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Ensino edição 230

Professora do Unijorge ganha prêmio internacional

Vanessa Borges foi eleita a melhor docente de Relações Internacionais da América Latina

Publicado em 10/07/2018

por Redação Ensino Superior

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Vanessa Borges, professora de Relações Internacionais do Unijorge: alunos devem pensar em soluções para problemas sociais e apresentar suas ideias ao poder público.

Desde 2010, Vanessa Borges dá aulas no curso de Relações Internacionais (RI) do Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge), localizado em Salvador (BA). A experiência como docente, portanto, é curta e contrasta com os méritos que já conquistou. Em 2016, ela foi eleita a Professora do Ano pela Ilumno, rede que mantém a Unijorge e a Universidade Veiga de Almeida no Brasil, e neste ano venceu o prêmio de melhor professora de RI da América Latina pela International Studies Association (ISA), uma das mais antigas associações interdisciplinares dedicadas à compreensão de assuntos internacionais, transnacionais e globais.

As conquistas se devem à reformulação da disciplina de Relações Internacionais e Temas Sociais, que além de se tornar mais aplicada, ganhou desdobramentos sociais de relevo. Segundo Vanessa, o tema central dessa disciplina são as conferências sociais da ONU e seu objetivo é levar os alunos a compreender os compromissos assumidos pelos países signatários para solucionar os problemas em questão. “Apesar da importância das discussões, estava incomodada com o fato de que trabalhávamos exclusivamente de forma teórica com os temas sociais. Tudo se restringia ao ambiente da sala de aula”, conta.

Um jeito de transpor esse problema foi estudar o assunto das conferências a partir da realidade local, incentivando os alunos a identificar problemas regionais que deveriam estar sendo tratados pelo Brasil, que se comprometeu com todos os planos de ação da ONU.

Além de mapear as demandas sociais, os alunos devem pensar em soluções e apresentá-las ao poder público. Dependendo da dimensão do projeto, eles se dirigem a vereadores ou a deputados. Essa mobilização é obrigatória no projeto da disciplina, o que aumenta o rigor dos trabalhos. As soluções precisam ser bem pensadas e factíveis.

As mudanças na disciplina começaram a ser feitas no segundo de 2017 e já geraram três projetos de lei, sendo dois deles relacionados à Conferência da Mulher, realizada em Pequim, em 1995. Um deles prevê equipar todas as delegacias com, no mínimo, uma policial e uma viatura para que as mulheres vítimas de violência física e psicológica possam receber assistência. A ideia de elaborá-lo partiu da constatação de que, em Salvador, algumas delegacias só têm condições de registrar a ocorrência, e nada mais. De acordo com Vanessa, o projeto foi acolhido pelo deputado Adolfo Viana e está seguindo todos os trâmites para virar lei.

O outro trabalho relacionado à Conferência de Pequim prevê a oferta de atendimento médico especializado às mulheres transexuais. Uma pesquisa realizada pelos alunos mostrou que a falta desse tipo de suporte pode estar relacionada ao alto índice de suicídios entre essa população, especialmente no período em que estão fazendo a transição de gênero. A proposta de uma política pública para resolver esse problema agradou o deputado Ilton Coelho, que, assim como o seu colega, trabalha para aprovar o projeto de lei.

O novo modelo pedagógico foi mantido neste semestre e, de acordo com Vanessa, gerará cinco novos projetos. “Os alunos estão muito envolvidos, inclusive os que estão no começo da graduação. Muitos me procuram para falar dos trabalhos que pretendem apresentar quando chegar a disciplina, dada no 7º semestre. Os resultados que tivemos até agora também são muito gratificantes. Estou feliz com as premiações, mas principalmente com esses resultados”, revela a professora.

Autor

Redação Ensino Superior


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