Segundo o Semesp, a folha salarial destinada a professores e demais colaboradores representa, em média, 70% dos custos fixos de uma instituição
Publicado em 31/03/2020
A campanha #ovalordaeducacao é uma iniciativa do Semesp, entidade que representa as mantenedoras de ensino superior, para explicar à sociedade que os custos de manutenção das instituições de ensino superior não caíram, apesar da suspensão das aulas e das atividades presenciais.
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Em decorrência da pandemia do Covid-19, a equipe docente está se desdobrando para criar planos de aula online de qualidade e há instituições que investiram em treinamento e estratégias para viabilizar a educação a distância.
Entretanto, há um movimento que pede a redução das mensalidades. O Semesp enxerga essa reivindicação como uma ameaça ao salário dos professores e demais funcionários que compõem o ensino superior.
Em nota oficial, a entidade alerta que “uma redução generalizada nos valores das mensalidades pagas pelos alunos poderá provocar, simplesmente, a quebra do setor, colocando em risco a sobrevivência de milhares de professores e colaboradores, que de um momento para o outro correrão o risco de não receber os salários”.
Ainda segundo a entidade, o setor privado responde por 75% das matrículas no ensino superior, o que impacta na formação acadêmica de mais de 6 milhões de estudantes, empregando mais de 390 mil professores e funcionários técnico-administrativos.
O Semesp fez uma lista dos gastos das instituições de ensino e aponta que não houve redução na folha de pagamentos, uma vez que professores e funcionários continuam trabalhando de casa. A entidade ainda ressalta que a folha salarial representa, em média, 70% dos custos fixos de uma instituição de ensino.
A lista também esclarece que não houve redução nos custos de material didático, nem redução de impostos, tampouco nos custos de prestadores de serviços e de acordos financeiros relacionados à inadimplência. Apenas os gastos referentes à limpeza, segurança, energia elétrica, água e outros itens de manutenção foram diminuídos.
“O Semesp identificou, por outro lado, que embora estejam mantendo a mesma estrutura docente para os cursos, apenas com os professores se dedicando às atividades de ensino de forma remota, as instituições estão sendo obrigadas a aumentar suas despesas com a instalação de novos equipamentos tecnológicos, treinamentos para o corpo acadêmico e aquisição de licenças de uso de novas ferramentas para suportar a transmissão remotamente aos alunos da mesma aula que era ministrada presencialmente”, destaca outro trecho da nota oficial.
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