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Redação

Insegurança alimentar no campus

Entre os estudantes universitários franceses, a ajuda alimentar não é mais exceção. No Brasil, faltam pesquisas

Publicado em 22/10/2024

por Sandra Seabra Moreira

pexels-cottonbro-6590920 A distribuição de alimentos é uma das atividades da associação francesa COP1 junto aos estudantes mais pobres. Crédito: Pexels

Na França, a COP1, uma associação independente criada em meio à crise da Covid-19 para ajudar estudantes necessitados, divulgou sua pesquisa anual sobre a pobreza estudantil entre estudantes beneficiados por suas ações,  repercutida pelo jornal Le Monde.

O estudo apontou, por exemplo, que enquanto no conjunto da população francesa 29% já pularam uma refeição do dia por falta de dinheiro, entre os estudantes em geral, o percentual chega a 36%. Entre os estudantes beneficiados pela Cop1, são 60%. A ajuda alimentar, afirma o estudo, já não é mais uma exceção em meio aos universitários. Presente em mais de 20 cidades francesas, a COP 1 distribui refeições e inaugurou recentemente sua cantina solidária.

Estudos como o da COP1 são raros no Brasil. Em 2022, com o retorno às aulas depois da pandemia, a Uerj levantou dados iniciais para avaliar o índice de segurança alimentar dos alunos. De acordo com o site O joio e trigo, que investiga exclusivamente a alimentação e suas implicações políticas, “os resultados dessa coleta inicial foram assustadores. Mais de um terço (36%) dos calouros viviam em situação de insegurança alimentar […]. Desse total, um aluno a cada sete (14,8%) tinha fome – ou seja, faltava comida em casa – e por volta de um quinto (21,2%) enfrentava ‘insegurança alimentar sem fome’, que é quando se abre mão da qualidade dos alimentos para se ter o que comer.”

 

Leia: Bem-estar na educação

 

Ainda segundo o site, “os números pioram quando são separados entre cotistas e não cotistas. Mais da metade (53,2%) dos estudantes que entrou na Uerj por cota estava em uma dessas situações de insegurança alimentar contra cerca de 28% dos não cotistas.”

Acesse a pesquisa da COP1 ou seu resumo, em francês:

Baromètre annuel Cop1 et Ifop sur la précarité étudiante

 

R$ 3,1 bilhões para a pesquisa científica 

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançaram cinco novos editais na semana passada. Serão R$ 3,1 bilhões para fortalecer a pesquisa científica, a inovação, a formação de redes e de ambientes de inovação. O foco são as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. 

A iniciativa da Finep é  voltada para a consolidação de parques tecnológicos e investimentos regionais estratégicos. Serão investidos R$100 milhões em recursos não-reembolsáveis do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), para os estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Piauí, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins. Podem enviar projetos as IES públicas e particulares sem fins lucrativos. 

O objetivo é reduzir as desigualdades regionais, aproximar parques tecnológicos e empresas e promover o desenvolvimento de ecossistemas de inovação. As propostas podem variar de R$4 a R$10 milhões. Entre os critérios estão a  contribuição do projeto para o desenvolvimento local, a vinculação ao Plano de Inovação da região e as parcerias com universidades, empresas e outros hubs de inovação.

O prazo para recebimento de propostas vai até 16 de dezembro de 2024.

Acesse o edital:

Chamada pública MCTI/FINEP/FNDCT– Parques tecnológicos 

 

Homenagem aos professores

O impacto da educação na vida dos estudantes, mensurado e exposto por meio de suas próprias falas, é o mote do primeiro capítulo do documentário Impacto docente, realizado pela  PUC Campinas para homenagear os professores. Os demais capítulos – são seis, além de quatro extras – trazem docentes da instituição contando suas histórias e os valores que norteiam a prática da docência. Tocante, é inspiração para todos os que acreditam na educação para construir futuros cada vez mais justos e plenos.     

Assista:

Impacto docente

 

Ciência e educação 

Em meio ao avanço das tecnologias e o impulso crescente  para a inovação e, ao mesmo tempo, no Brasil,  a revisão dos cursos de licenciaturas, é muito bem-vinda a publicação de  Educação tem ciência: como a ciência pode contribuir com a educação?. O livro reúne artigos de pesquisadores associados à  Rede Nacional de Ciência para a Educação (CpE): Naercio Menezes Filho (Insper), Janaína Weissheimer (UFRN), Sidarta Ribeiro (UFRN) e Edmundo de Souza e Silva (UFRJ). 

Gratuito e destinado a educadores, pesquisadores, e formuladores de políticas, a publicação traz uma visão interdisciplinar acerca da integração da ciência na educação. Apresenta pesquisas de ponta e recomendações práticas para aplicar descobertas científicas no âmbito escolar. A coordenação da publicação é de Roberto Lent e a edição, de Marília Zaluar Guimarães – coordenador geral e adjunta da Rede CpE.

Os artigos registram as propostas da Rede CpE e da Cátedra Unesco de Ciência para a Educação discutidas no âmbito da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5CNCTI). O evento foi realizado no final de julho para construir a  Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti), com diretrizes para o setor até 2030.

Acesse o livro aqui:

Educação tem ciência: como a ciência pode contribuir com a educação?

 

45 anos do Semesp 

O Semesp receberá homenagem em sessão especial no Senado no dia 4 de novembro, marcando os 45 anos de dedicação da entidade às questões do ensino superior e às instituições de ensino. A homenagem tem início às 10h30, no plenário do Senado Federal. 

 

 

Autor

Sandra Seabra Moreira


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