Revista Ensino Superior | A importância de lançar luzes sobre o currículo oculto
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Educação

Colunista

Alexandre Gracioso

Especialista e consultor em ensino superior e gestão educacional

A importância de lançar luzes sobre o currículo oculto

Reconhecer e abordar o currículo oculto é essencial para apoiar estudantes menos favorecidos no ensino superior

Currículo oculto O currículo oculto refere-se aos valores, normas, atitudes e comportamentos que são transmitidos de maneira implícita dentro do ambiente acadêmico

Este assunto do currículo oculto me interessa desde o início da minha jornada no ensino superior, quando comecei a acompanhar a trajetória de estudantes que estariam fora do perfil habitual de uma instituição de nicho como a ESPM. Esses estudantes, muitos deles com excelente potencial acadêmico, frequentemente se viam limitados em suas conquistas por fatores que extrapolavam o curso propriamente dito.

Um dos primeiros artigos que li a respeito deste assunto, em 2008, foi do economista Roland Fryer (1) que estudava o fenômeno do “acting white” que pode ser entendido como a tendência de alunos negros com potencial acadêmico acima da média evitar atingir o seu máximo para não serem discriminados pelos seus próprios colegas negros. Para esses jovens, um desempenho brilhante estaria associado a alunos brancos e, por isso mesmo, deveria ser evitado por alunos negros.  Nas palavras do pesquisador: “Seria difícil imaginar uma norma cultural mais paralisante”. Mais tarde vim a entender que esta seria uma das facetas de um fenômeno mais amplo que se tornou conhecido como currículo oculto.

 

O que é o currículo oculto

O conceito de currículo oculto pode não ser amplamente conhecido, mas desempenha um papel crucial na formação dos estudantes, particularmente aqueles de primeira geração no ensino superior. O currículo oculto refere-se aos valores, normas, atitudes e comportamentos que são transmitidos de maneira implícita dentro do ambiente acadêmico, sem estar formalmente incluídos na jornada de aprendizagem dos estudantes. Essas lições não-escritas influenciam a experiência educacional dos alunos e muitas vezes perpetuam, ou até acentuam, desigualdades sociais e culturais (2).

Imagem 1 - currículo ocultoA noção de currículo oculto ganhou destaque na década de 1960 com o trabalho seminal de Philip W. Jackson, que, em seu livro Life in Classrooms (3), começou a explorar as dinâmicas não-ditas que ocorrem nas salas de aula. Jackson observou que os alunos aprendem muito mais do que o conteúdo acadêmico explorado nas disciplinas; eles internalizam valores sobre obediência, competitividade, e normas sociais que moldam seu comportamento e, talvez o que seja mais preocupante, expectativas futuras.

Na década de 1970, Michael Apple (4) aprofundou essa discussão, argumentando que o currículo oculto serve para manter as estruturas de poder e reproduzir desigualdades sociais. Segundo Apple, as instituições de ensino não são meramente locais de aprendizado neutro, mas ambientes onde ideologias e relações de poder são constantemente reforçadas. Ele utiliza, de forma inovadora, o conceito de capital cultural para explicar como os estudantes de diferentes origens sociais têm acesso desigual aos recursos e oportunidades educacionais. Ele argumenta que o currículo oculto favorece aqueles que já possuem o capital cultural valorizado pela escola.

 

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Henry Giroux (5), na década de 1980, trouxe uma perspectiva crítica ao explorar como o currículo oculto afeta a consciência crítica dos alunos, propondo que ele pode tanto perpetuar quanto desafiar as desigualdades sociais. Giroux enfatizou a necessidade de uma educação que empodere os estudantes a questionarem e transformarem a sociedade.

No Brasil, esse assunto é discutido tanto no ensino superior quanto na educação básica. O site Aula Nota Dez, por exemplo, tece alertas importantes sobre o assunto (6) e também destaca o potencial positivo que a instituição poderia aproveitar:

“O currículo oculto tem um impacto significativo na educação e no desenvolvimento dos alunos. Ele pode influenciar suas atitudes, comportamentos e perspectivas de mundo. Além disso, o currículo oculto pode perpetuar desigualdades sociais e reproduzir estruturas de poder existentes. Por exemplo, se o currículo oculto enfatiza certos valores e normas sociais em detrimento de outros, isso pode levar à exclusão de certos grupos e à marginalização de suas perspectivas. Da mesma forma, se as expectativas comportamentais são baseadas em estereótipos de gênero ou raça, isso pode reforçar preconceitos e discriminação.

