Revista Ensino Superior | Influência da ciência das emoções na educação

Educação

Colunista

Thuinie Daros

Diretora de qualidade e inovação acadêmica na Vitru Educação

Influência da ciência das emoções na educação

Estudantes com apoio emocional adequado têm 30% menos ansiedade e depressão e alcançam resultados muito melhores nas avaliações acadêmicas

Ciência das emoções A OCDE reforça que a educação emocional é uma urgência global (imagem: Shutterstock)

Você já imaginou que o segredo para um aprendizado de sucesso não está apenas nas tecnologias mais avançadas, mas nas emoções que sentimos durante o aprendizado? Pois é, a verdadeira revolução educacional já começou, e ela é profundamente humana e emocional. Um estudo recente conduzido pela Universidade de Yale mostrou que quando as instituições investem no desenvolvimento emocional dos estudantes, o desempenho acadêmico pode aumentar em até 40%. Pense nisso: ignorar as emoções é desperdiçar quase metade do potencial dos alunos.

O Instituto de Neurociências Cognitivas confirma esses achados. Estudantes com apoio emocional adequado têm 30% menos ansiedade e depressão e alcançam resultados muito melhores nas avaliações acadêmicas. Em outras palavras, cuidar das emoções não é apenas uma boa prática; é uma necessidade urgente.

Mas afinal, qual é a diferença entre competências socioemocionais e neurociência emocional? Simples: enquanto as competências socioemocionais incluem empatia, resiliência e cooperação, a neurociência emocional investiga como as emoções afetam diretamente processos como atenção, memória e raciocínio.

 

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Por exemplo, você sabia que emoções positivas ativam neurotransmissores como a dopamina e a serotonina, impulsionando funções essenciais como memória operacional e atenção? Esses mecanismos explicam por que alunos que sentem prazer e conexão emocional nas aulas tendem a aprender com mais facilidade e profundidade.

A revista acadêmica Learning and Instruction publicou estudos demonstrando que o engajamento emocional é capaz de potencializar significativamente funções executivas do cérebro, tais como a memória operacional e a atenção seletiva, essenciais tanto para o sucesso acadêmico quanto para a futura carreira profissional.

Diante desses fatos, organizações internacionais já alertam para a importância crítica dessa abordagem. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reforça que a educação emocional é uma urgência global, enquanto o Fórum Econômico Mundial prevê que, até 2030, habilidades emocionais estarão entre as competências mais demandadas pelo mercado de trabalho.

Mas, na prática, como as instituições de ensino superior podem implementar essa revolução emocional?

 

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Primeiro, garantindo formação contínua para professores sobre a gestão das emoções em sala de aula. Segundo, implementando programas específicos de apoio emocional, acompanhamento psicológico constante e metodologias ativas que promovam experiências emocionais positivas.

Além disso, introduzir práticas inovadoras, como check-ins emocionais diários para monitorar o clima emocional da turma e ajustar a interação professor-aluno já demonstra resultados sólidos. Práticas que geram conexão emocional e vínculos fortes entre professores e estudantes são comprovadamente eficazes para potencializar a aprendizagem.

 

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E que tal inovar com a Captologia, ciência que desenha tecnologias digitais capazes de estimular positivamente o comportamento emocional dos estudantes, aumentando o interesse e a motivação nas aulas?

No contexto da modalidade EAD, por exemplo, a utilização de plataformas digitais que incluem feedback emocional, como emojis ou comentários empáticos dos professores, pode melhorar significativamente o engajamento e a motivação dos estudantes.

Ao colocarmos as emoções no centro do aprendizado, não estamos apenas formando bons profissionais, mas verdadeiros líderes emocionalmente inteligentes. Líderes capazes de lidar com os desafios reais da sociedade com empatia e inteligência emocional.

Por: Thuinie Daros | 25/03/2025


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