NOTÍCIA
Conhecer os desafios inerentes à utilização dos ambientes virtuais permite maximizar seu potencial de uso como recurso de aprendizagem por Robson Santos da Silva O cenário educacional brasileiro tem apresentado aumentos expressivos no número de pessoas atendidas em diferentes níveis educacionais, incluindo cursos livres, corporativos, […]
Publicado em 22/08/2013
Conhecer os desafios inerentes à utilização dos ambientes virtuais permite maximizar seu potencial de uso como recurso de aprendizagem
por Robson Santos da Silva
O cenário educacional brasileiro tem apresentado aumentos expressivos no número de pessoas atendidas em diferentes níveis educacionais, incluindo cursos livres, corporativos, educação básica e, principalmente, o ensino superior. Dentre a gama de fatores que contribuiu para que isso acontecesse, merece destaque o uso das tecnologias digitais de informação e comunicação, seja por meio de softwares instalados nos computadores ou disponibilizados na web.
Também conhecidos como Learning Management System (LMS), os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) são representantes bastante expressivos nesse cenário. Trata-se de softwares que, hospedados na internet ou intranet, fornecem suporte para o desenvolvimento de atividades educacionais e de gestão do conhecimento a partir da combinação e ação integrada de diferentes recursos e linguagens. Assim, além da organização de conteúdo que oferecem, outros fatores permitiram aos AVAs serem gradativamente projetados ao ensino superior: suporte para diferentes mídias, incorporação de aperfeiçoamentos por meio de módulos ou plug-ins e interconexão com ferramentas externas são algumas das funcionalidades que se destacam.
Durante muitos anos a prática de implantação de projetos e cursos com a utilização de ambientes virtuais, sejam parciais ou totalmente a distância, foi caracterizada por uma sequência simples de ações: instalação do AVA, transformação do material utilizado no ensino presencial para PowerPoint ou PDF, upload desses arquivos para o ambiente, inserção de fóruns e tarefas, convocação dos técnicos e docentes da instituição para utilizarem essas ferramentas e, finalmente, a oferta de cursos.
A produção de cursos e conteúdos para serem utilizados no AVA requer técnicas especiais para que o design educacional seja adequado à proposta de formação. O método chamado Addie (Análise, Design, Desenvolvimento, Implementação e Avaliação, na tradução em português) ainda se apresenta como o mais utilizado. Cada uma das fases tem como principal objetivo: possibilitar que os conteúdos possam ser compatíveis com o público-alvo a que se destinam; delimitar objetivos de aprendizagem claros e apropriados; definir mídias e tecnologias apropriadas; apresentar sequenciamento, motivação, feedback; viabilizar a transferência dos conhecimentos; por fim, reconhecer a necessidade de avaliação permanente de todo o processo.
Há uma tendência natural de considerar o fator econômico na hora de escolher um AVA e acabar optando pelo uso de softwares livres. É preciso observar, no entanto, que, dependendo das condições estruturais do servidor da internet, da velocidade da conexão e do grau de qualificação necessária das equipes de suporte, o custo por aluno pode acabar ainda superior ao licenciamento de um AVA pago. Como em educação o fator qualitativo deve preceder o quantitativo, a visão meramente econômica pode conduzir a instituição a erros, normalmente, dispendiosos no futuro.
Atualmente, há muitos softwares disponíveis no mercado, incluindo-se opções pagas e livres. Dentre essas, destacam-se Claroline, Atutor, Ilias, OLAT, Sakai, LRN, Openelms, eFront, Dokeos, e, principalmente, o Moodle, adotado pela maioria das instituições públicas e por uma parcela significativa das particulares. Mas, afinal, que critérios técnicos e pedagógicos devem ser observados para que um software seja escolhido?
Para que possa cumprir seu papel de viabilizador de atividades educacionais, um ambiente virtual deve possuir características que considerem design, usabilidade, interatividade, interação e interoperabilidade, o que, naturalmente, implica a observação de aspectos técnicos relacionados mínimos a serem considerados: suporte às teorias de aprendizagem que fundamentam os cursos, alinhamento com o público-alvo a que as atividades se destinam, possibilidade de construção individual e coletiva do conhecimento, disponibilização de múltiplas ferramentas de comunicação entre pessoas e entre grupos, viabilização de processos de avaliação compatíveis com os objetivos e comunicação externa com outros serviços.
Percebe-se que aos desafios da escolha das mídias e tecnologias e da produção de material didático somam-se outras necessidades. Assim, uma parcela considerável das instituições vem passando por processos que visam à profissionalização de seus integrantes num contexto holístico em que o planejamento adequado, a gestão de processos e o apoio ao aluno são considerados elementos básicos e preponderantes nos projetos educacionais que tenham o uso de tecnologias digitais como um de seus pilares de sustentação.