Além do salário dos brancos ser maior, sendo a mesma função, mulheres negras admitidas como líder foi de apenas 1,45% ano passado
Publicado em 30/09/2020
No estado de São Paulo, em 2019, apenas 3,68% dos contratados para cargos em liderança eram negros (pardos ou pretos). O levantamento foi feito pelo Quero Bolsa utilizando os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Para isso, foram analisadas todas as contratações de ocupações de direção e gerência de pessoas com diploma de ensino superior do ano passado.
Leia: Mulheres cientistas narram os desafios que já enfrentaram na área
Ao todo, no estado foram 58.083 admissões desse tipo. Dessas, 2.140 foram negros (3,68%) e 41.042 (70,66%) brancos. Além disso, negros recebem menos que brancos nesse cargo. O salário médio de um profissional branco foi de R$ 8.692,41, isso significa 8% a mais que os R$ 8.056,41 recebidos por profissionais negros.
Comparando em gêneros, mulheres também estão menos inseridas nesses cargos que homens. Foram 25.029 (43,09%) profissionais femininas, enquanto para os homens foram 33.054 (56,91%).
Já quando o recorte é gênero e raça, nota-se que homens negros representam apenas 2,24% dos cargos de liderança. Olhando para mulheres negras, esse percentual cai bem mais, chegando a 1,45%. No caso de homens brancos, a taxa representa 39,77%.
Leia: 322 mil alunos podem não ingressar no ensino superior em 2021
Ou seja, homens brancos preencheram mais que 1675% cargos de liderança que homens negros e mais que 2642% a mais que mulheres negras.
5 perguntas que lideranças devem se fazer para combater a desigualdade racial
Mapa do Ensino Superior 2020 evidencia as desigualdades educacionais do país