NOTÍCIA
Representantes de diferentes regiões do Brasil contribuirão para que a revista amplie sua abrangência no noticiário e reportagem
Publicado em 20/08/2025
Foto: Pexels
Após 28 anos de fundação, a revista Ensino Superior criou a figura do Embaixador, personalidade do mundo da educação que contribuirá para a maior difusão de conhecimento técnico e de gestão para todas as IES do Brasil. Esses Embaixadores formam um novo grupo de curadores que ajudarão a revista a ser mais dinâmica, abrangente e útil. O objetivo é manter um grupo diverso, que reflita o quadro de gestores das IES nacionais. Os Embaixadores empossados até o momento são Antonio Marcos Neves Esteca, Fabio Merlin, Fernanda Serva, Marcel Gama, Fred Silveira e Ryon Braga.
Antonio Marcos Neves Esteca iniciou sua jornada no ensino superior em 2014. É avaliador do Inep/MEC para credenciamento em ensino a distância (EAD) e CEO do grupo que administra três faculdades, a Faculdade Metropolitana do Estado de São Paulo (FAMEESP), em Ribeirão Preto, a Faculdade Metropolitana de Franca FAMEF, e a Faculdade de Tecnologia, Ciência e Educação (FATECE), em Pirassununga. Todas no Estado de São Paulo.

“Queremos atender a pessoa que tem ou não dinheiro, mas que quer uma educação de qualidade”, diz Antonio Esteca, CEO e avaliador do Inep (Foto: divulgação)
Ele conta que a meta do grupo é oferecer educação de alta qualidade, bem avaliada pelo MEC e acessível. “Queremos atender a pessoa que tem ou não dinheiro, mas que quer uma educação de qualidade”, diz.
Esteca explica que o ensino superior passou por uma expansão importante, com o marco regulatório 9057, de 2017. Mas que por má administração chegou a situações críticas, como o aumento na concorrência e a queda de qualidade da educação. Acredita que, agora, com o novo marco regulatório, há uma tentativa de melhorar a situação. Vê o marco regulatório como necessário, mas com pontos importantes para serem revistos. Sendo que os principais são a quantidade de presencialidade e sincronicidade, por excluir pessoas, e o não compartilhamento de polos, que impõe desafios estruturais grandes para um país que não está preparado para isso.
Fabio Merlin começou a sua jornada na educação há 25 anos, como professor. Junto com sua esposa, Maria Amélia Governo Merlin, também professora, fundou instituições de ensino básico e mais tarde instituições de ensino superior. Hoje, são mantenedores de 3 IES no Estado de São Paulo: UNIBR, em São Vicente e Botucatu, e ENAU, em Ribeirão Pires. Ele explica que são faculdades de acesso, que criam oportunidade para os alunos estudarem e que os cursos são pensados a partir das necessidades das regiões.

Para Fabio Merlin, é importante mostrar ao jovem o valor do diploma universitário (Foto: divulgação)
A UNIBR de São Vicente, por exemplo, oferece cursos de gestão com foco na questão portuária pela proximidade de Santos. Para Merlin, a percepção de valor do ensino superior não está boa, porque muitos alunos querem somente o diploma. Não querem a jornada, o caminho para chegar até ele. Diz que é importante mostrar o valor da jornada universitária e que as instituições fazem isso através de metodologias diferenciadas e aproximação real com o mercado de trabalho.
Merlin defende que é preciso levantar o debate da questão da educação o tempo todo para ter mais qualidade, financiamento e acesso, diminuindo assim a desigualdade no país.
A Embaixadora Fernanda Serva é pró-reitora da Universidade de Marília (Unimar), em São Paulo, e atuante nas causas comuns do ensino superior. Trabalha há vinte anos na instituição fundada por seu pai, Márcio Mesquita Serva, em 1956, que continua na presidência da

Fernanda Serva, da Unimar, diz que o jovem está chegando diferente ao ensino superior, movido por desafios (Foto: divulgação)
mantenedora. Ela conta que todos os cursos da instituição são alinhados com a parte prática desde o início da jornada do estudante. Como exemplo, o Hospital Beneficente Unimar, que nasceu para atender o pilar da saúde. Diz que um outro diferencial da IES é a preocupação de ter um campus que cuide do bem-estar da comunidade.
Fernanda é entusiasta das redes de cooperação das IES e defende que o segmento do ensino superior é o que de fato transforma vidas. “Vejo um jovem interessado, que está chegando diferente, movido a desafios. Isso é bom porque a sociedade precisa evoluir”, comenta.

