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IES procuram saída diante da incerteza sobre Enem 2021

Metas globais do Inep para este ano não inclui previsão de aplicação da prova, mas ministro aposta em “outubro, novembro”. Gestores de IES e especialistas comentam impacto no setor

Publicado em 18/05/2021

por Mayara Figueiredo

sem enem 2021 Foto: pixabay

O Brasil caminha para o fim do primeiro semestre, mas até o momento, nem mesmo o edital geral do Inep com o cronograma do Enem 2021 saiu ainda. O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse na sexta-feira (14), que a prova acontecerá em “outubro, novembro”, mas internamente, servidores dizem que prazo é apertado ou até “impossível” de ser cumprido, segundo informações veiculadas na imprensa nesta segunda-feira (17).


IES se apoiam em alternativas próprias

Uma segunda edição com atrasos ou adiamento na aplicação do maior vestibular do país, impacta diretamente a agenda de programas estudantis como o ProUni, o futuro de milhares de jovens e em consequência, as IES. Este ano, instituições como a Fecap, em São Paulo, viram as vagas de preenchimento do ProUni minguarem e tiveram que se apoiar em outras alternativas. “A entrada de alunos via Enem era majoritária, mesmo pelos pagantes. Mas tendo em vista a ociosidade dos programas públicos, criamos um programa de bolsa social para preencher essa lacuna”, informou Edison Simoni, reitor da instituição.

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Luciano Kliemaschewsk, presidente do Grupo Tiradentes em Sergipe, corrobora com a fala de Simoni, dizendo que essa indefinição posterga o ingresso dos estudantes ­- o que para eles, representa uma diminuição em 30% de novos alunos; número que entra na Tiradentes por causa do Enem. “Desde o ano passado adotamos em nossos editais que para aprovação, os alunos podem utilizar notas do Enem de anos anteriores ou fazer nosso vestibular agendado. Ainda dependendo da modalidade de entrada, o aluno pode ter uma bolsa com desconto na matrícula e no curso”, diz.


Efeito dominó

Para Rodrigo Capelato, economista e diretor executivo do Semesp, uma possível não realização do Enem gera um impacto em cadeia, que começa atingindo e comprometendo estudantes, passa pelos programas estudantis e afetam as IES causando prejuízo para elas e na economia geral. “Seria o caos, causaria um colapso. E todos nós do setor já estamos sentindo”, reflete Capelato. “Sem o Enem, não existem programas públicos de acesso ao ensino superior, a não ser que houvesse uma mudança legislativa que nos obrigasse a voltar num tempo em que cada instituição tinha seu próprio vestibular”.

sem enem 2021
Foto: Andrea Piacqadio / Pexels

A indefinição sobre se vai ter ou não Enem ainda em 2021, pode encontrar sua causa numa possível falta de verba. Ainda segundo informações dos veículos de imprensa, há uma indefinição sobre o orçamento que conta com R$200 milhões para a etapa de planejamento, o que não inclui a aplicação. Entre as metas globais do Inep, essa data ainda não está prevista.

“O adiamento do exame quebra uma série histórica de avaliação do ensino médio, afetando políticas públicas importantes; razão pela qual não se pode aceitar a falta de verbas como justificativa para a não realização do Enem”, opina José Roberto Covac, diretor jurídico do Semesp e especialista em direito educacional.

A urgência da aplicação do Enem ainda em 2021

Apesar das políticas de financiamento próprio das IES, bem como de mecanismos para diminuir o impacto de uma possível não realização do exame, o cenário é de insegurança geral, podendo inclusive prorrogar problemas históricos do Brasil, relacionados à educação e à desigualdade social, como disse Rodrigo Capelato em artigo para o jornal O Estado de São Paulo em janeiro, quando ainda se discutia a realização do Enem 2020.

A única informação concreta sobre o exame até o momento, é o prazo para solicitar isenção da taxa e justificar ausência no ano anterior, que começou ontem, dia 17 e vai até 28 de maio. Já o resultado final com as solicitações aceitas, será em 29 de junho.

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Autor

Mayara Figueiredo


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