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É preciso saber as características da comunidade escolar e conhecer os alunos para conseguir utilizar a criatividade para transformar a escola, concordam os diretores Andrea Andreucci e Braz Rodrigues e a pesquisadora Filomena Siqueira
Publicado em 17/08/2022
O diretor escolar carrega a responsabilidade de arcar com o planejamento da escola e de procurar trazer mudanças que possam melhorar a educação. Segundo Filomena Siqueira e Silva, doutora em administração pública e governo, boa parte dos professores se tornam diretores escolares sem ter uma estrutura e conhecimento específico sobre sua atuação. Uma ferramenta apresentada por ela que pode auxiliar nesse aprendizado são as ‘Competências gerais dos diretores escolares’ – uma vez que uma boa liderança faz toda a diferença dentro do espaço escolar. Ele participou ontem, 16, do painel Diretor escolar transformador: criatividade para superar desafios, durante o Grande Encontro da Educação, que aconteceu presencialmente no Inteli, SP, também com transmissão ao vivo.
“As escolas que tem uma liderança que consegue estabelecer uma direção para a escola, que desenvolve as pessoas que compõem as escolas, que configura a cultura organizacional, respeitando o seu perfil e cultura, gerencia o programa curricular e seus recursos e consegue fazer uma organização funcionar e alcançar os objetivos que se esperam – que não é um trabalho trivial e que exige diferentes competências, disposição e compreensão – alcançaram melhores resultados”, conta Filomena com base em sua pesquisa.
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Quem também participou do painel juntamente com a Filomena foram Andrea Andreucci, diretora-geral do Colégio Oswald de Andrade, na capital paulista, e Braz Rodrigues Nogueira, diretor aposentado e um dos responsáveis por buscar transformar Heliópolis, também em SP, em um bairro educador.
Segundo Andrea, a criatividade é um caminho para criar e transformar o ambiente escolar, mas ela só é possível se for alinhada com as diretrizes do colégio e respeitando suas individualidades, deixando o aluno como protagonista. “A escola é transformadora quando é representada por pessoas que conseguem nas suas funções se posicionar, é um ato político, um ato transformador, por isso ela tem um papel fundamental na nossa sociedade.” Ela emendou: “a abertura para a criatividade e para as novidades é necessária, mas desde que ela esteja toda alinhavada no projeto político-pedagógico da escola e não separada”.
“Tudo passa pela educação e a escola tem que ser um centro de liderança na comunidade em que está inserida.” Foi com essa convicção que Braz Rodrigues começou a contar sobre a transformação que a escola de Heliópolis passou para se transformar em um bairro educador. Braz era professor em uma escola pública em Heliópolis e entrou de cabeça no papel de diretor escolar enfrentando diversos desafios, e viu na ligação com a comunidade, o professor, o aluno e as famílias um caminho para transformar a aprendizagem em seu bairro.
“Ao encontrar aliados entre os professores, os pais e as lideranças comunitárias, a escola passou a ter um grande poder de mudar as coisas”, contou Braz Rodrigues Nogueira.
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