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Professores brasileiros acumulam mais horas de trabalho

Na educação básica, 20% dos professores lecionam em mais de uma escola, quase 11 vezes mais do que em outros países

Publicado em 10/12/2021

por Redação Ensino Superior

professores brasileiros professores acumulam horas de trabalho e se responsabilizam por mais salas de aula (foto: Envato Elements)

professores brasileiros
professores acumulam horas de trabalho e se responsabilizam por mais salas de aula (foto: Envato Elements)

Enquanto nos Estados Unidos apenas 1,7% dos docentes trabalham em mais de uma escola, no Japão 2,7% e na França 4,7%, já 20% dos professores brasileiros estão em mais de uma instituição, sendo que, ao considerar todas as etapas nas quais um professor brasileiro do ensino fundamental 2 leciona (EF2), o percentual sobe para 45%.

Essa elevação ocorre porque, no Brasil, apenas 39% dos professores do EF2 regular lecionam somente nessa etapa e modalidade: 27% lecionam no EF2 e no ensino médio; 9% no EF1 e no EF2; 7% no EF2 e na Educação de Jovens e Adultos (EJA); e os demais no EF2 e outras combinações de etapas.

Leia: Famílias valorizam mais os professores depois da pandemia

Carga horária

As afirmações compõem a pesquisa recém-lançada Volume de trabalho dos professores dos anos finais do ensino fundamental, realizada pela Fundação Carlos Chagas (FCC) e Dados para um Debate Democrático na Educação (D3e). Também é apresentado que mais de 80% dos professores lecionam em tempo integral nos Estados Unidos, França e Japão, enquanto no Brasil apenas 27% o fazem, apresentando a menor média de horas de trabalho entre os quatro países: 36 horas semanais. Porém 73% dos professores brasileiros do EF2 trabalham em tempo parcial em uma escola específica: média de 28 horas semanais, podendo acumular mais horas de trabalho, pois podem lecionar à noite em outras escolas.

Sendo assim, o que se evidencia é que os professores brasileiros acumulam horas de trabalho e se responsabilizam por mais salas de aula, o que não corre nos outros países, escancarando a necessidade de uma mudança de paradigma. Segundo os pesquisadores, o professor deve deixar de ser fornecedor de aulas nas redes e se tornar professor de uma única escola, em uma única etapa de ensino, dedicando-se exclusivamente ao cargo.

Conteúdo originalmente publicado no site da Platafoma Educação

Leia também:

Alunos e professores divergem sobre aulas remotas

Autor

Redação Ensino Superior


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