NOTÍCIA
Evento global acontece simultaneamente em diversos países e estados brasileiros, pautando moda consciente. Em Brasília, o Centro Universitário IESB articulou o calendário de palestras e oficinas que foram até esta sexta, 22
Publicado em 22/04/2022
Segunda indústria que mais polui, além de acumular denúncias de violação dos direitos humanos por trabalho escravo, a moda consome mais água que a agropecuária e é responsável por 20% da poluição desse recurso natural, diz relatório da Moody’s Investors Service. Visando a urgente transformação no setor da moda pela educação, o Centro Universitário IESB iniciou, em meio à Semana Fashion Revolution 2022, um calendário de atividades e palestras de conscientização, abertas presencialmente para seus alunos e online para a comunidade interessada, nos dias 19, 20 e hoje, 22.
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O movimento Fashion Revolution Day (como surgiu), foi criado após um conselho global de profissionais da moda se sensibilizar com o desabamento do edifício Rana Plaza em Bangladesh, que causou a morte de 1.134 trabalhadores da indústria de confecção e deixou mais de 2.500 feridos.
A tragédia aconteceu no dia 24 de abril de 2013, e as vítimas trabalhavam para marcas globais, em condições análogas à escravidão. No Brasil o movimento que acontece desde 2014, este ano terá como tema Dinheiro, poder e moda e ocorre entre 18 e 24 de abril.
Reconhecendo a importância da temática ser evocada pela academia, para que a mudança comece de algum lugar, Maísa Abrantes, coordenadora do curso de design de moda do IESB, também afirma que não existe moda 100% sustentável. “Precisamos ser realistas, existem muitas marcas que se dizem sustentáveis mas não o são”, diz.
“Políticas públicas para que se fiscalize como o resíduo está sendo descartado, como é feita a fabricação das peças, de onde vem a matéria prima, são necessárias”, enfatiza.
De acordo com estudo da Fundação Ellen McArthur em 2017, a produção de roupas aproximadamente dobrou nos últimos 15 anos, expansão atribuída ao modelo “fast fashion”, que renova constantemente as peças comercializadas. De toda essa produção desenfreada, 73% dos resíduos têxteis ou são queimados ou enterrados em aterros sanitários e apenas 1% é usado para fabricar peças de roupas novas.
No centro universitário, o evento contou na abertura com a representante do movimento em Brasília, Iara Vidal, que falou sobre a fomentação do mercado de moda local e sobre a importância do papel do governo central para “mitigar os impactos negativos da moda e incrementar os impactos positivos”.
A coordenadora Maísa Abranches acrescenta que não basta ficar só nas palavras e não exemplificar como as mudanças podem ser feitas. Ela conta que em 2020 a matriz curricular do curso de design de moda da instituição foi reformulado para conter justamente disciplinas que tratassem de meio ambiente e direitos humanos.
“Já um trabalho que vem sendo realizado na instituição há pelo menos seis anos, é nosso papel tratar disso com os alunos, regar as sementes. Eles também já vem com essa consciência por terem tido contato com o assunto de forma geral durante o ensino médio”, relata. “Já qui podemos abordar essa consciência de forma mais específica para essa área.”
Para fazer jus aos exemplos, este último dia da Fashion Revolution 2022 no IESB ofereceu uma oficina de borado em embalagens plásticas, ministrada por uma das professoras do curso. Além de ensinar a fazer paetês com embalagens transparentes, também foi válida a discussão sobre a importância da reciclagem, reutilização e customização.
Saiba mais em: www.iesb.br
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