No entanto, o currículo oculto também pode ser uma ferramenta poderosa para promover a igualdade e a justiça social. Os educadores podem conscientemente incorporar elementos do currículo oculto que promovam a diversidade, a inclusão e a consciência crítica. Eles podem criar um ambiente de sala de aula que valorize todas as perspectivas e experiências dos alunos, independentemente de sua origem ou identidade”.

 

Estudantes de primeira geração de ensino superior

Para os estudantes de primeira geração no ensino superior, o impacto do currículo oculto é particularmente significativo. Esses estudantes muitas vezes enfrentam desafios adicionais, como uma menor sensação de preparação acadêmica, dificuldades em integrar-se socialmente, e a necessidade de navegar em um ambiente que pode parecer alheio e hostil. Sem o benefício de uma rede de apoio familiar acostumada aos desafios do mundo acadêmico, esses alunos podem sentir-se isolados e despreparados para as expectativas implícitas da vida universitária. Estudos demonstram que essa falta de orientação e apoio pode resultar em maiores taxas de evasão e menores taxas de sucesso acadêmico e de satisfação pessoal.

Acreditamos, portanto, que instituições de ensino superior têm a responsabilidade (e o interesse) de reconhecer essas dinâmicas ocultas e implementar estratégias que ajudem a mitigar seus efeitos negativos. Programas de preparação pré-universitária, mentoria acadêmica, grupos de apoio específicos para estudantes em situação de fragilidade e políticas de inclusão são passos importantes para garantir que todos os alunos tenham a oportunidade de prosperar.

Duas autoras que estudaram o tema recentemente e que trazem boas sugestões, pragmáticas e factíveis de ser implantadas, são Rachel Gable, que escreveu “The Hidden Curriculum: First Generation Students at Legacy Universities” (7) e Buffy Smith, autora de “Mentoring At-Risk Students through the Hidden Curriculum of Higher Education” (8). Ambas exploram como os elementos não explicitados do ambiente educacional impactam negativamente esses estudantes e propõem estratégias para mitigar esses desafios.

 

Rachel Gable: “The Hidden Curriculum: First Generation Students at Legacy Universities”

Gable investiga as experiências de estudantes de primeira geração em universidades de prestígio. Especificamente, ela destaca como o currículo oculto, composto de normas, valores e expectativas implícitas, afeta esses estudantes que, muitas vezes, não possuem o capital cultural necessário para decodificar essas mensagens não formalizadas.

A autora concluiu, a partir de seus estudos, que uma das principais barreiras é a preparação acadêmica insuficiente. Muitos desses alunos sentem-se menos preparados para os rigores acadêmicos, o que pode afetar sua confiança e desempenho (poderíamos dizer que eles apresentam baixa autoeficácia). Eles frequentemente têm dificuldades em acompanhar o conteúdo das aulas e em compreender as expectativas dos professores, o que pode resultar em notas mais baixas e uma experiência universitária mais estressante.

Além disso, há uma desigualdade de oportunidades que coloca esses estudantes em desvantagem. A falta de conhecimento sobre recursos disponíveis e oportunidades extracurriculares, como bolsas de estudo e estágios, impede que eles aproveitem plenamente as vantagens oferecidas pela universidade. Essa falta de informação pode limitar seu desenvolvimento acadêmico e profissional, dificultando a construção de um currículo competitivo.

 

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O isolamento social e cultural também é uma questão significativa. Muitos estudantes de primeira geração se sentem isolados tanto social quanto culturalmente, especialmente porque frequentemente não têm uma rede de apoio familiar que compreenda o ambiente universitário. Esse sentimento de alienação pode ser agravado pela ausência de colegas e mentores que compartilhem suas experiências, resultando em menores taxas de retenção e satisfação com a experiência universitária.

