Revista Ensino Superior | Todo cambia - Revista Ensino Superior
Personalizar preferências de consentimento

Utilizamos cookies para ajudar você a navegar com eficiência e executar certas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies sob cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies que são classificados com a marcação “Necessário” são armazenados em seu navegador, pois são essenciais para possibilitar o uso de funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Os cookies necessários são cruciais para as funções básicas do site e o site não funcionará como pretendido sem eles. Esses cookies não armazenam nenhum dado pessoalmente identificável.

Bem, cookies para exibir.

Cookies funcionais ajudam a executar certas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedbacks e outros recursos de terceiros.

Bem, cookies para exibir.

Cookies analíticos são usados para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre métricas o número de visitantes, taxa de rejeição, fonte de tráfego, etc.

Bem, cookies para exibir.

Os cookies de desempenho são usados para entender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência do usuário para os visitantes.

Bem, cookies para exibir.

Os cookies de anúncios são usados para entregar aos visitantes anúncios personalizados com base nas páginas que visitaram antes e analisar a eficácia da campanha publicitária.

Bem, cookies para exibir.

NOTÍCIA

Exclusivo Assinantes

Todo cambia

A velha escola parece estar a parir uma nova educação

Publicado em 07/01/2014

por José Pacheco

O Brasil foi incapaz de levar às últimas consequências as nobres intenções de dois manifestos, consentindo a perenização de uma tragédia educacional hoje traduzida em 30 milhões de analfabetos e numa profunda crise moral. Mas estamos “de novo convocados”!


Partilhei o lançamento do terceiro manifesto. Foi, como alguém disse, um “ato de amor”. E, confesso que, em muitos momentos da Conferência, a emoção me traiu e deixou mudo. Ainda sob o efeito da Conane, evoco versos cantados pela Mercedes: Cambia lo superficial / Cambia también lo profundo / Cambia el modo de pensar / Cambia todo en este mundo. No decurso da Conferência, a diversidade dos projetos apresentados deu a entender que a velha escola parece estar a parir uma nova educação, embora acredite que as dores do parto venham a ser intensas, enquanto a tecnocracia e a burocracia continuarem a invadir onde deveria prevalecer a pedagogia.
#R#
A velha educação prevalece, travestida de “novo”, no discurso de economistas, jornalistas e outras criaturas desprovidas de conhecimento pedagógico, crentes de que as escolas podem ser geridas como são geridas as padarias. Vêmo-los em eventos, onde vendem caro as besteiras que proferem, e na mídia, que os classifica de “especialistas”. A ignorância pontifica numa revista brasileira de grande tiragem onde, ao serviço de ocultos interesses, insultam a memória de Freire, criticam uma progressão continuada que nunca existiu, e apelam ao regresso a um passado de onde a educação brasileira nunca saiu. Talvez o tempo desses “especialistas” esteja a chegar ao fim, porque já o Fernando nos dizia que o sonho é ver as formas invisíveis / da distância imprecisa, e, com sensíveis / movimentos da esperança e da vontade, / buscar na linha fria do horizonte. Em boa hora o MEC tomou a decisão de criar um grupo de trabalho, que acompanhe e avalie projetos em curso, que provam a possibilidade do verdadeiramente novo. Todo cambia… Até o MEC pode mudar.


Podereis chamar-me utópico, que não me ofendo. Se o poder público decide conferir estatuto de visibilidade a escolas, que já vinham afirmando múltiplas possibilidades de mudança, este é um momento histórico. Essas escolas serão acompanhadas e estudadas, será testada a qualidade e utilidade dos seus projetos.


São projetos como muitos outros, que provam a vitalidade da componente saudável de um sistema doente. Que mostram caminhos e apresentam reivindicações: a dignidade de um estatuto de autonomia; a prática de uma educação integral; uma universidade que se distancie de práticas de formação incompatíveis com necessidades educacionais do século XXI; o reconhecimento público dos profissionais da educação; o fim do desperdício decorrente de más políticas públicas; a substituição da reprovação e da aprovação automática pela prática de uma avaliação capaz de permitir que o aprendizado caminhe junto com o desenvolvimento do pensar, etc.


Lo que cambió ayer tendrá que cambiar mañana. O Brasil dispõe de produção científica e de práticas que provam a possibilidade de uma escola que a todos acolha e a todos dê condições de realização pessoal e social, base da construção de uma sociedade solidária, justa e sustentável. E, num país onde o tempo da educação talvez tenha chegado, temos tudo aquilo que é preciso: gente, projetos, esperança.


*José Pacheco
Educador e escritor, ex-diretor da Escola da Ponte, em Vila das Aves (Portugal)
josepacheco@editorasegmento.com.br 

Autor

José Pacheco


Leia Exclusivo Assinantes

DSC_0018

Escolas oferecem disciplinas para facilitar ingresso em universidades...

+ Mais Informações
Maria Montessori

Pedagoga e psicanalista apostaram em experiências educativas libertárias...

+ Mais Informações
Gerundio 1 iStock_000005825672

O “gerundismo” é fruto de influência do inglês?

+ Mais Informações

Mapa do Site

Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.