NOTÍCIA
Arlindo Baré, presidente da UPEI e membro do GT para a universidade indígena, fala sobre o andamento da consulta pública
Publicado em 31/07/2024
Como resposta a uma reivindicação dos povos indígenas, em julho, o MEC deu início à consulta pública para a construção da primeira universidade indígena do país. Neste episódio do podcast Gestão do Ensino Superior – Prosas, Arlindo Baré, presidente da União Plurinacional dos Estudantes Indígenas (UPEI), e membro do grupo de trabalho voltado para a universidade indígena, compartilha a sua trajetória pessoal e acadêmica.
Baré é estudante do curso de engenharia elétrica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Sua graduação, como ele conta, é estratégica. “Na minha concepção, eu iria buscar esse conhecimento na lógica da produção de ciências indígenas, não considerava o título como algo importante. Mas quando entro no contexto Brasil, entendo que precisava do título, assim como de um mestrado ou de um doutorado, para produzir ciências na forma cartesiana ocidental, além de conseguir dialogar, mostrar que existem outras formas de pensar o mundo, outras lógicas de sociedade.”
O estudante reconhece a universidade como um espaço de validação da pesquisa. Há, no entanto, conhecimentos que ainda não são validados pela academia, como as ciências produzidas nos territórios indígenas. “Nesse não ouvir, não dialogar ou não enxergar, outras formas de viver vão sendo atropeladas. E as nossas formas de pesquisar e de produzir ciências são importantes para garantir por mais tempo a nossa forma de conviver com o mundo e se relacionar com a natureza”, destaca.
Acerca do aumento na adesão ao ensino a distância, Baré acredita na importância desse avanço tecnológico “porque, a partir do momento que essa necessidade me traz para a universidade e a universidade oferece a possibilidade de discutir nos espaços de pesquisa, há a possibilidade de levar outras experiências para aquilo de já existe”, explica.
Baré também coordena os seminários que compõem a consulta pública do MEC na região Sudeste e, neste episódio, também fala sobre o avanço das discussões. Com apresentação dos jornalistas Sandra Seabra Moreira e Gustavo Lima, a conversa está disponível nas principais plataformas de podcasts. Acesse o canal de sua preferência e acompanhe na íntegra.