Revista Ensino Superior | Em 22 anos, população com ensino superior cresceu 2,7 vezes

NOTÍCIA

Redação

Em 22 anos, população com ensino superior cresceu 2,7 vezes

Dados sobre educação do censo demográfico 2022 do IBGE mostram também que diminuiu o atraso escolar entre os jovens de 15 a 17 anos, com matrículas que subiram de 77,4% para 85,3%.

Publicado em 28/02/2025

por Sandra Seabra Moreira

pexels-yankrukov-8199595 Foto: Pexels

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dia 26 os dados do Censo Demográfico 2022: Educação: Resultados Preliminares da Amostra. Entre os destaques, está o aumento de pessoas com 25 anos ou mais no ensino superior – de  2000 a 2022, a proporção dos que tinham nível superior completo cresceu 2,7 vezes: de 6,8% para 18,4% do total da população.

Em 2022, entre os jovens de 18 a 24 anos que estavam matriculados na educação formal, 56,4% alocaram-se no ensino superior, fato que, segundo a pesquisadora do IBGE Juliana Queiroz, explica a redução do percentual de matrículas de estudantes nessa faixa etária na escola básica – de 2000 a 2022, o percentual caiu de 31,3% para 27,7%. 

Ela afirma que “nos anos 2000, entre os estudantes que frequentavam a escola aos 18 a 24 anos, a maior parte estava no ensino médio, 44,3%, seguido do ensino fundamental com 32,1%, e depois do ensino superior com 23,6%. Esse cenário se inverte agora em 2022.” Atualmente, nesta faixa etária, 35,8% estão no ensino médio e 7,8% no ensino fundamental ou na alfabetização. 

Na faixa etária de 15 a 17 anos, as matrículas subiram de  77,4% para 85,3%. O atraso escolar diminuiu nessa faixa etária: em 2010, 38,9% dos adolescentes estavam cursando o ensino fundamental ou curso de alfabetização, em 2022, essa proporção recuou para 26,8%. 

 

Leia: EAD alcançou 49,2% do total de matrículas em 2023

 

Entre os adolescentes que frequentam o ensino médio ou superior, o percentual cresceu de 61,1% em 2010 para 73,2%. Juliana Queiroz enfatiza que  ainda há “um quarto desses jovens que estão no ensino anterior ao adequado”. As crianças de 6 a 14 anos na escola passaram de 93,1% em 2000 para 98,3% em 2022. 

Para acessar todos os dados:

Portal do IBGE

Sidra – Panorama do Censo

Plataforma geográfica Interativa (PGI)

Com Agência Brasil e site do IBGE
PUC-Rio: ensino pesquisa e extensão com foco na IA 

O Skin One, plataforma de IA que auxilia no controle de lesões de pacientes acamados, é o primeiro resultado prático da parceria entre a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e o Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF-RJ). O sistema acompanha lesões decorrentes de longos períodos de internação por meio do processamento de imagens e indica protocolos aos  profissionais de saúde, acelerando a cura das lesões.

A plataforma Skin One acompanha lesões e indica protocolos. Foto: Divulgação

Padre Anderson Antonio Pedroso, reitor da PUC-Rio, afirma que a aplicabilidade prática é etapa fundamental da pesquisa, e é a parceria que torna isso possível.  “Queremos posicionar a PUC-Rio cada vez mais como uma universidade promotora de saúde. A pesquisa precisa de espaço para ser colocada em prática e, aqui, temos a chance de impactar a vida das pessoas e o trabalho dos profissionais de saúde.”

O Skin One é a pontinha do iceberg. Está em fase de construção na PUC-Rio o prédio que abrigará o  Instituto de Inteligência Artificial, com 3,3 mil metros quadrados, para alocar  salas de aula, laboratórios e um auditório. O Instituto reunirá ensino, pesquisa e extensão focados em IA. A instituição lançará no próximo semestre o curso de graduação em IA.  “Será interdisciplinar; não será um curso a mais, mas um curso que mudará os demais”, menciona o reitor.

 

Biomedicina em alta 

O Conselho Regional de Biomedicina do Paraná 6ª Região (CRBM6) divulgou nota evidenciando o aumento de interesse de vestibulandos no curso de biomedicina na Universidade Federal do Paraná (UFPR). No ranking dos cursos mais concorridos do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) de 2025, elaborado pelo MEC, biomedicina ocupa o topo da lista. Foram 1568 inscritos para seis vagas, ou seja, 261,3 candidatos por vaga. 

