Revista Ensino Superior | Bola fora - Revista Ensino Superior
Personalizar preferências de consentimento

Utilizamos cookies para ajudar você a navegar com eficiência e executar certas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies sob cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies que são classificados com a marcação “Necessário” são armazenados em seu navegador, pois são essenciais para possibilitar o uso de funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Os cookies necessários são cruciais para as funções básicas do site e o site não funcionará como pretendido sem eles. Esses cookies não armazenam nenhum dado pessoalmente identificável.

Bem, cookies para exibir.

Cookies funcionais ajudam a executar certas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedbacks e outros recursos de terceiros.

Bem, cookies para exibir.

Cookies analíticos são usados para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre métricas o número de visitantes, taxa de rejeição, fonte de tráfego, etc.

Bem, cookies para exibir.

Os cookies de desempenho são usados para entender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência do usuário para os visitantes.

Bem, cookies para exibir.

Os cookies de anúncios são usados para entregar aos visitantes anúncios personalizados com base nas páginas que visitaram antes e analisar a eficácia da campanha publicitária.

Bem, cookies para exibir.

NOTÍCIA

Edição 236

Bola fora

Publicado em 08/02/2017

por Rubem Barros

the-ball-488714_960_720 Pixabay

Declaração de Zico mostra que futebol continua cumprindo bem o papel de metáfora do Brasil

Pixabay

O futebol continua cumprindo bem o papel de metáfora do Brasil, referência para glórias e mazelas. E até seus maiores ícones não estão imunes aos grandes escorregões. Depois de uma declaração fanfarrona do técnico Renato Gaúcho, do Grêmio, ironizando, após conquistar a Copa do Brasil, em dezembro passado, aqueles que vão à Europa estudar futebol, a imprensa repercutiu a fala com Zico, ex-ídolo do Flamengo e da seleção.

Reconhecido por sua seriedade e retidão – além do enorme talento, obviamente – Zico acabou endossando a fala de Renato. Disse que estudar, havia estudado. Português, matemática, aquilo que seus pais o convenceram a fazer quando jovem. Que ninguém iria ensiná-lo a fazer gol, ou mostrar-lhe qualquer novidade tática, que para isso bastava assistir aos jogos. Mas que, com sua vivência, não iria aprender nada em nenhum curso para técnico.

Que a essa altura da vida, com tudo que já conquistou, Zico não queira estudar de forma sistemática é compreensível. Mas que desvalorize a atitude de fazê-lo, não. Em primeiro lugar porque, mesmo que não de forma sistemática, obviamente ele próprio estudou muito futebol e seus adversários na vida de técnico. Em segundo, pelo fato de que a declaração revela uma visão um tanto curta sobre o que se pode aprender de novo num curso do gênero (desde que gabaritado, é claro).

Muito além do jeito de driblar, chutar ou dispor o time em campo, estudar futebol hoje significa prestar atenção a interações com áreas diversas, da fisiologia do esporte à neurociência, da sociologia do esporte à psicologia. Seria muito estranho que, num mundo que não para de produzir novos conhecimentos, uma área específica pudesse parar no tempo como se estivesse imune a todo o resto.

Mas o pecado maior da fala de Zico é o recado simbólico que ela passa à sociedade, aos jovens em particular. Num país como o Brasil, cheio de desigualdades e iniquidades, num momento em que muitos lutam não só pelo direito à educação, mas também por uma educação melhor, desdenhar de quem estuda não soa bem. Num país de Cunhas, Renans e mesóclises malpostas, valorizar o talento e relegar o esforço do intelecto a segundo plano fazem parecer que os atalhos estão disponíveis para todos. Quando, na verdade, o fosso entre o mundo encantado dos mais ricos e os hospitais e escolas dos mais pobres parecem espelhar as diferenças entre os centros de treinamento mais modernos e os clubes miseráveis que grassam por todo Brasil.

E o próprio Zico não pegou atalho nenhum. Desde cedo, valeu-se da ciência para dar ao corpo franzino mais envergadura para enfrentar adver­sidades de todo tipo. Jogou na Itália e no Japão, foi técnico de sucesso na Turquia. É respeitado Brasil e mundo afora. Mas, sem que isso lhe tire o brilho de tudo que fez, não há como não ficar com a sensação de que ele acaba de chutar um pênalti para fora.

Autor

Rubem Barros


Leia Edição 236

educacao-geracao-z

O valor da educação para a geração Z

+ Mais Informações
DSC_0018

Escolas oferecem disciplinas para facilitar ingresso em universidades...

+ Mais Informações
Maria Montessori

Pedagoga e psicanalista apostaram em experiências educativas libertárias...

+ Mais Informações
Gerundio 1 iStock_000005825672

O “gerundismo” é fruto de influência do inglês?

+ Mais Informações

Mapa do Site

Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.