NOTÍCIA

Ensino edição 230

Desigualdade no acesso

Levantamento mostra que 44,3% dos ingressantes das instituições de ensino superior se declararam pretos ou pardos, embora representem 54% da população brasileira

Publicado em 23/07/2018

por Redação Ensino Superior

desigualdade

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Um levantamento realizado pelo Semesp mostrou que, passados 130 anos da abolição da escravidão, o país ainda convive com uma grande desigualdade entre brancos e negros, inclusive no acesso ao ensino superior. De acordo com os dados analisados pela entidade, 44,3% dos ingressantes das instituições de ensino superior se declararam pretos ou pardos, embora representem 54% da população brasileira (Pnad/IBGE, 2015).

Outro dado significativo da pesquisa é o que aponta que, em 2016, mais da metade (52,2%) dos ingressantes com Fies declarou ser preto ou pardo. O diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, afirma que os dados ressaltam a importância e a necessidade de o Brasil desenvolver políticas de inclusão e de ampliar programas como o Fies, que facilita o acesso de todos ao ensino superior. “O número de alunos da cor/raça preta/parda com Fies mostra claramente que as políticas de inclusão são positivas para o Brasil superar as diferenças nos percentuais de ingressantes por cor/raça no ensino superior, e que os programas de financiamento devem ser ampliados. Entretanto, as recentes mudanças no Fies, promovidas pelo Ministério da Educação, dificultam as regras para o estudante obter o financiamento, além de causar uma significativa redução na oferta de vagas. Infelizmente, essas alterações podem piorar a comparação dos percentuais de estudantes por cor/raça nos próximos anos. País corre o risco de retroceder no caminho da igualdade.”

Quando os ingressantes são analisados com base nos cursos escolhidos, a desigualdade por cor/raça fica ainda mais evidente. Em Medicina, apenas 28,9% dos estudantes são da cor/raça preta/parda. Já em Enfermagem, 54,9% dos ingressantes são dessa cor/raça, contra 40,6% de brancos. Em Licenciaturas, o equilíbrio é maior: 47,8% de pretos/pardos e 49,6% de brancos. Mas em Engenharias, a diferença desfavorável para alunos pretos/pardos volta a subir: o percentual é de 41,8%, contra 55%, de brancos. Os cursos de Direito e Administração apresentam, respectivamente, 41,8% e 44,9% de pretos/pardos e 55,2% e 52,2% de brancos.

Autor

Redação Ensino Superior


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