NOTÍCIA
Conheça a programação do 25º Fnesp
Publicado em 17/07/2023
O Fnesp de 2023 vai mexer com as estruturas tradicionais do ensino superior. Do encontro de representantes de IES de todo o país devem emergir novos caminhos, muita angústia e a certeza de que nada será como antes. É preciso desenhar um novo modelo de instituição. Para levar isso adiante serão dois dias de grandes debates e principalmente de uma sacudida na sala de aula, na administração e principalmente no modo de dirigir uma IES. Bingo: todo mundo vai sair do Fnesp muito turbinado.
O documento do Semesp que norteia o conteúdo do Fnesp expõe as mudanças no âmbito do ensino superior geradas pela pandemia, a transformação digital, as tecnologias educacionais, os novos modelos acadêmicos, em função da exigência de os estudantes terem as competências requeridas pelos empregadores. Para a IES ser relevante e ter impacto social é preciso desenhar um novo modelo de instituição.
Em um contexto de transformações intensas, as IES não podem manter os mesmos formatos administrativos e acadêmicos. Há também discussão intensa sobre o custo e os benefícios do diploma. De modo geral, a graduação possui formação inadequada (também se questiona tempo de duração), o que faz aumentar o gap entre ensino superior e empregadores. Estudos demonstram que o retorno financeiro do estudante é baixo, quando se verificam os salários dos egressos. Mensalidades e outros custos podem fazer com que o estudante desista, em função do salário, do emprego em área diferente da formação e das dívidas de financiamento estudantil.
Modelos convencionais dos cursos de graduação presencial e EAD, com formação inadequada e de baixo custo, são fatores de perda do valor. Isso tende a desestimular os jovens a pensarem no ensino superior. Diminuirão as matrículas e aumentará o gap entre IES e empregadores.
O documento do Semesp propõe desenhar uma nova instituição de ensino superior que recupere valor para os estudantes, empregadores e sociedade. Não bastam reformas institucionais, arranjos ou mudanças curriculares sem a sustentação de um modelo acadêmico que expresse um novo conceito de IES.
A nova instituição precisa ressignificar o ensino superior e retomar suas bases de formação humanística. Não pode ser uma formação carente de conhecimento sobre os temas contemporâneos, de discussão sobre a vida e os problemas sociais, carente de formação sobre as competências comportamentais e profissionais sustentadas por formação consistente.
O relatório do Semesp se valeu do “Ideas for designing An Affordable New Education Institution”, do MIT. Recuperar o valor requer inteligência institucional, já que o redesenho exige conhecimento das boas experiências e da dinâmica e inovações no ensino superior.
O relatório aponta os temas que podem representar um roteiro para o desenho da nova instituição educacional:
a) valorizar a pedagogia e a ciência do aprendizado no desenho do modelo acadêmico;
b) valorizar mais o ensino do que a pesquisa (aqui se pode discutir o modelo de IES);
c) cuidar do sucesso do estudante;
d) valorizar o professor, formar times de docentes, investir na sua capacitação e formar uma comunidade de troca de experiências;
e) desenhar um currículo holístico e híbrido, que tenha formação em humanidades;
f) rejeitar substituir o talento das pessoas por robôs;
g) fortalecer os vínculos com o setor produtivo e ter práticas profissionais efetivas;
h) superar os gaps na formação dos estudantes quando se verificam as exigências dos empregadores;
i) valorizar as microcredenciais;
j) valorizar os compartilhamentos de aulas, projetos e outras atividades, através das redes;
k) repensar o calendário acadêmico;
l) repensar a infraestrutura;
m) valorizar a flexibilidade. A nova IES proposta pelos professores do MIT tem um modelo acadêmico com diretrizes pedagógicas consistentes e o ensino é valorizado, focado no sucesso do estudante.
O currículo valoriza teoria e prática, é holístico e híbrido, os docentes são estimulados a trabalharem em times e em projetos reais, a formação por competências é uma realidade, o calendário é redesenhado, a infraestrutura repensada e os vínculos com o setor produtivo são reais. Estas propostas estão presentes nos debates sobre a valorização do ensino superior. Conheça a programação do 25º Fnesp:
O frágil elo de ligação entre a educação básica e o ensino superior pode ser uma das respostas para vários problemas enfrentados pelas IES, como baixa aderência e alta evasão dos estudantes. O fortalecimento desse elo é o tema que abre o Fnesp com uma discussão de viés mais político entre autoridades e especialistas em educação.