 A entidade informou que no vestibular próprio da UFPR os cursos de biomedicina e fisioterapia também têm apresentado altas concorrências. No ano passado, biomedicina foi a terceira graduação mais concorrida no vestibular da instituição, atrás apenas dos cursos de medicina dos campi Curitiba e Toledo. 

 

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O interesse crescente pode estar vinculado ao avanço das ciências biomédicas, do diagnóstico molecular, da biotecnologia e estética, além da maior demanda e profissionais no mercado e a diversificação de áreas de atuação. 

Hoje, no Brasil, são 177 mil biomédicos. No Paraná, são cerca de 6 mil. De acordo com Thiago Nascimento, biomédico e delegado do CRBM6,  o curso tem registrado alta concorrência em várias universidades, principalmente nas instituições que oferecem forte infraestrutura laboratorial e parcerias com hospitais e centros de pesquisa.

Outro fator que também concorre para o crescimento do interesse dos jovens pela biomedicina no país tem nome: a biomédica Jaqueline Goes de Jesus, soteropolitana de 30 anos, que foi a responsável pelo primeiro sequenciamento do genoma do coronavírus  circulante na América Latina. 

Jaqueline liderou a equipe de pesquisadores que  conseguiu sequenciar o genoma do vírus, 48 horas após a confirmação do primeiro caso de COVID-19 no Brasil. A descoberta foi  fundamental para a compreensão de como o vírus se disseminava, facilitando a criação de estratégias de combate à pandemia. Jaqueline é pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto de Medicina Tropical, e seu trabalho foi reconhecido internacionalmente.

 

Mulheres no Insper

O prêmio Woman in Action tem inscrição aberta até dia 28 de fevereiro, sexta-feira. Em nota, o Insper informa que o prêmio foi criado para “reconhecer projetos inovadores liderados por mulheres e, ao mesmo tempo, incentivar soluções que promovam igualdade de gênero, inclusão social e o desenvolvimento tecnológico”.

São três categorias: Inovação tecnológica, para projetos que se valem de tecnologia para solucionar problemas relevantes, Inovação social, para projetos que geram impacto positivo na sociedade e a terceira categoria, Women in Tech, é voltada a alunas do Insper.

Os valores dos prêmios vão de R$ 5 mil a R$ 20 mil. O Insper também oferece participação em programas de mentoria e desenvolvimento de liderança.

Relevância, criatividade da solução, impacto gerado e protagonismo feminino na liderança da iniciativa são quesitos observados. Haverá triagem inicial, avaliação por bancas especializadas e seleção final. Os vencedores serão conhecidos no dia 9 de abril 

 

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Discussões nas licenciaturas

“Uma sociologia da sala de aula”. Assim o professor do Departamento de Educação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Vinício Carrilho Martinez, define seu livro Educação e sociedade, que reúne discussões com alunos e alunas da disciplina que nomeou o livro, ministrada no segundo semestre de 2024, nos cursos de licenciatura, de acordo com nota enviada pela coordenadoria de comunicação da UFSCar

“O livro conduz o leitor a uma reflexão sobre os desafios da educação na contemporaneidade e sua relação intrínseca com a estrutura social”, relata, no posfácio do livro, Marcela T. Schiavi, doutora em Ciência, Tecnologia e Sociedade pela UFSCar. “Em suas páginas, somos instigados a pensar a educação não apenas como um instrumento de transmissão de conhecimento, mas como um processo de emancipação coletiva, de formação política e transformação social”.

Livro traz reflexão sobre os desafios da educação na contemporaneidade. Foto: divulgação

O autor aborda conceitos como inteligência social, memória coletiva e sociabilidade emancipadora. A obra também estabelece ligações “com nosso passado, a exemplo do que chamamos de ‘pensamento escravista’, recalcitrante e reinante, e articulações com o presente do século XXI (2024), e que seria o caso do negacionismo”, exemplifica o autor.

“Penso que é uma leitura que pode agradar tanto docentes quanto discentes, porque fala de nós, do Brasil, do que somos e do que queremos. Apontamos muitos momentos de crítica e de reflexão – a necessária práxis, como a tem Paulo Freire. Portanto, qualquer pessoa interessada no Brasil terá no livro alguns pontos para refletir”, explica o autor. 

A versão digital está disponível para compra na Amazon. 

 

 

Autor

Sandra Seabra Moreira


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