NOTÍCIA
Neste artigo, Alberto Costa, da Cambridge Assessment English, fala sobre como as metodologias são importantes para a conexão global acontecer
Publicado em 13/04/2020
Quando uma instituição decide internacionalizar seu programa, ela deve se atentar a um ponto essencial dentre todas as mudanças que precisarão ser adotadas em relação à abordagem de ensino, ou seja, a forma como o conhecimento será passado dos professores para os alunos, tanto nacionais quanto internacionais. Ela é extremamente importante pois é a origem para a promoção de conexões globais para a cooperação acadêmica internacional.
Leia: Internacionalização na educação superior: qual o primeiro passo para um projeto bem-sucedido?
A decisão de qual será a abordagem usada faz parte da discussão sobre a implementação da política de idiomas e depende, geralmente, do departamento de internacionalização dentro da instituição de ensino superior (IES). E dentro desse contexto, existem três abordagens mais usadas atualmente: EMI – que inclusive já foi assunto aqui anteriormente – PBL e CLIL. As três serão explicadas com mais detalhes a seguir:
Content and Language Integrated Learning ou, em tradução livre, Aprendizagem Integrada de Conteúdo e Idioma, diz respeito a situações em que disciplinas, ou parte delas, são ensinadas por meio de uma língua estrangeira com o objetivo duplo de aprendizagem do conteúdo e de uma língua estrangeira simultaneamente.
EMI ou English as a Medium of Instruction na tradução literal significa inglês como meio de instrução e refere-se ao uso do idioma na oferta de disciplinas ou cursos de graduação e pós-graduação. Essa é uma prática que vem crescendo com rapidez no mundo, principalmente nas nações que buscam a globalização por meio da educação bilíngue ou internacional.
O grande diferencial que faz com que a sala de aula se engaje em torno de um assunto está sempre na metodologia do professor. É essa habilidade que permite que ele transmita seu conhecimento de uma maneira que fará com que os estudantes entendam e o absorvam enquanto aprendizado. O papel do docente nesse sentido também é de extrema importância e aqui nós fizemos uma reflexão a respeito do EMI e qual a sua relação com a capacitação dos profissionais.
Leia: Diminuição das mensalidades pode afetar professores e até quebrar instituições de ensino superior
PBL
Problem based learning em tradução literal significa aprendizagem baseada em problemas e é comumente usado em escolas de Medicina ao redor do mundo. Ele é um método no qual problemas do mundo real são usados como veículo para promover a aprendizagem dos conceitos e princípios pelo aluno, diferente da apresentação direta de fatos e conceitos.
Na prática, os alunos usam o cenário de um problema para definir seus próprios objetivos de aprendizagem. A partir daí cada um deles faz um estudo direcionado que posteriormente é levado para discussão no grupo com o intuito de refinar o conhecimento adquirido. É importante notar que o PBL não se refere à solução de problemas em si, mas os usa para aumentar o conhecimento e a compreensão de um determinado assunto.
O aprendizado em grupo facilita não apenas a aquisição de conhecimento, mas também vários outros atributos como habilidades de comunicação, trabalho em equipe, resolução de problemas, responsabilidade independente pelo aprendizado, compartilhamento de informações e respeito pelos outros.
O PBL pode, portanto, ser considerado um método de ensino para pequenos grupos que combina a aquisição de conhecimento com o desenvolvimento de habilidades e atitudes genéricas. A apresentação do material como estímulo à aprendizagem permite que os alunos compreendam a relevância dos conhecimentos e princípios científicos na prática.
É de extrema importância entender cada um desses conceitos de forma clara, pois esse é o ponto de partida quando falamos a respeito do conhecimento passado dos professores para os alunos. A escolha da abordagem precisa estar alinhada com a necessidade de cada instituição e, principalmente, da população de alunos. O EMI, para ser implementado, demanda um nível mais alto de domínio do idioma, enquanto o CLIL vai ensinar a língua ao mesmo tempo que passa o conhecimento a respeito do conteúdo. Já o PBL, antes de ser implementado, precisa de um meio de instrução já definido.
*Aberto Costa é Senior Assessment Manager de Cambridge Assessment English, departamento da Universidade de Cambridge especializado em certificação internacional de língua inglesa e preparo de professores.
Stanford aposta em formação de circuito aberto
Novos horizontes, novos projetos para inovar na educação