Revista Ensino Superior | Sírio-Libanês consolida graduação

NOTÍCIA

Edição 294

Sírio-Libanês consolida graduação

Com os cursos de medicina e biomedicina, a Faculdade Sírio-Libanês consolida sua posição no oferecimento de graduação e o hospital completa sua atuação integral na formação médica

Publicado em 30/06/2025

por Ensino Superior

Faculdade Sírio-Libanês “O Hospital Sírio-Libanês, com sua excelência, não precisa ir atrás de paciente. Mas, quando você pensa em pós-graduação, graduação, eventos, EAD, você tem de ir atrás, ou seu provável estudante nem sabe que você existe” (fotos: divulgação)

A Faculdade Sírio-Libanês surgiu em 2023, capitaneada por Liao Chieh, atual diretor de ensino, ex-head de educação do C6 Bank e ex -professor de pós-graduação do Insper, onde atuou por 17 anos na disciplina de mercado financeiro. Sob sua direção estão a graduação, a pós-graduação, cursos de curta duração, EAD, eventos – “tudo o que demanda captação de alunos no mercado”, explica.

São cinco cursos de graduação oferecidos – enfermagem, psicologia, fisioterapia, biomedicina e, o mais recente, medicina, que deve iniciar no próximo semestre com duas turmas, algo em torno de cem alunos. A faculdade está abrigada em nove mil metros quadrados, no bairro da Bela Vista, na capital paulista.

A excelência do Hospital Sírio-Libanês é reconhecida em todo o país e internacionalmente, assim como sua atuação na formação médica. “Normalmente, uma IES começa com graduação, vai crescendo, e usa a receita da graduação para começar a criar pesquisa, pós-graduação, stricto sensu e outras coisas que não têm retorno financeiro imediato. O Sírio- Libanês tem uma pegada inversa; investimos em inovação na área da saúde há décadas”, detalha Chieh.

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Liao Chieh

Liao Chieh, diretor de ensino da Faculdade Sírio-Libanês, conta que há “uma fila de médicos professores que querem dar aulas na graduação”

Com programas de pós-graduação lato e stricto sensu, residências médicas e multiprofissionais, cursos de curta e longa duração, EAD, estágios e atividades científicas, o Hospital Sírio-Libanês é, também, referência em pesquisa clínica e translacional. São mais de 3.800 trabalhos publicados e mais de 100 mil citações em revistas científicas de renome nos últimos vinte anos. “Para nós, a graduação não é uma supernovidade; é mais um produto que já sabemos fazer há muito tempo. E não precisamos da receita da graduação para investir nesses outros, pois eles já estão consolidados.”

Engenheiro, 48 anos, criador de startup comprada pelo C6 Bank, Chieh acredita que a alta liderança do hospital inovou ao contratá-lo. “Não colocou um médico que fez uma universidade pública há 50 anos para assumir essa cadeira, mas uma pessoa de mercado, apaixonada por educação, para tocar o negócio de um jeito mais inovador.”

A situação é curiosa. “Hoje sou gestor de uma IES em que não tenho a capacidade de estar na sala de aula. Em todas as unidades curriculares que são ministradas, tanto na graduação como na pós, não tenho conteúdo para estar em sala de aula. E, para mim, como professor, é muito estranho. Fui professor por duas décadas e hoje estou muito mais distante da sala de aula, estou na gestão.”

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As habilidades de gestão convergem. “Quando você pensa em gerir uma IES, seja de saúde, marketing ou finanças, as habilidades são muito próximas. Você precisa exercer seu papel de líder, de gestor de processos, otimizá-los, motivar, treinar as pessoas, contratar adequadamente e precisa trabalhar toda a parte de sistemas. A implementação de sistemas novos na faculdade foi uma função que assumi imediatamente”, conta o diretor.

Se a gestão da faculdade não tem tantos segredos, as especificidades das ciências médicas exigiram aprendizado. “Nesses dois anos tive de estudar e aprender muito sobre saúde. Por mais que eu não vá para a sala de aula, eu preciso entender, por exemplo, quais são os dilemas que os egressos terão de encarar lá na frente, porque isso orienta a conduta estratégica em relação à sala de aula – o que vamos ensinar e como.”

