ARTIGO
O impacto social não está apenas nos resultados quantificáveis
Publicado em 22/06/2023
A violência está naturalizada no Brasil. Nas escolas, por exemplo, os ataques tornaram-se recorrentes. Dos cerca de 24 ataques ocorridos desde 2002, mais da metade aconteceram nos últimos dois anos, de acordo com pesquisa realizada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Verificar a origem deles é importante, mas tem se tornado urgente saber como lidar com as situações que potencialmente podem gerar desfechos traumáticos. Especialistas afirmam a necessidade de espaços de escuta. Neles, a humanidade de cada um pode ser resgatada e é possível eclodir sentimentos de empatia e pertencimento. José Ivaldo Araújo de Lucena, da Universidade Católica de Brasília e membro da Cátedra UNESCO de Juventude, educação e sociedade, questiona: onde há espaço na sociedade para as escutas e diálogos autênticos? (Leia aqui)
A criação desses espaços nas organizações é o tema do artigo de Juanita Zerda, Katherine Milligan e John Kania, “Aprofundar as relações para mudar os sistemas”, publicado na Stanford Innovation Review – Brasil. Os autores atentam para o fato de que os gestores, em geral, pensam que o impacto social só é gerado efetivamente a partir de dados quantificáveis, no entanto, crises devastadoras têm mostrado que “os problemas complexos e adaptativos desafiam modelos lógicos e soluções exclusivamente técnicas e redutoras”.
O artigo traz a experiência de organizações que buscaram dirimir os efeitos da violência, fenômeno sistêmico e multifatorial, centrando ações numa realidade até bem simples: os sistemas são formados por pessoas.