Revista Ensino Superior | Especialistas indicam crescimento da pesquisa aplicada
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NOTÍCIA

Formação

Especialistas indicam crescimento da pesquisa aplicada

Especialistas acreditam no crescimento da pesquisa aplicada como resposta da comunidade acadêmica às necessidades de desenvolvimento social do país

Publicado em 17/03/2025

por Ensino Superior

Pesquisa foto: Shutterstock

O cenário da pesquisa e pós-graduação stricto sensu, a partir de 2025, aponta para o crescimento da pesquisa aplicada, que gera impacto direto no desenvolvimento social e econômico, e para maior colaboração com o setor produtivo e entre as próprias instituições acadêmicas. Também prevê avanços no modelo de formação de cientistas, ampliando as oportunidades de engajamento de estudantes, além de sinalizar restrições nas oportunidades profissionais e na mobilidade internacional que dependem do setor público. 

Já o mercado de aprendizagem ao longo da vida tende a se fortalecer, por meio do crescimento da demanda por educação continuada, do aumento da oferta nesse segmento e do foco na formação profissional, para responder às necessidades de upskilling e reskilling das pessoas que desejam se reposicionar no mundo do trabalho.

Segundo os especialistas consultados no guia Tendências no ensino superior 2025, documento elaborado pelo Semesp e pelo Consórcio STHEM em parceria com a revista Ensino Superior, os processos de ensino e aprendizagem serão marcados pela evolução significativa dos modelos pedagógicos. A expectativa é que prevaleça a formação por competências, com interdisciplinaridade, e que o uso intensivo de ambientes digitais acelere a oferta de soluções para a aprendizagem adaptativa e personalizada

 

Crescimento da pesquisa aplicada

A maioria dos especialistas consultados acredita no crescimento da pesquisa aplicada como resposta da comunidade acadêmica às necessidades de desenvolvimento social do país. Segundo Douglas Eduardo Zampieri, coordenador adjunto de pesquisa para inovação da Fapesp, a pesquisa terá como eixo central a solução de problemas globais, como mudanças climáticas e sustentabilidade. Katia Jorge Ciuffi, reitora da Universidade de Franca (Unifran), afirma que os programas devem desenvolver pesquisas aplicadas nas áreas de energias renováveis, economia circular e preservação ambiental, além de prever que os estudos, tanto da pós quanto da graduação, devem priorizar a integração com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Isaac Roitman, pesquisador e coordenador do Núcleo de Estudos do Futuro da Universidade de Brasília (UnB), ressalta que novos cursos de pós-graduação devem ser “implantados em harmonia com estudos prospectivos, criando uma demanda de pós-graduados para o sucesso de projetos de longo prazo que visem um bem-estar para toda a sociedade brasileira”. É o que ele chama de “implantação da pós-graduação pela demanda”, que contrasta com a implantação pela oferta, gerando como consequência “um excesso de doutores em algumas áreas de conhecimento e escassez em outras”.

 

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Para Katia Ciuffi, haverá destaque para temas como saúde pública, com foco no combate a doenças negligenciadas e melhoria na qualidade de vida da população, e educação inclusiva, com ênfase na melhoria da qualidade de vida de grupos vulneráveis. Da mesma forma, “os programas não devem focar apenas na produção acadêmica, mas também no impacto social e econômico das pesquisas”, afirma a reitora.

Em relação ao desenvolvimento econômico, Katia diz que haverá destaque para a geração de patentes, transferências de tecnologia, criação de startups e ações de extensão voltadas para problemas regionais e locais. Na visão dos especialistas, a cooperação potencializa a inovação, fortalece a captação de recursos e amplia a visibilidade dos programas. Nesse sentido, Douglas Zampieri diz que haverá maior interação entre as instituições de ensino e a pesquisa, “propiciando a resolução de problemas complexos do mundo real”.

