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Eleições 2018: os desafios do próximo governo

Ensino vocacional, financiamento estudantil e ampliação do acesso ao ensino superior foram alguns dos temas discutidos pelos representantes dos presidenciáveis no debate promovido pelo Semesp

Publicado em 11/09/2018

por Redação Ensino Superior

representantes dos Presidenciáveis Representantes dos candidatos à Presidência de quatro partidos estiverem presentes para falar de educação superior (foto: redação))

eleiçoes 2018

Representantes dos candidatos à Presidência de quatro partidos estiverem presentes para falar de educação superior (foto: redação)                                                                

O próximo governo terá uma série de desafios na área da educação. Melhorar o acesso ao ensino superior por meio de políticas de financiamento será um deles, como reconheceram André Stabile (Rede), Washington Bonfim (PSBD), Diogo Costa (Novo) e Stravos Xanthopoylos (PSL).

Eles representaram os presidenciáveis no debate promovido pelo Semesp no último dia 10 de setembro e falaram das propostas de seus partidos para melhorar a qualidade da educação. Para embasar o debate, a entidade distribuiu o documento Diretrizes de Política Pública para o Ensino Superior Brasileiro, elaborado com a participação de acadêmicos e especialistas do Brasil e do exterior que, juntos, pensaram nas grandes reformas que precisam ser feitas para promover e/ou melhorar a formação de professores, a internacionalização das instituições de ensino superior brasileiras, a inovação acadêmica e outras grandes áreas.

Ampliado recentemente, o material também contou com a colaboração do governo da Austrália, referência em ensino vocacional e em financiamento estudantil. A gerente executiva para políticas educacionais do departamento de Educação e Treinamento do governo da Austrália, Karen Sandercock, o conselheiro de Educação e Pesquisa, Mathew Johnston, e o CEO do TAFE Directors Australia (TDA), Craig Robertson, também estiveram presentes no evento.

Robertson explicou ao público as vantagens do modelo de ensino VET (Vocational Education and Training), que, em suas palavras, pode ser entendido como uma “educação técnica e continuada flexível e acessível” iniciada nos anos 1970 e intensificada na década de 1990.

Seu objetivo é qualificar o aluno para o mercado de trabalho. “As autoridades do governo trabalham muito de perto para que o sistema de educação e capacitação estejam de acordo com a necessidade e o movimento do mercado”, explicou o executivo.

ensino australiano VET

Austrália possui 41 universidades. Na imagem, o CEO da TAFE apresenta o sucesso do modelo (foto: redação)

Já Karen Sandercock centrou sua fala no sistema de financiamento da Austrália, classificado por ela como a “política pública mais bem-sucedida do país”. Em linhas gerais, o financiamento se diferencia dos demais modelos existentes no mundo, incluindo o Fies, porque atrela o pagamento da dívida à renda do aluno depois de formado. Os egressos com uma remuneração menor têm parcelas mais baratas, que se estendem por vários anos, e o contrário também.

Paulo Meyer Nascimento, pesquisador do IPEA, ressaltou as vantagens desse modelo em contraposição ao Fies, que hoje sofre com o problema da inadimplência. Segundo o pesquisador, 53% dos contratos em fase de pagamento estão atrasados.

Debate sobre educação

Encerradas as apresentações, os representantes dos presidenciáveis responderam a uma série de perguntas. Washington Bonfim (PSBD), doutor em ciência política, falou que a “ampliação do ensino superior passa pela reestruturação do ensino médio”, que Bonfim salientou como uma “vergonha nacional”.

Diogo Costa (Novo), mestre em ciência política, também defendeu melhorias no ensino médio para aumentar o número de pessoas no ensino superior. Mas além deste ponto, ele também afirmou que devem ser feitas ações nas áreas de financiamento e governança.

Stravos Xanthopoylos (PSL), que é doutor em administração, sinalizou que seu partido enxerga como prioridade a educação infantil, entendida como uma “semente para os próximos dez anos”, enquanto André Stabile (Rede), pós-graduado em gestão e avaliação de políticas públicas, declarou que o caminho será adotar uma “transparência radical no financiamento da educação”.

Indagados sobre financiamento estudantil, mais precisamente sobre o Fies, Bonfim reconheceu a importância do instrumento para aumentar as matrículas, mas disse que ele “foi feito de forma equivocada” e precisa de uma reavaliação. Stabile foi objetivo e defendeu “ajuste fiscal simples, justo e efetivo no Fies”, enquanto Xanthopoylos contou que “somos mais atraentes ao ProUni do que ao Fies no momento”. Diogo Costa elogiou o modelo da Austrália e disse que o partido estuda o modelo.

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Autor

Redação Ensino Superior


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