NOTÍCIA
"A situação atual é diferente da de um ano atrás e de países como o Brasil e a Índia", disse o consultor educacional Hans de Wit, sobre o ensino superior no continente, nesta terça-feira (18)
Publicado em 18/05/2021
Hans de Wit é consultor educacional em organizações como a Comissão Europeia, Unesco, Banco Mundial e Parlamento Europeu. O especialista discorreu sobre o impacto da pandemia de Covid-19 nas universidades europeias e apontou que ensino presencial deve ser retomado já no outono por lá. De Wit foi o último a comentar situação do cenário do ensino superior no mundo atual, em webinar promovido pelo Semesp, nesta terça-feira (18).
Segundo ele, todo o debate acerca da pandemia é uma questão de timing, visto que a situação atual é diferente da de um ano ou seis meses atrás. “Com o avanço da vacinação, maior testagem e diminuição dos infectados, estamos começando a caminhar na direção da abertura, deixando o lockdown para trás”, afirmou.
“Estamos vivendo uma situação oposta a do Brasil, Índia e alguns países da África, então o ensino presencial deve retornar no outono europeu de 2021, mais tardar na primavera de 2022”, disse ele. “Nosso ensino superior também tem sofrido menos impactos do que no Brasil ou Estados Unidos, por exemplo, porque ele é majoritariamente público, com uma maior possibilidade de recuperação. A pandemia tem sido muito mais sentida pelo setor privado”, avaliou Hans.
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De acordo com Hans de Wit, no geral, as universidades europeias responderam à pandemia da mesma forma que o resto do mundo. “As IES tiveram que fechar as portas para o ensino presencial e adotar o ensino remoto, e elas não estavam preparadas para isso, não existia uma base. Foi uma gestão de crise, mas nos saímos surpreendentemente bem”, disse, lembrando que houveram sim desafios, principalmente no uso eficiente das plataformas de tecnologias e na adaptação das metodologias de ensino. “Mas em termos de qualidade do ensino e do desempenho dos alunos, não foi algo tão negativo”.
Durante o webinar, o consultor também discorreu sobre outros desafios enfrentados pelas IES, como a saúde mental dos alunos e professores e os programas de intercâmbio de estudantes, todos fechados praticamente 100% em virtude das restrições de viagens internacionais. “Como vamos nos recuperar desse impacto negativo ainda não sabemos, mas existem indicadores que apontam que os intercâmbios devem voltar, assim como as aulas presenciais”, adiantou.
“Os estudantes querem ter experiências presenciais, eles sentem faltam disso”, decretou ele. “O ensino remoto deve continuar, mas o presencial agrega valor, os estudantes sentem falta de terem uma comunidade acadêmica viva e a expectativa para o retorno presencial é alto. O presencial é a chave dessa experiência, então acredito que o futuro da educação superior seja híbrida”, finalizou citando ainda que a pandemia trouxe oportunidades positivas para o ensino superior, como a maior colaboração entre as universidades europeias, em virtude da facilidade logística para trocas de experiências.
Fonte: Semesp
Como a pandemia tem afetado a educação superior na Índia