Katia Ciuffi acrescenta que a pós-graduação e a pesquisa precisam demonstrar impacto social, destacando-se pela colaboração entre instituições acadêmicas, nacionais ou internacionais, e parcerias com o setor produtivo. Essa colaboração, segundo Douglas Zampieri, “será potencializada pelo emprego de inteligência artificial, cada vez mais intenso, que levará ao desenvolvimento de pesquisas interdisciplinares”. Para Katia, a atuação em redes de pesquisa atrai estudantes e gera relevância para um programa.

 

Avanços no modelo de formação de cientistas

Outra perspectiva que chama a atenção na área de pesquisa e pós-graduação stricto sensu são os avanços no modelo de formação de cientistas, que podem alavancar o engajamento dos estudantes. “Haverá uma pressão crescente para que os doutorados sejam mais curtos, reduzindo a duração dos mestrados”, ressalta Simon Schwartzman, pesquisador do Instituto de Estudos de Política Econômica – Casa das Garças. Também se destacam iniciativas que visam ampliar o público-alvo das atividades de pesquisa e pós-graduação stricto sensu. 

Segundo Isaac Roitman, a identificação e a construção de roteiros formativos flexíveis para estudantes com altas habilidades deve ser ampliada em todo o ensino superior, como ocorre no Instituto de Matemática Pura e Aplicada, onde concluintes do ensino médio são admitidos no doutorado. Ele prevê, ainda, a expansão do Programa de Iniciação Científica Junior, que permite a formação e vivência de estudantes do ensino básico em ambientes de pesquisa das universidades e centros de pesquisa. “A formação precoce de cientistas estimula a juventude a fazer perguntas importantes e a praticar a metodologia científica”, destaca.

Mais iniciativas serão implantadas para facilitar a participação dos estudantes nos processos formativos. Segundo Douglas Zampieri, uma tendência que deve prosperar é o “acesso aberto”, que disponibiliza na internet a produção científica de forma livre e pública. Katia Ciuffi prevê que o ensino híbrido continuará em alta na pós-graduação stricto sensu, “porque essa modalidade oferece flexibilidade para os estudantes da pós-graduação e a torna mais inclusiva”.

 

Escassez de oportunidades no setor público

Na avaliação de Simon Schwartzman, com a estagnação das universidades e institutos públicos de pesquisa, as oportunidades profissionais para professores e cientistas permanecerão restritas no setor público. “Cursos de mestrado e especialização continuarão sendo um caminho importante para profissionais de todas as áreas que pretendam ter uma posição diferenciada no mercado de trabalho”, diz. Schwartzman também acredita que a busca de cursos de pós-graduação no exterior permanecerá alta e valorizada, mas a disponibilidade de recursos públicos para esses cursos, na forma de bolsas de estudo, continuará restrita.

 

Fortalecimento do lifelong learning

Marcio Sanches, reitor da Universidade Corporativa (UC) Semesp, considera que as grandes mudanças decorrentes das transformações digitais e do comportamento da sociedade devem continuar trazendo oportunidades para a educação continuada. Vidal Martins, vice-reitor da PUC Paraná (PUCPR) – Universidade Inovadora de 2024, tem a mesma visão, “uma vez que os profissionais de diferentes áreas precisarão atualizar suas competências (upskilling) ou mesmo desenvolver novas competências (reskilling) para se reposicionar no mundo do trabalho”, pontua.

Para Martins, esse contexto aponta para novas oportunidades no segmento de aprendizagem ao longo da vida, que inclui pós-graduação lato sensu, programas de MBA e de LLM, cursos livres de curta ou média duração, entre outras experiências de aprendizagem. Além disso, como destaca Simon Schwartzman, “com o uso crescente da inteligência artificial, os conhecimentos obtidos nos cursos superiores tradicionais tenderão a se tornar rapidamente obsoletos, fazendo com que os profissionais precisem se atualizar”.

Tatsuo Iwata, vice-presidente acadêmico da ESPM, acrescenta que as trajetórias profissionais tendem a se tornar não lineares, “gerando a necessidade de atualização permanente para um mercado que mudará em uma velocidade e constância maiores”.

