NOTÍCIA
Livro defende que para educar cidadãos de fato é essencial formar professores que entendam os direitos humanos
Publicado em 01/03/2013
Nesse contexto, vale destacar que, após as atrocidades da Segunda Guerra Mundial, os diversos Estados-nações se viram obrigados a desenvolver uma visão contemporânea dos seus sistemas políticos e jurídicos. Isso os obrigou, por meio de um processo dialógico, a elaborar documentos oficiais que os vinculassem e responsabilizassem, tanto quanto a terceiros, pelas possíveis ameaças ou violações de seus direitos – fossem esses direitos civis, políticos, sociais, culturais e econômicos, ou que procurassem proteger a vida e a dignidade da pessoa humana em todas as suas dimensões.
Desde a mais tenra idade, crianças e adolescentes, também vistos como sujeitos de direitos e obrigações, devem ter contato com a linguagem política e jurídica local. Mas, infelizmente, é rara a simples prática da leitura de nossa Constituição de 1988, o que evidentemente podemos mudar pela inserção progressiva da educação sobre direitos humanos na Educação Básica, fazendo com que ela passe, então, a fazer parte de nosso cotidiano.
Dessa forma, a leitura do livro é relevante na medida em que ele apresenta a democracia para além de um simples regime de governo onde temos o direito de escolher nossos representantes dentro de nosso espaço territorial, de modo que de fato passemos a compreendê-la como o direito do cidadão de participar ativamente das decisões públicas e políticas tomadas pelo Estado. Em outras palavras, a garantia de nossas liberdades e conquistas civis está intimamente atrelada ao necessário exercício da cidadania ativa dentro da instituição escolar também.
Claudia Maria Las Casas é advogada, mestre em direito constitucional pela PUC-SP, com a dissertação A educação política como standard mínimo vital do direito à Educação na Constituição de 1988 (2012). claudia_las_casas@terra.com.br