Conhecer novas metodologias de ensino também foi necessário. “A que usei para dar uma aula de finanças não é igual à que se usa numa turma de enfermagem. Não é uma sala de aula estilo auditório de Harvard que vai resolver. Há outras metodologias ativas de ensino que eu não conhecia, tive de aprender para poder conversar sobre isso com os professores também.”

Marketing para varejo

Entre os novos processos que começou a implantar, o diretor cita a área de marketing. Era o departamento de marketing do Hospital Sírio-Libanês que tocava as ações voltadas à graduação. “O marketing do hospital tem foco mais reputacional, em parcerias institucionais. A IES é uma empresa de varejo, temos de captar alunos no mercado, tem de fazer teste A/B no Instagram para ver qual peça funciona melhor, por exemplo. No nível de B2C, do varejo, o marketing do hospital, por melhor que seja, não tem essa visão.”

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Agora, a Faculdade tem sua própria área de marketing. “A Faculdade segue as diretrizes do marketing institucional do hospital, mas tem  liberdade para trabalhar no B2C, que é bater à porta dos colégios,  visitá-los, abrir uma conta no TikTok.” O desafio, conta  Chieh, foi “tratar a IES como um negócio de varejo, dentro de uma instituição secular que não trabalhava no varejo. Porque o Hospital Sírio-Libanês, com sua excelência, não precisa ir atrás de paciente. Os pacientes vêm. Mas, quando você pensa em pós-graduação, graduação, eventos, EAD, você tem de ir atrás, ou seu provável estudante nem sabe que você existe”.

Ampliação da graduação

Neste momento, as atenções e esforços estão voltados aos cursos de medicina e biomedicina, que acabaram de ser lançados. A preocupação é ter bons alunos nas turmas.  Em seguida, há no horizonte a perspectiva de expansão da graduação. “Hoje somos uma faculdade e sabemos que, no médio prazo, temos intenção de nos tornarmos centro universitário, então, será interessante termos outros cursos, em outras especialidades que não necessariamente saúde, mas correlacionadas, em que haja sinergia, ganho de escala, em que possamos aproveitar a excelência do Sírio-Libanês.” 

Na graduação, os cursos são 100% presenciais. Na pós, há os semipresenciais. É possível, diz o diretor, que haja opções de cursos semipresenciais no processo de expansão da graduação, mas ainda não há planos concretos nesse sentido.  

Medicina

Estrutura, corpo docente, campos de estágios são três dos muitos desafios que as IES têm ao montar seus cursos de medicina. Todos eles não são exatamente problemas para a Faculdade Sírio-Libanês. O release (texto distribuído à imprensa) que noticiou o lançamento do curso de medicina elenca pontos fortes especificamente da estrutura da Faculdade: 14 salas de aula, 9 laboratórios, entre eles os de morfoconexões, equipados com modelos anatômicos de alta precisão, mesa Sectra®, computadores e tablets com softwares como Visible Body®, LT Kuracloud®, Vimedix®, Laminários virtuais, ATRIUM Medroom®.  Outro destaque, informa a nota,  é o Centro Clínico Hiper-realístico, projetado para simular com fidelidade o ambiente hospitalar.

Para o corpo docente, o desafio é contrário ao que normalmente acontece no mercado. Há excesso de oferta de professores. “Hoje temos uma fila de médicos professores que querem dar aulas na graduação. Temos muitas referências brasileiras e mundiais na área da saúde que trabalham aqui no Sírio-Libanês e são acadêmicos, professores titulares ou adjuntos em outras IES e que querem estar com a gente também.  É um problema bom”, comemora o diretor. “Quero oferecer oportunidade para todo mundo no Sírio-Libanês.”

Além das próprias unidades do Hospital Sírio-Libanês, que serão utilizadas como campo de estágio privado, o Instituto de Responsabilidade Social da instituição gere hospitais públicos, como o Vila Penteado, Taipas, o hospital pediátrico Menino Jesus, em São Paulo, e o Rota dos Bandeirantes, em Barueri. “Em todos esses hospitais, a gente vai ter leitos SUS designados para o curso de medicina e para os outros também. Já começamos o nosso curso com excesso de leitos para seis anos de medicina”, finaliza Chieh.

 

Autor

Ensino Superior


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