Lúcia Teixeira
Presidente do Semesp e da Universidade Santa Cecília – Unisanta
Luiz Roberto Liza Curi
Presidente do Conselho Nacional de Educação – CNE
Antônio Góis
Jornalista – O Globo
Muito se fala sobre a IES do futuro, mas qual o melhor desenho para as IES de agora? Um relatório do MIT traça um passo a passo com vários itens para que as IES se organizem para enfrentar o cenário atual de mudanças. Muitas dessas estratégias já estão na agenda das IES, mas ainda não saíram do papel. Chegou a hora de colocar essas ideias em prática.
Sanjay Sarma
Diretor do Lab J_WEL, do MIT – Estados Unidos – REMOTO
Em um momento em que começamos a formar jovens para profissões que ainda nem existem, um currículo mais humanizado pode ser a chave para manter os estudantes interessados no ensino superior. Mas como mesclar um currículo que atenda às demandas do mercado de trabalho e foque a empregabilidade, ao mesmo tempo que prepara profissionais com uma formação humana mais ética e comprometida com a sociedade?
Claudia Costin
Diretora do FGV CEIPE e Professora visitante na Faculdade de Educação de Harvard. Foi Diretora Global de Educação do Banco Mundial.
Cristina Demaria
Pesquisadora da área de semiótica, cultura e gênero da Universidade de Bolonha, Itália
Mudanças institucionais são necessárias e estão no centro do debate do Fnesp. Mas como fazê-las de maneira mais prática e menos no campo das ideias? É hora de ressignificar processos estratégicos e de gestão por meio de um planejamento eficaz. Que tal conhecer um fluxograma que facilite a promoção dessas mudanças?
Fernando Valenzuela Migoya
Presidente Global Impact EdTech Alliance, México
Rodrigo Capelato
Diretor Executivo do Semesp
Fernanda Verdolin
CEO e Founder da Edtech Workalove
Diante de uma série de mudanças estruturais e tecnológicas, um elemento segue sendo a base de todas as IES: o aprendizado dos estudantes. A partir de um ponto de vista positivo e que foge das previsões apocalípticas, vamos discutir como a Inteligência Artificial e a neurociência impactam esse aprendizado. E tem mais, as IES precisam começar a levar as microcertificações a sério e inseri-las em seus currículos.
Álvaro Machado Dias
Professor livre-docente Unifesp
Anabella Laya
CEO da Acreditta e especialista em microcertificações – Colômbia
No geral, as instituições de ensino superior valorizam mais a pesquisa do que a aprendizagem. Segundo estimativas do relatório do MIT, essa divisão é de 80% para pesquisa e apenas 20% para aprendizagem. É preciso equilibrar essa atenção, com as IES passando a valorizar de fato a aprendizagem do aluno e preocupando-se com toda a jornada do estudante.
S.P. Kothari
Professor – MIT, Estados Unidos
Vidal Martins
Vice-reitor – PUC-PR
Coordenador de sessão:
Marcelo Knobel
Unicamp
A ressignificação das IES passa também por mudanças em relação à construção de políticas públicas mais eficazes e condizentes com as transformações que estão afetando a sociedade. O novo modelo de IES passa pela valorização do estudante e do docente, e não conseguiremos mudar o sistema como um todo sem políticas públicas alinhadas com o cenário atual.
Paulo Nogas
Coordenador da CPA da PUC-PR
Fábio Reis
Diretor de Inovação Acadêmica e Redes de Cooperação do Semesp
António Manuel de Almeida Dias
Presidente da Direção da Associação Portuguesa do Ensino Superior Privado (Apesp) Portugal
Helena Sampaio
Secretária da Seres/MEC
Coordenador de sessão:
José Roberto Covac
Diretor Jurídico do Semesp
Uma mudança na arquitetura da educação passa também pela transformação do ambiente que cerca o ensino superior. As IES não precisam apenas oferecer uma boa infraestrutura, elas necessitam criar um ambiente de aprendizagem que crie mais conexões e permita a socialização. O aprendizado não acontece mais apenas nas salas de aula, mas em diferentes espaços. É hora de valorizar mais esses novos espaços.
Maira Rios
Diretora Adjunta da Escola da Cidade
Maurício Garcia
Conselheiro Acadêmico do Inteli
O filósofo e educador Mario Sergio Cortella faz uma provocação para que as IES possam se adequar mais rapidamente aos tempos de transformações constantes. Se o processo de mudança do ensino superior é lento, qual o papel das IES para que seja acelerado?
Mario Sergio Cortella