NOTÍCIA

Edição 276

Fnesp 2023: desenho de uma nova IES

Conheça a programação do 25º Fnesp

Publicado em 17/07/2023

por Ensino Superior

Abertura do Fnesp em 2022 Lúcia Teixeira, presidente do Semesp, na abertura da última edição do Fnesp, em 2022 (foto: divulgação/Semesp)

O Fnesp de 2023 vai mexer com as estruturas tradicionais do ensino superior. Do encontro de representantes de IES de todo o país devem emergir novos caminhos, muita angústia e a certeza de que nada será como antes. É preciso desenhar um novo modelo de instituição. Para levar isso adiante serão dois dias de grandes debates e principalmente de uma sacudida na sala de aula, na administração e principalmente no modo de dirigir uma IES. Bingo: todo mundo vai sair do Fnesp muito turbinado.

O documento do Semesp que norteia o conteúdo do Fnesp expõe as mudanças no âmbito do ensino superior geradas pela pandemia, a transformação digital, as tecnologias educacionais, os novos modelos acadêmicos, em função da exigência de os estudantes terem as competências requeridas pelos empregadores. Para a IES ser relevante e ter impacto social é preciso desenhar um novo modelo de instituição.

Em um contexto de transformações intensas, as IES não podem manter os mesmos formatos administrativos e acadêmicos. Há também discussão intensa sobre o custo e os benefícios do diploma. De modo geral, a graduação possui formação inadequada (também se questiona tempo de duração), o que faz aumentar o gap entre ensino superior e empregadores. Estudos demonstram que o retorno financeiro do estudante é baixo, quando se verificam os salários dos egressos. Mensalidades e outros custos podem fazer com que o estudante desista, em função do salário, do emprego em área diferente da formação e das dívidas de financiamento estudantil.

Modelos convencionais dos cursos de graduação presencial e EAD, com formação inadequada e de baixo custo, são fatores de perda do valor. Isso tende a desestimular os jovens a pensarem no ensino superior. Diminuirão as matrículas e aumentará o gap entre IES e empregadores.

 

Conceito para o Fnesp

 

O documento do Semesp propõe desenhar uma nova instituição de ensino superior que recupere valor para os estudantes, empregadores e sociedade. Não bastam reformas institucionais, arranjos ou mudanças curriculares sem a sustentação de um modelo acadêmico que expresse um novo conceito de IES.

A nova instituição precisa ressignificar o ensino superior e retomar suas bases de formação humanística. Não pode ser uma formação carente de conhecimento sobre os temas contemporâneos, de discussão sobre a vida e os problemas sociais, carente de formação sobre as competências comportamentais e profissionais sustentadas por formação consistente.

O relatório do Semesp se valeu do “Ideas for designing An Affordable New Education Institution”, do MIT. Recuperar o valor requer inteligência institucional, já que o redesenho exige conhecimento das boas experiências e da dinâmica e inovações no ensino superior.

 

Leia: Fnesp motiva universidade a investir em espaço de lazer

 

O relatório aponta os temas que podem representar um roteiro para o desenho da nova instituição educacional:

a) valorizar a pedagogia e a ciência do aprendizado no desenho do modelo acadêmico;

b) valorizar mais o ensino do que a pesquisa (aqui se pode discutir o modelo de IES);

c) cuidar do sucesso do estudante;

d) valorizar o professor, formar times de docentes, investir na sua capacitação e formar uma comunidade de troca de experiências;

e) desenhar um currículo holístico e híbrido, que tenha formação em humanidades;

f) rejeitar substituir o talento das pessoas por robôs;

g) fortalecer os vínculos com o setor produtivo e ter práticas profissionais efetivas;

h) superar os gaps na formação dos estudantes quando se verificam as exigências dos empregadores;

i) valorizar as microcredenciais;

j) valorizar os compartilhamentos de aulas, projetos e outras atividades, através das redes;

k) repensar o calendário acadêmico;

l) repensar a infraestrutura;

m) valorizar a flexibilidade. A nova IES proposta pelos professores do MIT tem um modelo acadêmico com diretrizes pedagógicas consistentes e o ensino é valorizado, focado no sucesso do estudante.

O currículo valoriza teoria e prática, é holístico e híbrido, os docentes são estimulados a trabalharem em times e em projetos reais, a formação por competências é uma realidade, o calendário é redesenhado, a infraestrutura repensada e os vínculos com o setor produtivo são reais. Estas propostas estão presentes nos debates sobre a valorização do ensino superior. Conheça a programação do 25º Fnesp:

 

28 de setembro

 

Desafiando o status quo: fortalecer a educação básica com a colaboração do ensino superior

O frágil elo de ligação entre a educação básica e o ensino superior pode ser uma das respostas para vários problemas enfrentados pelas IES, como baixa aderência e alta evasão dos estudantes. O fortalecimento desse elo é o tema que abre o Fnesp com uma discussão de viés mais político entre autoridades e especialistas em educação.

