Revista Ensino Superior | Educação superior para a vida toda
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Inovação

Colunista

Marina Feferbaum

Coordenadora do CEPI e da área de metodologia de ensino da FGV Direito SP

Educação superior para a vida toda

Há tendência de aumento da demanda de formação para egressos do ensino superior, criando oportunidades para as instituições de ensino que melhor atenderem suas necessidades de atualização

Educação contínua

Gaia (nome fictício), professora titular e diretora de centro de pesquisa de sua instituição, matricula-se na graduação de área diversa por interesse intelectual. Tito (pessoa fictícia), gerente de área de uma multinacional, resolve mudar de carreira, retornando à universidade para um novo bacharelado. Sempronia (aluna típica), recém-aprovada no vestibular, inicia sua vida universitária. Em comum, todos pertencem à mesma turma.

Esse encontro intergeracional na sala de aula torna-se mais frequente à medida que as transformações se tornam mais rápidas. Surgem, então, vários fatores que pressionam os indivíduos a buscar constantemente por atualização, como a inovação, aumento de produtividade, a crescente interdisciplinaridade no trabalho, a produção de conhecimento em si e mudanças na vida laboral.

 

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Nesse contexto, há uma tendência de aumento da demanda de formação para egressos do ensino superior, criando oportunidades para as instituições de ensino que melhor atenderem suas necessidades de atualização em seus diferentes momentos profissionais. Eis o lifelong learning: a “formação contínua por toda a vida, com revisão do ritmo e espaço de aprendizagem para desenvolver ao máximo o potencial e as competências dos indivíduos em qualquer estágio da sua trajetória profissional (STANFORD, 2019)”.

Certamente, o lifelong learning nem se resume ao retorno à graduação nem se apresenta como uma concepção de ensino totalmente nova. A pós lato sensu e os mestrado e doutorado profissionais são iniciativas incipientes da demanda crescente por aprimoramento. O lifelong learning é daí para diante, inclusive para as educações fundamental e média e para objetivos exclusivamente pessoais.

Retornando ao exemplo, Gaia, Tito e Sempronia chegam à discência com bagagens acadêmica e profissional bastante distintas, em momentos de vida igualmente diversos. E como tal, cursarão o mesmo programa, sem qualquer distinção. No caso (real) de Gaia, uma acadêmica no ápice da carreira, versada em décadas de pesquisa, o programa a onera com desnecessárias horas-aula de metodologia de pesquisa. No caso de Tito, profissional já moldado à cultura corporativa, a nova comunidade de pares causa desconforto em razão de concepções bastante diferentes sobre comprometimento e responsabilidade. No caso de Sempronia, a graduação é seu habitat natural. Acomodar essa diversidade em prol de experiências individuais significativas é o desafio inicial do lifelong learning.

 

As transformações                                    

Podemos pensar o lifelong learning a partir de três transformações do ensino: promoção de um ambiente intergeracional inclusivo; preparação do aluno para seu regresso à sala de aula ao longo de sua vida; e oferecimento de soluções (tanto de orientação quanto de variedade de cursos) que atendam a todo tipo de necessidade.

Promover um ambiente intergeracional inclusivo vai além da acomodação das diferentes gerações no mesmo espaço. O que se busca é estabelecer relações construtivas entre indivíduos com diferentes experiências de vida. Tanto os mais jovens quanto os mais velhos têm a aprender uns com os outros. Programas baseados em competências e metodologias como a aprendizagem por pares e aprendizagem por experiência fomentam essas trocas. O programa de educação executiva da Stanford Law School, por exemplo, reúne “acadêmicos, formuladores de políticas, juristas, líderes corporativos, banqueiros de investimento, membros de conselhos, capitalistas de risco, negociadores, mediadores e líderes da comunidade jurídica de todo o país e do exterior”.

A preparação do aluno para seu regresso à sala de aula está fortemente relacionada às metodologias ativas – isto é, que colocam o aluno como protagonista da sua aprendizagem – voltadas à habilidade transversal específica do aprender a aprender, caracterizada pela “capacidade de buscar e perseverar na aprendizagem, organizando o próprio processo de aprendizado, incluindo a gestão eficaz do tempo e da informação, tanto de forma individual quanto em grupo”. (International Encyclopedia of Education, 3.ed., 2010). O profissional que se mantém continuamente atualizado é o mesmo que buscará um curso de natureza prática que o prepare para as tendências mais atuais exigidas pelo mercado.

 

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A oferta de soluções que atendam às necessidades dos profissionais em suas diversas etapas da vida laboral significa diversificar a quantidade e qualidade de cursos e certificações disponíveis. Currículos desagregados, “stackable degrees”, microcursos e MOOCs (Massive Open Online Courses) são exemplos de transformações que viabilizam a diversificação do menu de ofertas, por exemplo, pelo aproveitamento de uma disciplina, curso e/ou conteúdo em mais de um programa. A Universidad de Los Andes (UNIANDES), por exemplo, possui em seu cardápio de certificações as microcredenciais (para habilidade específica), as macrocredenciais (para habilidade mais ampla) e certificação profissional internacional padronizada.

Note que tais transformações não são estanques: para promover um ambiente inclusivo é necessário preparar o aluno para o retorno à sala de aula, o que depende do oferecimento de soluções variadas, as quais dependem de um ambiente inclusivo. Por exemplo, a viabilidade da diversificação da oferta depende da inclusão de alunos em diferentes etapas profissionais em uma mesma turma, mesmo que matriculados em diferentes programas ou cursos.

Na prática, o que se busca é se afastar da padronização em direção à personalização do percurso e da experiência discente, uma espécie de client experience, avaliada pela satisfação pessoal e profissional. Por essa ótica, é necessário desenvolver rotinas, instrumentos e serviços que cuidem do aluno, mesmo antes do seu ingresso na instituição (como a UNIANDES) e seguindo após sua conclusão (como a Stanford): a UNIANDES, com programas e serviços para pré-graduados (PREGRAD), que ajudam o futuro candidato a planejar seu futuro, e a Stanford, com o Stanford Distinguished Careers Institute (DCI), que “inspira indivíduos bem-sucedidos a prosperarem em seu próximo capítulo”.

O lifelong learning não é uma projeção de um futuro vindouro, mas uma tendência já em movimento, evidenciada, dentre outras, pela quantidade crescente de cursos livres oferecidos por entidades não regulamentadas. Ele já se projeta, inclusive, para o público infantojuvenil, a exemplo da UNIANDES. Com um escopo bastante amplo, o lifelong learning é uma grande oportunidade para a educação superior se reinventar.

Por: Marina Feferbaum | 28/03/2025


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