NOTÍCIA
Indo além da simulação de situações reais, instituição delega aos estudantes a gestão de um hotel-escola com 117 acomodações
Publicado em 17/11/2018
São 9h da manhã de um sábado e um grupo de 14 estudantes discutem a sequência de atividades que serão oferecidas aos hóspedes do Grande Hotel São Pedro, localizado a 184 km de São Paulo.
De olho em uma extensa planilha de Excel, eles passam a limpo todos os detalhes, da cozinha à recepção, das ações de entretenimento à acomodação. Até mesmo quem vai receber as flores da decoração do dia seguinte está apontado no documento. Encerrada a reunião, eles saem para comandar a equipe operacional, também integrada por alunos.
A atividade não é uma simulação, mas a execução de um projeto que se desenrola por oito meses até chegar ao final de semana em que os jovens, efetivamente, assumem a gestão do resort.
Eles são estudantes de três graduações do Centro Universitário Senac – Hotelaria, Eventos e Gastronomia – e formam um time de 110 pessoas selecionadas entre 300 candidatos. Os eleitos se preparam de fevereiro a outubro, período em que participam de workshops para desenvolver as habilidades de que necessitarão para comandar e operar o hotel-escola.
São trabalhadas competências técnicas e sociais, como a liderança e a capacidade para resolver problemas. João Pedro Gonçalves, de 21 anos, foi escolhido para assumir a gerência geral do hotel e se diz transformado pela experiência, que lhe ensinou, entre outras coisas, a gerenciar pessoas e a conquistar uma visão global da administração hoteleira.
E apesar da pouca idade, ele não se intimidou com a responsabilidade que lhe foi entregue. “Tivemos muito preparo para chegar até aqui e confio na equipe que formamos ao longo desses meses”, declarou.
Marcelo Traldi, professor do bacharelado em Hotelaria do Senac, conta que o programa nasceu de uma parceria com a Cornell University, que realiza há anos um projeto semelhante. Nas duas primeiras edições, eles acompanharam de perto o Desafio Senac: Alunos no Comando, mas hoje a iniciativa caminha sozinha e tem identidade própria.
Diferente da universidade americana, o Senac não restringiu a ação aos alunos de Hotelaria nem a um único campus. Estudantes de três campi (Santo Amaro, na capital; Águas de São Pedro e Campos do Jordão, no interior) podem se inscrever e, além dos já mencionados cursos de Gastronomia e Eventos, o centro universitário também atraiu os estudantes de Educação Física e Fotografia para realizar apresentações artísticas e registrar o acontecimento.
Sandra Maia, coordenadora do bacharelado em Hotelaria, reconhece que o desafio tem uma seleção concorrida e que deixa de fora muitos estudantes.
Mas garante que há outras vivências e práticas para preparar os alunos para o exercício profissional. “Ninguém sai perdendo”, afirma. (MK)
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