NOTÍCIA
Os resultados foram apresentados pelo ministro da Educação, Camilo Santana, ao lado do presidente do Inep, Manuel Palácios
Publicado em 13/01/2025
A edição de 2024 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi a maior dos últimos três anos. Com 4.325.960 inscrições e 73,5% de participantes presentes, o Enem 2024 ultrapassou as edições de 2022 e 2023 tanto no número de estudantes inscritos quanto de provas realizadas. Os dados foram divulgados pelo Inep.
Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, 13 de janeiro, o ministro Camilo Santana chamou atenção para o fato de que, além do aumento no número de participações, o Enem 2024 também obteve maior proficiência média, alcançando 546 pontos. Em 2023, a média foi de 543 pontos.
Comparados à edição do Enem 2023, os resultados obtidos em “linguagens, códigos e suas tecnologias” saltaram de 516 para 528 pontos. Também houve melhora na média de redação, que passou de 645 para 660 pontos. Neste ano, 12 estudantes alcançaram nota máxima ao desenvolver o tema “desafios para a valorização da herança africana no Brasil”. Nas demais áreas, a proficiência média foi menor. Compare os resultados na tabela abaixo.
Na análise de Luiz Cláudio Costa, reitor do IESB e colunista da Ensino Superior, a variação negativa nas médias de matemática, ciências humanas e ciências da natureza demonstram algumas deficiências do país nessas áreas do conhecimento. “O Enem é um diálogo direto do ensino superior com o ensino médio e um informativo muito grande para as secretarias de educação básica dos estados. O exame serve para orientar e, assim como o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), é mais um indicativo para as áreas em que precisamos fortalecer a atenção dos estudantes no ensino médio”, diz.
Com os resultados do exame, os participantes podem pleitear uma vaga gratuita pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que abre a consulta às vagas na terça-feira, 14 de janeiro, no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior, com início das inscrições dia 17 deste mês. Também podem tentar uma bolsa de estudo pelo Programa Universidade para Todos (Prouni) ou com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Estudantes de escola pública têm direito a concorrer às vagas ofertadas pela Lei de Cotas: pelo menos metade (50%) das vagas de cada curso das instituições públicas deve ser destinada a candidatos que estudaram na rede pública todo o ensino médio.
Camilo Santana ressaltou que a nota de corte do Sisu em 2023 – de 570 pontos –, permitiu que mais de 1 milhão de jovens pudessem acessar os 842 cursos ofertados pelo programa. “Muitas vezes o jovem desiste de fazer o Enem por achar que irá tirar uma nota baixa e não conseguirá acessar um curso superior. Mas a nota de corte, que deve ficar mais ou menos na mesma média de 2023, permite o acesso do aluno ao ensino superior brasileiro”, afirma.
Para Luiz Cláudio Costa, além de trabalhar a importância do curso superior, é preciso reforçar a possibilidade de entrada para estudantes de baixa renda. “O ensino superior sempre terá o seu espaço. É claro que ele deve mudar, pois, especialmente agora com a inteligência artificial, está em xeque. Ter uma graduação, no entanto, ainda garante melhores salários. Mas o mais importante é o jovem perceber que tem condições de estudar. Um jovem em situação mais carente, por exemplo, precisa de medidas afirmativas das instituições federais e privadas para que ele possa estudar. Então, além dessa demanda da importância do ensino superior, é importante dizer para o jovem que, independentemente de sua classe social, ele poderá ter acesso”, destaca o reitor do IESB.
O ministro da Educação também mencionou o desenvolvimento de um prêmio para reconhecer os resultados da educação básica. Segundo Camilo Santana, o intuito da iniciativa é reconhecer os esforços das instituições de ensino e dar mais transparência aos resultados obtidos pelos estudantes. As categorias da premiação serão anunciadas em breve.