NOTÍCIA
Célia Helena realiza duas semanas de imersão com rodas de conversa e festa. Já na São Judas, a Liga das Atléticas incentiva a arrecadação de alimentos para moradores de rua
Publicado em 18/02/2020
Acolher os calouros de maneira não convencional para gerar a sensação de pertencimento perante a instituição faz parte da agenda do Célia Helena Centro de Artes e Educação (SP) há pelo menos seis anos. “Buscamos, principalmente, tirar a ideia da instituição como um lugar apenas de aprendizado formal e tradicional e fazê-los entenderem que é um local de encontro e troca de saberes”, explica Daves Otani, diretor acadêmico do Célia.
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A experiência profissional de Daves o faz notar que os ingressantes chegam na graduação ou no curso técnico com a expectativa de encontrarem a mesma dinâmica de estudos e relacionamentos que tinham na educação básica.
Pensando nisso, a escola de artes começou a trabalhar com atividades que ajudem os alunos a desenvolver a autonomia e a construir uma relação com o ensino mais sistêmica, que invada o campo interpessoal e estimule o debate de saberes, conta o diretor.
A recepção aos calouros da graduação e cursos técnicos no Célia Helena tem duração de duas semanas. Neste ano, as atividades aconteceram entre 3 a 15 de fevereiro e a programação contou com festa, palestras, apresentações de peças realizadas pelos veteranos, rodas de conversa, cerimônias de apadrinhamento e cine-encontros.
Os assuntos são voltados à arte e às relações sociais e alguns encontros são abertos para pessoas de fora — todos mediados por professores da instituição com convidados e artistas externos, para inclusive, já estabelecerem contato com o mercado. Sexualidade, branquitude (como se constrói o mundo a partir da visão do branco) e LGBTQI+ foram alguns dos temas abordados este ano. Também houve um espetáculo apresentado e montado pelos graduandos com texto de Milôr Fernandes.
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No ano passado, as instituições de ensino superior ofereceram 9.858.706 vagas novas, segundo dados do Inep. Alternativas para evitar trotes violentos e criar esse sentimento de pertencimento está cada vez mais no radar de gestores e coordenadores acadêmicos.
Enquanto no Célia Helena a instituição é a principal articuladora do evento, contando com a participação dos alunos em ações como apoio ao conteúdo, na Universidade São Judas (SP), a Liga das Atléticas é a responsável pelo “trote solidário”, que arrecada alimento não perecível e ainda produz marmita para entregar a moradores de rua da Zona Leste de São Paulo. Todos os cursos e unidades participam.
A arrecadação junto aos calouros começou nesta segunda, 17, e vai até 28 de fevereiro. Em 29 deste mês, os alunos farão o ato solidário. Em 2019, a Liga das Atléticas também fez a doação de alimentos e toda a organização ficou por conta dos estudantes. Já neste ano, a universidade está apoiando na pré-produção e na divulgação para estimular os alunos a participarem.
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“Muita gente acha que atlética é festa, mas longe disso. Ela surge pelo esporte e tem muitas outras ações. Levamos a sério iniciativas sociais”, defende Vitor Ede Rodrigues Guerieri, líder das Atléticas da São Judas. Vitor tem 22 anos e se formou ano passado em Publicidade e Propaganda.
A Liga representa nove atléticas da São Judas, espalhadas pelas 11 unidades da universidade. São elas: Comunicação Social e Artes, Saúde, Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, Tecnologia da Informação, Ciências Humanas e Sociais, Medicina Veterinária e Odontologia. Vitor conta que as atléticas realizam outras ações durante o ano, como na Páscoa, em que arrecadam chocolate para doação, no setembro Amarelo, em que realizam palestras com profissionais da saúde e o incentivo à doação de sangue.
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