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NOTÍCIA

Ensino edição 228

Apoio para inovar

Os programas de estímulo à inovação tecnológica da Fapesp apoiam projetos dos mais variados tipos, sendo muitos deles desenvolvidos em cooperação com a academia. Apesar disso, muitas IES ainda não sabem como aproveitar os recursos da agência

Publicado em 02/05/2018

por Marleine Cohen

capa-pesquisa

pesquisaEm 2013, quando uma série de protestos tomou conta do país, uma das causas mais defendidas era a da melhoria do transporte público. Nessa época, Roberto Speicys, doutor em Ciência da Computação, estava morando em Paris e, coincidentemente, trabalhando com tecnologias de transporte coletivo. A agitação das ruas funcionou como um chamado para o especialista, que fez as malas e voltou ao Brasil para fundar, em parceria com colegas de trabalho e da faculdade, a Scipopulis.

A empresa oferece produtos na área de mobilidade urbana tanto para usuários como para gestores do sistema de transporte. Por meio de um aplicativo, o público consulta informações em tempo real sobre a localização da frota de ônibus de São Paulo e calcula a velocidade do trânsito sob a perspectiva do motorista de ônibus. O programa foi adotado pelo Centro de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo, ato que inspirou outras prefeituras a seguirem o exemplo, inclusive fora do Brasil.

Para desenvolver o aplicativo, Roberto Speicys e seus sócios contaram com o apoio financeiro do Programa Fapesp Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), criado em 1997 para apoiar a execução de pesquisa científica e/ou tecnológica em pequenas empresas no Estado de São Paulo. O programa também foi usado para viabilizar a produção de embalagens plásticas bactericidas capazes de aumentar a vida útil dos alimentos, dispositivos de medição da pressão intracraniana minimamente invasivos, e veículos mais leves que o ar para monitoramento e radiocomunicações, para citar outros exemplos.

O programa é voltado para as pequenas empresas mas, considerando que estas podem trabalhar em parceria com alunos e pesquisadores de instituições de ensino superior, o PIPE pode ser entendido como uma maneira de incentivar a inovação no ensino superior.

Foi para mostrar essas possibilidades que o Semesp promoveu recentemente um encontro entre a Fapesp e dezenas de instituições de ensino superior interessadas em fomentar a inovação e a aprendizagem ativa, sendo muitas delas detentoras de centros de pesquisa e empreendedorismo. Estudantes e egressos envolvidos em projetos inovadores também participaram. O evento serviu para estreitar relações e, principalmente, apresentar os programas de apoio à inovação tecnológica de uma das principais agências de fomento à pesquisa científica e tecnológica do país.

Recursos do contribuinte

Contrariando o conceito de que os recursos financeiros da Fapesp são prioritariamente destinados às instituições públicas, como USP ou Unicamp, o coordenador adjunto de Pesquisa para Inovação da fundação, Douglas Zampieri, se dirigiu a um público integrado por representantes da PUC-SP e da Universidade de Franca, para citar alguns exemplos, além de pesquisadores e empreendedores, para explicar como o “dinheiro do contribuinte é investido”. Atualmente, a entidade recebe o equivalente a 1% da receita tributária do Estado de São Paulo.

Parte desse recurso é destinada a programas como o PIPE. Como apresentado anteriormente, este se destina a pequenas empresas (até 250 empregados) que estejam desenvolvendo pesquisa científica e/ou tecnológica com potencial de retorno comercial ou social considerado bom. Seu objetivo, segundo Douglas Zampieri, é “estimular a criação de postos de trabalho para pesquisadores, bem como uma cultura de inovação permanente na empresa, tornando-a mais competitiva”.

Para obter o recurso, o pesquisador principal precisa estar vinculado à companhia, oferecer “dedicação predominante” ao projeto e demonstrar experiência e competência na área. A formação acadêmica não é um item obrigatório.

De acordo com dados apresentados pelo coordenador da Fapesp, até 2016 o PIPE já havia apoiado 1.694 projetos de 1.098 empresas sediadas em 125 cidades paulistas, com destaque para a Promip, que oferece soluções para manejo biológico de pragas, e a XMobots, primeira companhia brasileira a produzir Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs) certificados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

O Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE) também foi destacado no encontro. Lançado pela FAPESP em 1995, ele financia projetos de pesquisa com alto potencial de impacto científico e tecnológico originados da cooperação entre instituições de pesquisa paulistas e empresas localizadas no Brasil e no exterior. Grandes companhias, como Natura, Telefonica, Sabesp, Vale e Embraer, já se beneficiaram dessa modalidade de apoio, que custeia 50% do projeto. O restante vem das empresas.

