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Internacionalização

Direção, professores e alunos: quais suas funções dentro da internacionalização e como envolvê-los no processo?

Inserir as instituições de ensino superior em um contexto não global não depende exclusivamente da vontade da diretoria. Todos os agentes envolvidos precisam se conectar

Publicado em 17/07/2019

por Alberto Costa

Como envolver diretores, professores e alunos no processo de internacionalização Foto: Shutterstock

Por Alberto Costa

Nos artigos anteriores a ideia de que a internacionalização é um processo lento e construído a várias mãos foi frisado mais de uma vez. Esse não é um movimento que acontece de cima para baixo, com decisões vindas da diretoria e acatadas pelas outras esferas da universidade, mas sim uma pirâmide que se completa apenas quando todas as áreas se unem para trabalhar em prol do movimento.  

Ou seja, há um grande mecanismo que se encaixa e que precisa que cada engrenagem rode conforme seu papel de colaboração para que o todo funcione, o que inclui direção, professores e alunos.

É claro que toda instituição que decide passar pela internacionalização precisa criar uma estrutura que dê o suporte necessário para as ações que se sucedem, o que em geral se concentra em um departamento responsável e que de forma bastante comum integra a direção da universidade ou da faculdade em função do tipo de decisão tomada.

É ele quem vai cuidar de toda parte formal, burocrática e de implementação do projeto, estabelecendo parcerias com outras instituições ao redor do mundo, divulgando e se inteirando de programas e de pesquisas que possam ser realizadas em colaboração, assim como coletar ideias e sugestões trazidas pelos professores e alunos e buscar maneiras de colocar em prática o que for benéfico para todos.

Leia também: Política de idiomas: o que é e como construir uma eficaz?

A questão da mobilidade também está entre suas atribuições: levar docentes brasileiros para se especializarem em outras universidades ao redor do mundo ou trazer professores de outros países para fazerem cursos como pós-doutorado ou extensões aqui no Brasil. Outra função do setor é lidar com os alunos que vem do exterior, cuidando de toda parte de acolhimento e adaptação ao novo país, além também de estruturar todo o programa de idiomas que serve de plataforma para que todas as iniciativas possam ser concretizadas.

Os docentes

Em uma esfera mais intermediária desse ecossistema temos também os professores que são essenciais na transmissão do conhecimento em sala de aula aos alunos e também no apoio aos estudantes em meio às inúmeras mudanças que a internacionalização propõe. Para que isso aconteça é importante que eles estejam alinhados com os objetivos da instituição, e, acima de tudo, preparados metodologicamente para o processo.

De forma geral, os docentes que atuam nas instituições de ensino superior já possuem as formações exigidas por lei, como a pós-graduação, o mestrado e o doutorado, mas quando pensamos em um ensino internacionalizado, padrões linguísticos são tão importantes quanto todo esse processo de especialização em suas áreas de ensino só que, em contrapartida, não integram os currículos de formação.

Nesse caso, para que haja o engajamento e o envolvimento necessário por parte do profissional, um dos caminhos possíveis são os programas de educação continuada que busca a especializaçãoe o aprimoramento dentro dos parâmetros que a instituição almeja atingir. É um exemplo disso o desenvolvimento de habilidades metodológicas para ministrar suas aulas usando o inglês como meio de instrução (EMI).

Leia também: Internacionalização do ensino superior: a teoria e a prática

E, já na ponta, temos os alunos para quem a palavra chave é propósito. É preciso que a universidade abra os horizontes daqueles que ingressam nessa fase da vida para que eles vislumbrem as oportunidades que se abrem por meio de uma proposta de ensino internacionalizada.

A união de forças entre professores e diretoria em prol de um ambiente de autonomia, de protagonismo e de estímulos ao desenvolvimento contínuo faz com que eles sintam na prática a tradução da política detalhada no papel.

Mas, não para por aí. A internacionalização deve ser um ecossistema completo e vivo e é por isso que conectar e unir todos esses pilares de maneira constante depende ainda da disponibilidade de agentes móveis dentro da estratégia que atuem como uma espécie de embaixada, com atuação integrada em todos os níveis da pirâmide em busca da máxima cooperação e da abertura de um canal de comunicação que fomenta as novas ideias e as boas práticas, tornando a internacionalização cada vez mais visível e natural ao dia a dia de todos os envolvidos.

diretores, professores e alunos
Foto: Shutterstock

Aberto Costa é senior assessment manager de Cambridge Assessment English, departamento da Universidade de Cambridge especializado em certificação internacional de língua inglesa e preparo de professores.

Autor

Alberto Costa


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