A startup Jaleko oferece videoaulas que abordam temas que vão da saúde ao marketing. A proposta é apoiar os estudos durante a graduação
Médicos criam plataforma de educação para futuros doutores
Os cursos de graduação de Medicina estão paulatinamente se atualizando. Óculos de realidade virtual, por exemplo, já estão inseridos em instituições de ensino que compreendem a importância de atuar com a linguagem digital, além de aliar tecnologia a favor da aprendizagem. Contudo, a abordagem ainda muito tradicional e conteudista prevalece. “Percebemos que os alunos de Medicina necessitam de formatos de ensino que dialoguem com a sua geração”, conta Lucas Cottini, CEO e cofundador da edtech (startup que atua com educação) Jaleko.
Lucas é médico anestesista e, junto com seu sócio, o cardiologista Guilherme Weigert, ambos formados pela UFRJ, lançaram em 2011 um site para divulgar provas e estágios em Medicina. A ideia veio da percepção de que a sala de aula estava distante da realidade do mercado. O projeto avançou e, em 2017, se tornou uma plataforma para complementar a formação do futuro médico. Hoje, há também videoaulas para reforço das matérias e até cursos de marketing, empreendedorismo e oratória.
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Alunos e instituições
Na linha do Netflix, o aluno tem uma assinatura mensal, que gera acesso a conteúdos alinhados à sua grade curricular. “Pegamos a grade exigida do MEC e de instituições de ensino referência,e conversamos com alunos para entender como organizar o conteúdo”, explica o CEO do Jaleko.
Genética, histologia, oftalmologia, manejo da dor, sedação e bloqueio neuromuscular são alguns temas encontrados no site.
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O serviço também é disponibilizado de forma personalizada para instituições de ensino oferecerem a seus alunos, como faz o grupo Yduqs (antiga Estácio). Desde 2017, mais de 60 mil estudantes já acessaram os conteúdos e 90% dos assinantes usam a plataforma todo mês, garante Lucas.
Conforme a edtech foi ganhando força, tanto Lucas quanto seu sócio Guilherme foram se distanciando da atuação de médicos. Tanto que em 2017 passaram a se dedicar totalmente ao Jaleko. ”Continuamos na Medicina só que agora no ensino, pois percebemos que atuar na educação vai trazer muito mais impacto positivo na saúde do que exercendo a nossa profissão”, revela Lucas, que completa: “queremos melhorar a formação médica”.
Desde o ano passando o Jaleko está sendo impulsionado por um grupo de investidores. Já em relação a aperfeiçoamentos, há uma proposta de ensino adaptativo com auxílio de machine learning para apresentar dados indicando as dificuldades individuais de cada aluno. Para o futuro, a edtech mira expandir sua plataforma para toda a área da saúde.
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