Competição internacional

As instituições de ensino também devem atentar para o Programa de Centros de Pesquisa em Engenharia, criado recentemente para apoiar projetos de fôlego realizados por instituições de ensino e pesquisa paulistas, públicas ou privadas, e empresas ou consórcio de empresas estabelecidas no Brasil para o desenvolvimento. O apoio se estende por 10 anos, mas a pesquisa precisa necessariamente ser internacionalmente competitiva.

Um exemplo de projeto patrocinado por esse programa é o Centro de Pesquisa e Engenharia da Peugeot Citroën, que conta com pesquisadores da Escola de Mecânica da Unicamp, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, do Instituto Mauá de Tecnologia e Aeronáutica e do Instituto Tecnológio de Aeronáutica (ITA) para desenvolver um motor de propulsão a etanol com melhor performance que os modelos atuais.

A Fapesp ainda conta com o Programa de Pesquisa em Políticas Públicas, criado em 1998 para financiar pesquisas voltadas ao atendimento de demandas sociais concretas, aproximando ciência e tecnologia da sociedade. A iniciativa reúne, de um lado, institutos de pesquisa e universidades e, de outro, organismos do setor público (secretarias estaduais e municipais, empresas estatais e prefeituras) e do terceiro setor (cooperativas, fundações e ONGs, principalmente).

Até fevereiro de 2018, a Fapesp contabilizou nesta modalidade 38 auxílios a pesquisas em andamento e 751 a trabalhos concluídos. Ao todo, há 45 bolsas em curso e outras 1.577 encerradas, como a pesquisa proposta pela Escola de Ciências Médicas e da Saúde da Universidade Metodista de São Paulo, de São Bernardo do Campo. Em parceria com a aceleradora social Artemis, a instituição desenvolveu o projeto “Cesárea eletiva, violência obstétrica e parto humanizado: o legado destas intervenções para a vida emocional e relacional da mulher”, conduzido pela pesquisadora Míria Benincasa Gomes entre 2015 e 2017.

Ecossistema da inovação

Em 2016, a Fapesp desembolsou, segundo Douglas Zampieri, R$ 1,137 bilhão, dos quais 53% em apoio à pesquisa aplicada, 39% para fomentar o conhecimento e 8% em apoio à infraestrutura de pesquisa. A área de ciências da vida tomou 40,5% desses recursos, enquanto ciências exatas e da Terra e engenharias absorveram 37%, e ciências humanas e sociais, 11%. O campo interdisciplinar ficou com 11%.

Ainda segundo Zampieri, o sistema paulista de ciência e tecnologia tem 62 entidades com missão orientada para atividades de pesquisa, como instituições de ensino superior e institutos de pesquisa públicos e particulares. Há também 14.787 empresas voltadas para atividades de inovação.

Ao todo, o Estado de São Paulo também conta com 72 mil pesquisadores, dos quais mais de metade (43,2 mil) estão alocados em instituições de ensino superior. A soma de recursos anuais injetados pelo governo federal e estadual, por instituições de ensino superior particulares e empresas em pesquisa e desenvolvimento no estado chega a quase R$ 27,5 bilhões. Desse total, 57,2% ou R$ 15,73 bilhões representam investimentos do setor empresarial.

Segundo Fábio Reis, diretor de Inovação Acadêmica e Redes de Cooperação do Semesp, somente uma grande agência de financiamento como a Fapesp pode divulgar números dessa grandeza. “Apesar disso, as IES não têm acesso às informações sobre os programas existentes e com isso perdem-se oportunidades valiosas”, declarou durante o encontro.

“Esse evento não termina aqui. Continuaremos o diálogo para criar cursos de capacitação para aqueles que se interessam em formatar uma boa proposta e se candidatar a algum programa da Fapesp”, acrescentou Reis. “Esse passo a passo mais cuidadoso em relação aos distintos programas de financiamento é que abrirá horizontes para que as IES também pleiteiem recursos para os seus projetos de pesquisa científica.”

Autor

Marleine Cohen


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