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Redação

IA e as tecnologias assistivas

“É fundamental que as possibilidades oferecidas pela inteligência artificial na educação sejam dissociadas do pensamento capacitista”

Publicado em 05/07/2024

por Sandra Seabra Moreira

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Os aplicativos criados a partir de tecnologias emergentes como as inteligências artificiais são recursos poderosos para as pessoas com deficiência. “A IA pode oferecer várias vantagens, como descrições automatizadas de imagens para alunos cegos, legendas automatizadas de vídeos para alunos surdos e interfaces de linguagem simples para alunos com dificuldades de aprendizagem. Isso permite que os alunos adaptem o sistema de aprendizado e personalizem os recursos para tornar o aprendizado acessível a eles”, diz Sam Chandrashekar,  líder global de acessibilidade da D2L Corporation.

Entretanto, a acessibilidade e a equidade estão distantes. Em relação à acessibilidade, as ferramentas de IA  são lançadas na velocidade do mercado e sem tecnologias assistivas.  “Como resultado, embora algumas delas tenham o potencial de beneficiar pessoas com deficiência, não podem ser usadas por elas porque não foram criadas de forma acessível”, aponta Sam. 

Em relação à equidade, a especialista aponta a questão – ética – da criação do banco de dados e do aprendizado de máquina necessários para criar sistemas de tomada de decisão baseados em tecnologias de IA. Se dados de pessoas com deficiência não são incluídos, essas pessoas não serão consideradas pelos algoritmos, por exemplo, na hora de conseguir um emprego ou ser admitido numa faculdade.

“A desvantagem que as pessoas com deficiência já enfrentam só aumenta com os novos sistemas baseados em IA, que se não forem bem aplicados podem perpetuar a exclusão.”

Para Sam, “é fundamental  que as possibilidades oferecidas pela inteligência artificial na educação sejam dissociadas do pensamento capacitista e amplamente disponibilizadas a todos os alunos, independentemente de suas necessidades específicas.”

 

Leia: Pessoas com deficiência na universidade – desafios e novas perspectivas

 

Aprendizado online deve ser uma opção

Todos esses recursos, se forem acessíveis,  facilitam o aprendizado online. Na verdade, sem as tecnologias assistivas, a ideia de que o EAD pode ser o grande aliado das pessoas com deficiência – e  as deficiências são múltiplas e exigem recursos diversos – cai por terra. 

Sam chama a atenção para outra exclusão que pode ocorrer. “O risco é que essas vantagens poderiam ser tomadas como um motivo para distanciar esses alunos do ambiente escolar tradicional, perpetuando o isolamento. É importante que o governo, as instituições educacionais e os órgãos de tomada de decisão política equilibrem essa dinâmica criando e implementando políticas e práticas que incentivem a inclusão e a participação ativa de todos os alunos na sala de aula. Isso garantirá que a tecnologia seja usada para expandir, e não restringir, o acesso à educação.”

Novo Enade para licenciaturas

O Ministério da Educação (MEC) instituiu o novo formato do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) para as licenciaturas no dia 1°, com o objetivo de aperfeiçoar a avaliação dos professores. Neste ano de 2024, o Inep aplicará a prova para cerca de 370 mil alunos de todo o país já no novo formato. 

O exame será aplicado a cursos de licenciatura  de 17 áreas de conhecimento diferentes: artes visuais; ciências biológicas; ciências sociais; computação; educação física; filosofia; física; geografia; história; letras (inglês); letras (português); letras (português e espanhol); letras (português e inglês); matemática; música; pedagogia e química.
Além de um novo modelo de itens, o exame contará com a avaliação das competências e habilidades práticas docentes desenvolvidas pelos estudantes nos estágios supervisionados obrigatórios. As Matrizes de Referência de cada área de avaliação também foram definidas por meio de portarias. 

Conheça as portarias: 

Portaria (nº 610/2024)

Portaria (nº 611/2024)

 

Inep e acesso a dados  protegidos

O Inep  inaugurou dia 2 o novo núcleo de Serviço de acesso a dados protegidos (Sedap) na Faculdade de Administração, Economia e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP). No Sedap, protocolos e ferramentas garantem processos seguros de acesso, preservando a integridade e proteção das informações. Os pesquisadores poderão rastrear microdados dos últimos 20 anos.

 

Autor

Sandra Seabra Moreira


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