NOTÍCIA
Cerimônia contou com representantes do MEC, da Capes, do Inep e do CNE
Publicado em 04/11/2024
Por Mayara Souto Collar
O Semesp recebeu nesta segunda-feira, 4 de novembro, uma homenagem no plenário do Senado Federal, em Brasília (DF). A sessão solene ocorreu em celebração aos 45 anos de atuação da entidade na educação superior. Lúcia Teixeira, presidente, representou o Semesp no evento e relembrou a trajetória de lutas e conquistas da entidade ao longo dos últimos anos.
Presidiu a sessão o senador Izalci Lucas (PL-DF), que iniciou o discurso reiterando a importância dos serviços do Semesp. “Hoje nos reunimos para celebrar aqui os 45 anos do aniversário do Semesp, que se dedica a orientar seus associados, prestando serviço de alta qualidade e trabalhando pelo desenvolvimento da educação acadêmica brasileira. Além disso, o Semesp também se empenha em defender os interesses das instituições privadas de ensino superior, responsáveis por mais de 90% do total das vagas oferecidas no Brasil, em 2022”, declarou o parlamentar. O senador destacou ainda que a atuação do Semesp “é um benefício imenso” para o Brasil há mais de quatro décadas.
“Desde 1979, quando as mudanças sociais e econômicas exigiam a formação de profissionais qualificados e que nós pudéssemos vencer, as vagas que não eram suficientes nas instituições públicas, que as entidades particulares participaram deste grande desafio para o país. E assim foi. O Semesp, como as nossas demais entidades, tem essa história de 45 anos de serviços em prol de soluções, de orientações. Nós, além do estado de São Paulo, temos também associadas e representamos 1,3 mil associadas de 26 estados brasileiros e Distrito Federal. É uma história de iniciativas em prol do desenvolvimento da educação”, ressaltou a presidente do Semesp, Lúcia Teixeira.
Teixeira ainda atentou a alguns dados importantes da trajetória do Semesp. As 2,3 mil instituições de ensino particulares que a entidade abarca são responsáveis por 80% das matrículas de graduação, somando, assim, 7,4 milhões de alunos em 34 mil cursos presenciais e a distância. Já na pós-graduação, essas instituições são 85% de lato sensu e 15% de stricto sensu. No entanto, chamou a atenção para o fato de que, com esse cenário, 20% dos jovens entre 18 a 24 anos estão no ensino superior – a meta estabelecida no Plano Nacional de Educação (PNE), era de 33%.
“O Semesp tem contribuído com isso, com propostas, com soluções, com diretrizes de políticas públicas, com redes de cooperação, com novos indicadores para avaliação, mudando essas estruturas para expansão da educação superior com qualidade, novos modelos de financiamento. A educação superior é um investimento em capital humano para garantir a expansão da oferta de oportunidades para todos e todas, com relevância e equidade social. Não realiza apenas cada um dos nossos alunos, mas ela tem um retorno na economia do país, na produtividade”, declarou Lúcia Teixeira, que é a primeira mulher a assumir o cargo de presidente do Semesp.
Texeira atentou ainda ao papel social da entidade. “Nós fomos as primeiras particulares a atender um público de baixa renda. Como eu falei, a maioria era a primeira geração em ensino superior, e muitos continuam, não é? Fomos também as instituições que acolheram no período noturno o aluno trabalhador e que sofria preconceito. Para o nosso orgulho, formamos grandes cidadãos, grandes profissionais que mudaram suas vidas, as suas comunidades e o nosso país”, comentou.
“É um compromisso histórico que a gente reafirma todos os dias, para a gente tornar realidade para todos e todas uma educação como um instrumento transformador do crescimento econômico, da inclusão, da equidade, da justiça social, do desenvolvimento sustentável para que a gente possa fazer o mundo, e o planeta, viver com tantas mudanças climáticas. A educação, a ciência, as pesquisas farão com que a gente possa sobreviver. A educação não é uma aposta, não é uma bet. A educação é um investimento seguro para cada um, e é muito mais que isso, é o caminho que nos faz enxergar e elevar o outro, e nos faz ser humanidade”, finalizou.
Representantes de entidades da educação brasileira também participaram da sessão solene e deixaram os parabéns para o Semesp. Entre eles, representava o Ministério da Educação (MEC), Daniel de Aquino Ximenes, diretor de Regulação da Educação Superior. Ele afirmou que a parceria entre o governo federal e a entidade sindical promoveu a implantação e expansão da qualidade do ensino superior privado – entre as iniciativas, por exemplo, está o Programa Universidade para Todos (ProUni).
“Recentemente, há a proximidade com o Semesp para um desafio tão estratégico para os tempos futuros da educação superior em nosso país que é o desafio da EAD, educação a distância, na qual o diálogo constante com o Semesp é uma realidade, é um caminho bastante profícuo, muito interessante para a gente trabalhar em conjunto determinadas trilhas, caminhos que se fazem presentes, especialmente em temáticas tão sensíveis da educação superior”, ressaltou o representante do MEC.
A conselheira da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE), Elizabeth Regina Nues Guedes, também ressaltou uma entrega anual de extrema relevância do Semesp, o Mapa do Ensino Superior. Feito há vinte anos, ele exibe um panorama completo do setor, tanto nas instituições privadas, quanto públicas. “O Semesp é um sindicato singular, porque ele extravasou a pauta trabalhista e entrou na pauta do conhecimento”, sintetizou.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) foi representada pelo diretor de programas e bolsas, Luiz Antonio Pessan, que destacou a atuação do Semesp na promoção da qualidade educacional. “Sem educação, nós não atingiremos um país justo, um país desenvolvido, um país com oportunidades iguais para todos. Estamos nos ombreando nessa árdua tarefa de levar essa educação de qualidade ao povo”, declarou, em menção à Capes e ao Semesp.
Por fim, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) trouxe dados para provocar reflexões. De acordo com Ulysses Tavares Teixeira, diretor de Avaliação da Educação Superior do Inep, dos 40% de jovens entre 18 e 24 anos matriculados no ensino superior, 30% estão em instituições privadas. Isso mostra a importância do trabalho que o Semesp realiza.
“É importante garantir a continuidade da expansão da oferta, já que temos todos esses desafios de formação da nossa população, mas com aumento contínuo da qualidade. Precisamos pensar em como diminuir as nossas vagas ociosas e diminuir também as nossas taxas de desistência e de evasão. Precisamos ampliar a formação de professores na educação básica. Precisamos encontrar caminhos de ressignificação da formação universitária, de modo a atrair mais jovens para nossa educação superior. E acho que precisamos nos aproximar ainda mais do mundo do trabalho”, refletiu o diretor do Inep.
“Eu tenho certeza de que o Semesp vai continuar sendo um ator importante de apoio em todos esses projetos. E fica aqui, então, essa tarefa de casa para todos vocês, para que não nos esqueçamos dessas missões”, finalizou Ulysses Teixeira.