Revista Ensino Superior | Como a experimentação está redefinindo a educação
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Educação

Colunista

Thuinie Daros

Diretora de qualidade e inovação acadêmica na Vitru Educação

Como a experimentação está redefinindo a educação

Instituições com uma cultura experimental formam alunos mais adaptáveis diante das rápidas mudanças do mundo na contemporaneidade

Experimentação em sala de aula foto: Shutterstock

Por que insistimos em aplicar velhas soluções para novos desafios? Por que, mesmo diante de um mundo em constante transformação, continuamos presos a métodos tradicionais ou estratégias conhecidas, mesmo quando os resultados não parecem positivos? O impacto desse modelo é alarmante: um estudo da McKinsey & Company revelou que, globalmente, os alunos estão saindo da escola sem habilidades essenciais para o mercado de trabalho moderno.

É tempo de romper com paradigmas rígidos e abraçar uma mentalidade experimental como estratégia essencial para o futuro da educação.

A mentalidade experimental significa adotar uma postura ativa diante do aprendizado, onde o possível fracasso não é visto como negativo, mas como uma etapa fundamental para o desenvolvimento da criatividade e da inovação. Na prática, significa incentivar professores e alunos a testarem continuamente novas hipóteses, metodologias e tecnologias sem medo das consequências imediatas. Vale mencionar que aprender nunca foi e nunca será um processo linear; ao contrário, é um ciclo permanente de tentativas, erros e descobertas. O fracasso, frequentemente estigmatizado nas escolas e universidades, precisa ser ressignificado urgentemente.

 

Leia: Os riscos e os desafios da clientelização do estudante

 

Inclusive, a necessidade da adoção da mentalidade experimental na educação foi um dos grandes temas debatidos no SXSW EDU 2025 em Austin, TX. Instituições educacionais com uma cultura experimental formam alunos significativamente mais resilientes e adaptáveis diante das rápidas mudanças do mundo na contemporaneidade. No entanto, a realidade ainda é preocupante: de acordo com um relatório da OCDE, muitas escolas ao redor do mundo ainda enfrentam dificuldades para integrar metodologias experimentais no ensino de forma consistente (OCDE, 2024). As empresas já perceberam essa tendência há tempos: segundo estudos apresentados no mesmo evento, organizações que cultivam a mentalidade experimental têm maior probabilidade de prosperar em meio às incertezas do mercado (World Bank, 2023).

É essencial que professores e gestores percebam que “a experimentação não é um luxo na educação, mas uma necessidade para acompanhar um mundo em constante mudança”. O futuro pertence àqueles que criam experiências capazes de despertar curiosidade, promover engajamento profundo e desafiar constantemente os modelos tradicionais.

 

Mas a experimentação realmente funciona? Os desafios de inovar na educação

Embora os benefícios da mentalidade experimental sejam inegáveis, sua implementação enfrenta desafios significativos. Professores frequentemente relatam falta de apoio institucional, currículos inflexíveis e uma cultura educacional focada apenas na obtenção de notas e resultados padronizados (OCDE, 2023). Além disso, a resistência à mudança ainda é uma barreira: gestores e educadores podem hesitar em adotar novas abordagens por medo do fracasso ou da falta de recursos adequados.

No entanto, experiências bem-sucedidas mostram que, quando bem aplicada, a experimentação pode transformar completamente a dinâmica de ensino. Em uma aula com alunos que enfrentavam dificuldades, um professor experimentou implementar jogos interativos digitais para explicar conceitos complexos. O resultado foi imediato: estudantes antes desmotivados começaram a participar ativamente e tiveram um desempenho significativamente melhor nas avaliações posteriores. Outra experiência poderosa foi desenvolvida por uma escola que passou a realizar check-ins emocionais diários, permitindo que alunos e professores compartilhassem suas emoções e desafios pessoais abertamente, fortalecendo vínculos, melhorando o clima escolar e ampliando o engajamento.

Esses exemplos reforçam que pequenas ações podem desencadear mudanças profundas e duradouras. Entretanto, um estudo recente da OCDE revelou que apenas 30% dos professores se sentem encorajados a experimentar novas metodologias em sala de aula, principalmente devido a currículos engessados e avaliação rígida baseada apenas em notas (OCDE, 2024). Isso demonstra que, sem uma mudança sistêmica, a cultura de experimentação pode se tornar apenas um discurso vazio.

 

Leia: Saúde mental de universitários e os desafios de mudar e pertencer

 

Se não adotarmos uma postura experimental agora, comprometeremos a capacidade das futuras gerações de enfrentar desafios globais inéditos. Nas minhas interações com gestores e professores, percebo que muitos reconhecem a necessidade de mudança, mas hesitam diante das incertezas. Afinal, inovar exige coragem. Mas se não ousarmos experimentar, como poderemos preparar nossos alunos para um futuro que sequer conseguimos prever?

Precisamos ir além do discurso e criar políticas ou programa que incentivem a inovação real dentro das salas de aula. Durante uma visita a uma IES que adotou metodologias experimentais, testemunhei algo transformador: alunos que antes estavam desmotivados passaram a participar ativamente, pois sentiram que faziam parte do próprio processo de aprendizado. Essa experiência reforçou minha convicção de que a experimentação não é um conceito abstrato, mas um motor de mudança genuíno.

A experimentação é uma alternativa capaz de criar condições para que as instituições de ensino estejam preparadas para um mundo incerto, dinâmico e cada vez mais exigente. A educação do futuro não será aquela que ensina mais, mas a que ensina melhor — e isso só se faz experimentando, mensurando os resultados e abrindo espaços para o que gera valor de fato. 

 

Por: Thuinie Daros | 18/03/2025


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