NOTÍCIA

Ensino edição 234

Qual o papel das IES na agenda dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU

Centro Universitário Newton Paiva se torna a primeira instituição a comprometer todos os seus projetos de pesquisa e extensão à agenda internacional da ONU

Publicado em 22/11/2018

por Redação Ensino Superior

Qual o papel das IES na agenda dos Objetivos do Milênio da ONU Instituições podem gerar impacto social em suas redes

Por: Leonardo Fernandes Coelho Rezende dos Santos*

“Você não pode resolver um problema com a mesma mentalidade que o criou”. Se com essa frase Albert Einstein destacava a importância de olharmos os desafios sob outra perspectiva, o mesmo mote reflete o papel crucial que as instituições de ensino superior possuem em processos de transformação positiva da sociedade.

Desafios locais e problemas globais nos mostram a fragilidade desse mundo em transformação. São mudanças climáticas levando a fenômenos de alto impacto, índices de mortalidade infantil que não condizem com o avanço tecnológico do século 21, e problemas de inclusão, acesso e garantia de direitos para a redução das desigualdades ainda longe de muitas mesas de decisão. É um mundo que não suporta mais os níveis irresponsáveis de produção e consumo.

Precisamos de outra forma de pensar para encontrar soluções e de outra forma de fazer para transformar os novos projetos em realidade.

Com os aprendizados de uma primeira colaboração em nível global, os Objetivos do Milênio, a ONU nos traz o conceito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – os ODS –, uma agenda tão ousada quanto o tamanho dos desafios que aborda. A Agenda 2030 foi construída na identidade e na interseção de três dimensões – social, ambiental e econômica – e parte da colaboração entre governos, empresas, academia, sociedade civil e organizações não governamentais para o alcance das metas. Sua orientação é paz e justiça.

instituição de ensino superior e ONU

Instituições podem gerar impacto social em suas redes

Podemos ser a primeira geração a erradicar a fome no mundo e a ver cidades completamente sustentáveis; mas não com a mesma cabeça que criou todos esses problemas.

Reconhecendo o papel da academia nessa pauta, o Centro Universitário Newton Paiva, instituição em Belo Horizonte com mais de 45 anos, entendeu que um novo modelo educacional deveria surgir para resolver os desafios emergentes das nossas cidades, do país e do mundo. A mudança estratégica partiu da cocriação de uma visão institucional: a preocupação global com o senso de impacto local. Assim, a instituição tornou-se a primeira a comprometer todos os seus projetos de pesquisa e extensão a uma agenda internacional, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e a uma agenda local, o planejamento estratégico de Belo Horizonte 2030.

Qualquer fomento institucional a projetos precisa comprovar o seu impacto nas duas agendas, além de a instituição ter incorporado uma abordagem inter e transdisciplinar na resolução de problemas locais.

Cita-se, como exemplo, um projeto com abordagem multiprofissional para a longevidade, desenvolvido pelos alunos de cursos da área de saúde. Fazendo a análise da higidez, a capacidade cognitiva, funcional e os aspectos psicossociais dos idosos inseridos na comunidade local, o projeto visa a identificar os problemas e demandas de saúde dos idosos na perspectiva da prevenção de doenças e agravos, promoção e recuperação da saúde. As atividades reforçam o vínculo comunitário e a socialização, impactando positivamente a qualidade de vida dos idosos.

Alunos da área de tecnologia desenvolveram postes de iluminação autônomos e a baixo custo para diminuir a insegurança de áreas pouco iluminadas no entorno do campus.

Alunos de Direito e de cursos de saúde se reuniram para entender a música como instrumento de inclusão de pessoas com síndrome de Down. Juntos, publicaram um livro sobre o tema em cada perspectiva profissional.

Os resultados já apareceram. Entre 2016 e 2017, houve aumento de 54% nas participações de alunos em projetos e de 57% na quantidade de atividades de pesquisa e extensão. A instituição também conquistou o apoio de 140 parceiros locais e aumentou em quase quatro vezes o impacto em suas ações, alcançando 430 mil pessoas em Belo Horizonte, em 2017.

Pautada na parceria para o alcance dos objetivos prevista pela Agenda 2030, a Newton soma esforços com a Facens (Faculdade de Engenharia de Sorocaba), que também assumiu o compromisso de desenvolver soluções baseadas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Por suas plataformas, como o Laboratório de Inovação Social e o Smart Campus Facens, desenvolvem projetos sociais essencialmente tecnológicos e inovadores.

Mais que a entrega de projetos de alto impacto positivo, nesse processo estão sendo formados profissionais cujo pensamento e o fazer já partem da premissa de ser colaborativo, consciente e integrando aspectos sociais, ambientais e econômicos.

Que esse posicionamento possa inspirar a mudança em outras instituições de ensino, independentemente de seu tamanho e de seu orçamento. Se a Newton consegue tal alcance mobilizando pouco mais de uma dezena de milhares de alunos, imagine a mudança que uma geração de milhões de estudantes brasileiros comprometidos com o desenvolvimento sustentável consegue alcançar.

*Leonardo Fernandes Coelho Rezende dos Santos é coordenador de Pesquisa, Extensão e Inovação do Centro Universitário Newton Paiva

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Redação Ensino Superior


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