Por fim, esses estudantes frequentemente enfrentam o desafio de negociar sua identidade cultural e de classe para se adaptar ao ambiente universitário. Esse processo de adaptação pode ser exaustivo e impactar negativamente seu bem-estar emocional e mental, pois envolve uma constante tentativa de equilibrar suas origens com as novas expectativas e normas do meio acadêmico.

 

Propostas de ação

Gable propõe diversas estratégias para apoiar os estudantes de primeira geração e ajudá-los a superar as barreiras impostas pelo currículo oculto. Ela sugere a implementação de programas de preparação pré-universitária, oferecidos antes do início das aulas das novas turmas, como forma de nivelar a preparação acadêmica dos estudantes. Esses programas ajudariam os alunos a se familiarizarem com as expectativas acadêmicas e a desenvolverem as habilidades necessárias para o sucesso na universidade, através de cursos intensivos de matemática, redação e habilidades de estudo, além de workshops sobre a vida universitária e gestão do tempo.

Outro ponto crucial é a mentoria acadêmica e social, que conecta os estudantes de primeira geração com mentores experientes, que podem ser professores, funcionários ou até mesmo alunos mais velhos — o importante é que sejam pessoas que conheçam bem a cultura e os procedimentos da instituição. A ideia é fornecer orientação contínua, apoio emocional e ajuda prática para navegar pelas complexidades do ambiente universitário, através de sessões de mentoria regulares, atividades de integração e a criação de uma rede de suporte que inclui workshops e eventos sociais.

 

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Gable também enfatiza a importância de grupos de apoio e comunidades, sugerindo a criação de grupos específicos para estudantes de primeira geração, que proporcionem um espaço seguro para que esses alunos compartilhem suas experiências, discutam desafios comuns e recebam suporte mútuo. Esses encontros precisam ter uma periodicidade regular, podem ser facilitados por mentores, que se encarregam de manter o grupo vivo e focado, e, idealmente, deveriam incluir programas de desenvolvimento de habilidades interpessoais – outra fragilidade comum neste público.

Além disso, Gable propõe a implementação de políticas de inclusão e equidade dentro das instituições, para criar um ambiente universitário mais acolhedor e justo. Isso envolve a revisão das práticas de admissão e avaliação, o treinamento de sensibilidade cultural para professores e funcionários, e campanhas de conscientização sobre diversidade e inclusão.

 

Buffy Smith: “Mentoring At-Risk Students through the Hidden Curriculum of Higher Education”

Buffy Smith foca em estudantes em risco, discutindo como o currículo oculto pode ser uma barreira significativa para seu sucesso acadêmico. Smith propõe a mentoria como uma estratégia essencial para ajudar esses estudantes a navegar pelos desafios implícitos do ambiente universitário.

Risco, no contexto desta obra, representa desafios e barreiras que podem dificultar significativamente o sucesso acadêmico e pessoal de um estudante. O perfil típico de estudantes em risco inclui uma ou mais das seguintes caraterísticas: muitas vezes provêm de contextos socioeconômicos desfavorecidos, têm pouca ou nenhuma orientação familiar sobre o ambiente universitário e podem pertencer a grupos minoritários raciais ou étnicos. Além disso, eles podem ser os primeiros em suas famílias a frequentar a universidade, enfrentando assim desafios adicionais relacionados à falta de capital cultural e acadêmico.

O fato é que muitos estudantes em risco enfrentam uma série de dificuldades que podem comprometer seu sucesso acadêmico. A falta de orientação e mentoria é uma das principais barreiras. Sem a presença de figuras de orientação confiáveis, esses estudantes encontram dificuldades para se adaptar e compreender as expectativas acadêmicas, o que os deixa vulneráveis a erros evitáveis e decisões mal informadas.

Além disso, os desafios acadêmicos são uma constante para esses alunos. A preparação insuficiente para a exigência mais rigorosa do ensino superior coloca-os em uma posição desvantajosa desde o início, fazendo com que enfrentem dificuldades para entender e acompanhar o conteúdo acadêmico. Isso frequentemente resulta em um desempenho abaixo do esperado e em frustração contínua, podendo levar à evasão.

