarma sozinho”.
A Unifeob realiza a revitalização das matas ciliares que estão próximas à fazenda-escola e que compõem a bacia do rio Mogi-Guaçu. A ideia é preservar a qualidade da água e a fauna e flora do local. Kika explica que é um projeto vinculado ao Fundo Estadual de Recursos Hídricos, o Fehidro, que disponibilizou 340 mil reais.
“O dinheiro não para na mão da Unifeob. É preciso abrir processos licitatórios para contratar as empresas que prestam o serviço e nós damos o suporte.” Kika destaca os ganhos para o projeto pedagógico: “As dificuldades para elaborar um edital, enquadrar regras, são conteúdos para os alunos de direito. Os cursos de engenharia agronômica, ciências biológicas, ou mesmo a medicina veterinária, têm temas vinculados ao projeto. Por exemplo, o tipo de planta a ser escolhido, entender quais animais habitam o espaço, o quanto essas plantas serão importantes para o ecossistema desses animais, pois temos aqui um ecossistema muito rico de animais silvestres”.