Lúcia Teixeira
Presidente do Semesp e da Universidade Santa Cecília – Unisanta

Luiz Roberto Liza Curi
Presidente do Conselho Nacional de Educação – CNE

Antônio Góis
Jornalista – O Globo

 

Nem dentro, nem fora, chute a caixa pra longe! Novas ideias para uma nova instituição

Muito se fala sobre a IES do futuro, mas qual o melhor desenho para as IES de agora? Um relatório do MIT traça um passo a passo com vários itens para que as IES se organizem para enfrentar o cenário atual de mudanças. Muitas dessas estratégias já estão na agenda das IES, mas ainda não saíram do papel. Chegou a hora de colocar essas ideias em prática.

Sanjay Sarma

Diretor do Lab J_WEL, do MIT – Estados Unidos – REMOTO

 

Tudo pode melhorar! Currículo humanizado impulsiona carreira, promove uma sociedade mais justa e equitativa e valoriza a educação

Em um momento em que começamos a formar jovens para profissões que ainda nem existem, um currículo mais humanizado pode ser a chave para manter os estudantes interessados no ensino superior. Mas como mesclar um currículo que atenda às demandas do mercado de trabalho e foque a empregabilidade, ao mesmo tempo que prepara profissionais com uma formação humana mais ética e comprometida com a sociedade?

Claudia Costin
Diretora do FGV CEIPE e Professora visitante na Faculdade de Educação de Harvard. Foi Diretora Global de Educação do Banco Mundial.

Cristina Demaria
Pesquisadora da área de semiótica, cultura e gênero da Universidade de Bolonha, Itália

 

 

Bate-papo: E agora, Fnesp, como ressignificar as nossas IES?

Mudanças institucionais são necessárias e estão no centro do debate do Fnesp. Mas como fazê-las de maneira mais prática e menos no campo das ideias? É hora de ressignificar processos estratégicos e de gestão por meio de um planejamento eficaz. Que tal conhecer um fluxograma que facilite a promoção dessas mudanças?

Fernando Valenzuela Migoya
Presidente Global Impact EdTech Alliance, México

Rodrigo Capelato
Diretor Executivo do Semesp

Fernanda Verdolin
CEO e Founder da Edtech Workalove

 

Neurociência e Inteligência Artificial: como a tecnologia está revolucionando o aprendizado dos estudantes

Diante de uma série de mudanças estruturais e tecnológicas, um elemento segue sendo a base de todas as IES: o aprendizado dos estudantes. A partir de um ponto de vista positivo e que foge das previsões apocalípticas, vamos discutir como a Inteligência Artificial e a neurociência impactam esse aprendizado. E tem mais, as IES precisam começar a levar as microcertificações a sério e inseri-las em seus currículos.

Álvaro Machado Dias
Professor livre-docente Unifesp

Anabella Laya
CEO da Acreditta e especialista em microcertificações – Colômbia

 

29 de setembro

 

O enigma é garantir o sucesso do estudante: investimento na aprendizagem e valorização do professor compõem esse quebra-cabeça

No geral, as instituições de ensino superior valorizam mais a pesquisa do que a aprendizagem. Segundo estimativas do relatório do MIT, essa divisão é de 80% para pesquisa e apenas 20% para aprendizagem. É preciso equilibrar essa atenção, com as IES passando a valorizar de fato a aprendizagem do aluno e preocupando-se com toda a jornada do estudante.

S.P. Kothari
Professor – MIT, Estados Unidos

Vidal Martins
Vice-reitor – PUC-PR

Coordenador de sessão:
Marcelo Knobel
Unicamp

Bate-papo: #EstamosProntos para ressignificar nossas IES. Vem com a gente, políticas públicas?

A ressignificação das IES passa também por mudanças em relação à construção de políticas públicas mais eficazes e condizentes com as transformações que estão afetando a sociedade. O novo modelo de IES passa pela valorização do estudante e do docente, e não conseguiremos mudar o sistema como um todo sem políticas públicas alinhadas com o cenário atual.

Paulo Nogas

Coordenador da CPA da PUC-PR

Fábio Reis
Diretor de Inovação Acadêmica e Redes de Cooperação do Semesp

António Manuel de Almeida Dias
Presidente da Direção da Associação Portuguesa do Ensino Superior Privado (Apesp) Portugal

Helena Sampaio
Secretária da Seres/MEC

Coordenador de sessão:
José Roberto Covac
Diretor Jurídico do Semesp

 

O campus também ensina: a nova IES enxerga o espaço como potencializador de conhecimento

Uma mudança na arquitetura da educação passa também pela transformação do ambiente que cerca o ensino superior. As IES não precisam apenas oferecer uma boa infraestrutura, elas necessitam criar um ambiente de aprendizagem que crie mais conexões e permita a socialização. O aprendizado não acontece mais apenas nas salas de aula, mas em diferentes espaços. É hora de valorizar mais esses novos espaços.

Maira Rios
Diretora Adjunta da Escola da Cidade

Maurício Garcia
Conselheiro Acadêmico do Inteli

 

Cenários turbulentos, mudanças velozes

O filósofo e educador Mario Sergio Cortella faz uma provocação para que as IES possam se adequar mais rapidamente aos tempos de transformações constantes. Se o processo de mudança do ensino superior é lento, qual o papel das IES para que seja acelerado?

Mario Sergio Cortella

 

 

Autor

Ensino Superior


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