 

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Problemas financeiros também são uma preocupação constante que afeta a capacidade dos estudantes de se concentrar nos estudos. Muitos precisam equilibrar trabalho e estudo, o que pode levar a um desempenho acadêmico inferior e a altos níveis de estresse. A pressão financeira não só compromete a qualidade do aprendizado, mas também pode forçar os estudantes a abandonar os estudos para atender às necessidades econômicas imediatas.

O isolamento e a desconexão social são outros desafios significativos. Estudantes em risco, especialmente aqueles que pertencem a minorias raciais ou étnicas, frequentemente se sentem isolados do ambiente universitário. A falta de uma rede de apoio social adequada pode aumentar o risco de evasão escolar, pois esses alunos podem sentir que não pertencem ao ambiente acadêmico, ou ao meio social da instituição.

Por fim, problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, são mais prevalentes entre estudantes em risco devido ao estresse acumulado de desafios acadêmicos, financeiros e sociais. Esses problemas de saúde mental podem ser exacerbados pela falta de recursos e apoio no campus, tornando difícil para os alunos lidar com a pressão e manter o equilíbrio emocional necessário para o sucesso acadêmico.

 

Propostas de ação

Assim como Gable, Smith também apresenta propostas interessantes para apoiar estudantes em risco. 

Inicialmente, ela destaca a importância de programas de mentoria, conectando esses estudantes com mentores que possam fornecer orientação, apoio emocional e conselhos práticos. Smith sugere, adicionalmente, que os mentores sejam treinados para compreender os desafios únicos enfrentados por estudantes em risco e que as sessões de mentoria sejam regulares e baseadas em interesses e necessidades compartilhados.

Apoio acadêmico e tutoria também são essenciais, com programas de tutoria e oficinas de habilidades de estudo que ajudem os estudantes a desenvolver técnicas eficazes de aprendizado e gerenciamento de tempo. Tutoria individual (se possível) e em grupo, workshops sobre técnicas de estudo e preparação para exames, e programas de desenvolvimento de habilidades acadêmicas são recomendados.

De grupos de tutoria, a autora segue sugerindo a criação de comunidades de apoio, como, por exemplo, grupos de afinidade para estudantes de minorias e grupos sub representados. Essas comunidades proporcionariam um senso de pertencimento e apoio social e reduziriam o isolamento e a desconexão social desses novos estudantes.

 

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Smith também destaca a importância dos serviços de saúde mental, propondo a ampliação dos serviços de aconselhamento e saúde mental no campus, garantindo que os estudantes em risco tenham acesso fácil a esses recursos. Oferecer sessões de aconselhamento gratuito ou a baixo custo, workshops sobre gestão de estresse e saúde mental e campanhas de conscientização para reduzir o estigma associado a buscar ajuda são essenciais para promover a saúde mental e o bem-estar dos estudantes.

Finalmente, a autora faz também uma série de recomendações para aliviar as dificuldades financeiras enfrentadas pelos estudantes em risco. Talvez estas sejam menos aplicáveis aqui no Brasil, mas são interessantes e as registro a seguir. Ela enfatizaElaenfatiza, por exemplo, a necessidade de assistência financeira e suporte, propondo a provisão de bolsas de estudo, auxílios financeiros e programas de trabalho-estudo para aliviar a pressão financeira sobre os estudantes em risco. A criação de um fundo de emergência para necessidades financeiras imprevistas, programas de trabalho-estudo no campus e assistência na escolha da melhor opção de apoio são estratégias importantes para aliviar estresse financeiro.

 

Conclusão

Reconhecer e abordar o currículo oculto é essencial para apoiar estudantes menos favorecidos no ensino superior. Este conceito engloba as normas, valores e expectativas implícitas transmitidas no ambiente educacional, que muitas vezes perpetuam desigualdades sociais e culturais. Por exemplo, estudantes de primeira geração frequentemente enfrentam uma preparação acadêmica insuficiente, sentindo-se menos preparados para os rigores do ensino superior. Isso pode levar a uma falta de confiança e a dificuldades para acompanhar o conteúdo das aulas. Além disso, a desigualdade de oportunidades, refletida na falta de conhecimento sobre recursos disponíveis e oportunidades extracurriculares, coloca esses estudantes em desvantagem. A falta de uma rede de apoio familiar e a ausência de mentoria adequada também contribuem para um sentimento de isolamento social e cultural, dificultando ainda mais a adaptação e a integração no ambiente universitário.