A união das instituições é fundamental para defender a relevância do ensino superior, diz Fred Silveira, da escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (Foto: divulgação)
Já Fred Silveira trabalha no mercado do ensino superior desde 2012. É gestor comercial da EBMSP – Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e CEO do Meeting Educacional, com sede em Salvador. A empresa nasceu em 2018 e promove encontros entre líderes de diversos setores de instituições do ensino superior com o objetivo de estimular o diálogo sobre marketing, finanças e gestão. Silveira diz que o diferencial da empresa é promover um ambiente de trocas genuíno e autêntico.
Silveira defende que hoje é importante a união das instituições para mostrar bons argumentos e dados na defesa da relevância do ensino superior para a vida das pessoas e para a sociedade.
O lema de Marcel Gama é “ensinar o que importa”. Formou-se em engenharia de produção e é CEO do Centro Universitário UniFECAF, fundado em 2015, com sede em Taboão da Serra, São Paulo. Ele diz ter obsessão por “ensinar o que importa” para o mercado de trabalho e que são disruptivos em termos de matriz curricular. Segundo Gama, o diferencial da instituição foi fechar o “gap” entre o que as universidades ensinam e o que o mercado precisa.

Para Marcelo Gama, CEO da UniFECAF, é preciso resolver o gap entre o que a universidade ensina e o que o mercado precisa (Foto: divulgação)
Agora, a UniFECAF prioriza a abertura de novos cursos voltados às “profissões do futuro”. Gama explica que a instituição tem a preocupação de cuidar para que o campus e os polos de EAD sejam atrativos para os alunos quererem frequentá-los.
Para ele, o ensino superior brasileiro ficou para trás, pois ainda hoje as matrizes curriculares da maioria das instituições são pensadas por um coordenador de curso que não tem conhecimento do que o mercado de trabalho pede. Ele vê um movimento de modernização, mas muito lento perto do que o mundo atual exige.
Considerado um inovador, Ryon Braga atua na educação superior há 28 anos, e hoje é presidente da Rede Multiversa de Educação, composta por 7 instituições do ensino superior que estão localizadas no Paraná, Ceará e Amazonas. A rede é liderada pelo Centro Universitário Multiversa em Aracati, no Ceará. Explica que a rede existe para reforçar e assegurar a competitividade e sustentabilidade de instituições regionais, pequenas e médias, que não fazem parte de grupos de consolidadores.
As estratégias para atingir os objetivos são usar um modelo educacional diferenciado baseado em metodologias ativas, e a criação de um ecossistema de relacionamento com a comunidade da região onde cada instituição está inserida.

Ryon Braga, da Rede Multiversa de Educação, aponta momento ambíguo para o setor: forte crise e oportunidades surgindo (Foto: divulgação)
Segundo Braga, o ensino superior vive um momento ambíguo. De um lado, explica, vive provavelmente a maior crise que já enfrentou nas últimas três décadas, em função do cenário macroeconômico e da ausência de financiamento estudantil, já que desde 2015 o Fies vem em declínio e não há financiamento público para os estudantes. Além disso, diz que a competitividade das instituições é predatória e o modelo de EAD 100% assíncrono prejudicou muito o valor agregado do setor e levou a preços aviltantes de mensalidade, prejudicando as instituições mais sérias.
Por outro lado, observa que há grandes oportunidades, porque se antigamente as pessoas pensavam que os diplomas eram todos iguais, hoje elas percebem que não é assim. Para ele, há instituições que agregam muito valor e outras nem tanto, criando oportunidade para as instituições que oferecem qualidade. “O MEC vem tentando ajudar com o novo marco regulatório, com um passo pequeno e tímido, mas importante em defesa da melhoria da qualidade da educação superior brasileira”, afirma Braga.
Além de contribuírem com a curadoria editorial e com artigos para publicação na revista, os Embaixadores também têm a missão de promover eventos anuais com gestores da região em que atuam, com o apoio de conteúdo e promoção da equipe da revista. A meta da Ensino Superior é reunir representantes de todas as regiões do Brasil.