 

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Em contrapartida ao crescimento da demanda, especialistas preveem o aumento da oferta de educação continuada e uma reconfiguração significativa dos players desse mercado. Marcio Sanches aponta o aumento da presença de organizações de outros setores na oferta de educação continuada. Vidal Martins cita “produtores independentes de conteúdo, que são referência na sua área de atuação”. Já Douglas Zampieri acrescenta que serão utilizadas plataformas digitais voltadas a cursos com características globais, “levando à internacionalização da educação”. Segundo Sanches, esse movimento pode levar ao aumento da concorrência, mas também pode gerar boas oportunidades de parceria para as IES. Ele também prevê dificuldade crescente para as pequenas e médias IES na oferta de pós-graduação lato sensu com o modelo tradicional (360h, cem por cento EAD ou presencial, grade curricular fechada), em virtude da competição com os grandes players, que possuem muita economia de escala.

Para Douglas Zampieri, o aprendizado contínuo será ainda mais integrado ao desenvolvimento profissional, baseado em tecnologias recentes como a IA, “permitindo adaptar continuamente conteúdos adequados às necessidades do estudante”. Simon Schwartzman sinaliza que em todas as áreas, competências associadas à liderança e gestão de pessoas, por um lado, e familiaridade com instrumentos de análise de dados, por outro, vão se tornar cada vez mais importantes. E, para Marcio Sanchez, o desafio é ajustar as ofertas para um formato de menor duração, mais flexível e aderente ao mercado de trabalho. Um cenário no qual a microcertificação continuará em foco, segundo Katia Ciuffi.

 

Evolução dos modelos pedagógicos

Isaac Roitman considera que deveria haver simetria na valorização entre ensino, pesquisa e extensão, sem que para isso se proponha uma desvalorização da pesquisa, “que é a atividade mais prestigiada atualmente”. Seguindo nessa direção, Vidal Martins acredita que para enriquecer a atividade de ensino, a formação por competência, integrando diferentes áreas do conhecimento, deverá predominar nos processos de ensino e aprendizagem. “Porque essa abordagem desenvolve no estudante a capacidade de agir diante de situações desconhecidas ou complexas, por meio da mobilização e da utilização eficaz e interiorizada de um conjunto integrado de recursos: conhecimentos, habilidades, princípios, valores e estratégias”, diz.

Para Tatsuo Iwata, metodologias ativas, como o aprendizado baseado em projetos e a gamificação, continuarão tendo destaque. Martins aponta ainda a expectativa que os currículos superem o desenvolvimento profissional e promovam, também, a formação para a responsabilidade social e a coexistência. Essa visão é compatível com a perspectiva de Isaac Roitman, segundo a qual devem ser criados ambientes de aprendizagem que estimulem empatia, diálogos respeitosos, debates e defesa de argumentos onde se possa criar e trabalhar em projetos que visem ampliar as felicidades coletivas.

 

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Deve-se intensificar o uso de ambientes digitais de aprendizagem, que incluem, entre outros recursos, laboratórios virtuais e big data para facilitar a colaboração e a personalização de experiências. Nesse contexto, para Katia Ciuffi, “o uso assertivo da IA permitirá a construção de plataformas para a personalização de trilhas de aprendizagem”. Já Marcio Sanches alerta que “o uso de IA irá impor a reestruturação de processos acadêmicos e administrativos.”

Desse modo, os ambientes digitais deverão proporcionar, entre outros benefícios, flexibilidade e inclusão, além do crescimento da oferta de formações na modalidade híbrida. Douglas Zampieri considera que “como consequência do uso de tecnologias como IA, realidade aumentada e realidade virtual, a educação em todos os níveis será personalizada, com currículos adaptados ao ritmo de aprendizado individual”. Tatsuo Iwata prevê que o acesso ao conteúdo educacional se tornará “tão simples e personalizável quanto ouvir música em plataformas de streaming, e com isso o valor oferecido pelas IES estará na curadoria e na criação de experiências de aprendizagem diferenciadas”.

 

Autor

Ensino Superior


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