Estudantes em risco, que incluem não apenas os de primeira geração e também aqueles provenientes de contextos socioeconômicos desfavorecidos e minorias étnicas, enfrentam desafios semelhantes. A preparação acadêmica insuficiente, combinada com problemas financeiros constantes, cria uma carga adicional que pode levar a um desempenho acadêmico inferior e elevados níveis de estresse. O isolamento e a desconexão social são amplificados pela falta de uma rede de apoio social adequada, aumentando o risco de evasão escolar. Problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, são mais comuns entre esses estudantes devido ao estresse acumulado de desafios acadêmicos, financeiros e sociais.

 

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Para mitigar esses problemas, é fundamental que as Instituições de Ensino Superior implementem estratégias que reconheçam e abordem o currículo oculto de maneira consciente e deliberada. Programas de mentoria que fornecem orientação contínua são essenciais para ajudar os estudantes a navegar pelas complexidades do ambiente acadêmico e aumentar sua autoeficácia.

A criação de comunidades de apoio no campus, que promovam a inclusão e o sentimento de pertencimento, é crucial para reduzir o isolamento social e cultural. Instituições devem também ampliar os serviços de saúde mental, garantindo que os estudantes tenham acesso fácil a recursos de apoio psicológico. Essas iniciativas devem ser acompanhadas por políticas de inclusão que promovam a diversidade e a equidade, revisando práticas de admissão e avaliação para assegurar que todos os estudantes tenham oportunidades iguais de sucesso.

Ao implementar essas estratégias, as instituições podem criar um ambiente educacional mais justo e acolhedor, promovendo não apenas o sucesso acadêmico, mas também o desenvolvimento pessoal e emocional dos estudantes. Reconhecer o impacto do currículo oculto e trabalhar para mitigar suas barreiras é um passo fundamental para garantir que todos os alunos tenham a oportunidade de alcançar seu pleno potencial no ensino superior.

 

Referências

(1) Austen-Smith, M. D., & Fryer, R. G. (2003). The economics of’acting white’. NBER Working Paper, w9904. https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=435466

(2) Mintz, S. ([s.d.]). Life Prep 101. Inside Higher Ed. Acesso em 16 de maio de 2024, de https://www.insidehighered.com/opinion/blogs/higher-ed-gamma/2024/05/16/how-hidden-curriculum-prepares-students-post-college-life

(3) Jackson, P. W., & Walker, R. (1968). Life in classrooms. https://api.taylorfrancis.com/content/chapters/edit/download?identifierName=doi&identifierValue=10.4324/9781315003702-28&type=chapterpdf

(4) Apple, M., & Apple, M. W. (2004). Ideology and curriculum. Routledge. https://www.taylorfrancis.com/books/mono/10.4324/9780203487563/ideology-curriculum-michael-apple-michael-apple

(5) Giroux, H. A. (1983). Theory and Resistance in Education: A Pedagogy for the Opposition. Praeger.

(6) O que é Currículo oculto—Aula Nota Dez. ([s.d.]). Recuperado 16 de maio de 2024, de https://aulanotadez.com.br/glossario/o-que-e-curriculo-oculto/

(7) Gable, R. (2021). The hidden curriculum: First generation students at legacy universities. https://www.torrossa.com/gs/resourceProxy?an=5564166&publisher=FZO137

(8) Smith, B. (2013). Mentoring at-risk students through the hidden curriculum of higher education. Lexington Books. https://books.google.com/books?hl=pt-BR&lr=&id=xUaOJbK7iv0C&oi=fnd&pg=PR7&dq=THE+HIDDEN+CURRICULUM+IN+HIGHER+EDUCATION&ots=3IQZjnATP4&sig=BHCBD1RSBEKVwPLH_xKkMVtPJ5A

 

Por: Alexandre Gracioso | 27/05/2024


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